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domingo, 12 de janeiro de 2020

O HOMO SAPIENS ..



                 Quando os antropólogos examinaram as cavernas perceberam que os restos do Homo Sapiens sempre se encontram acima do homem de Neanderthal, não havendo praticamente nenhuma mistura. Alguns pequenos fragmentos ósseos, todavia, suscitaram dúvidas quanto a essa abrupta sucessão, fazendo supor que o primeiro dos homens atuais tivesse surgido na Europa há cerca de 250.000 anos ou talvez antes mesmo da época em que dominou o homem de Neanderthal. Um crânio quase completo foi encontrado em Steinheim, perto de Stuttgart, em 1933. Dois anos depois, alguns fragmentos de caixa craniana foram desenterrados numa bem antiga e profunda camada de cascalho às margens do Tâmisa.  em Swanscombe, não distante de Londres. Os três ossos de Swanscombe têm uma conformação de sapiens que impressionou muitos especialistas. Caso vivesse na época em que o cascalho foi depositado pelo rio, o homem de Swanscombe teria cerca de 250.000 anos; e, caso seja considerado atual, então o Homo sapiens seria muito mais antigo do que indicavam os depósitos. Outros fragmentos que depõem em favor de um surgimento mais antigo do homem são representados por uma calota craniana incompleta e mais um pedaço de osso frontal aparentemente da espécie sapiens, provenientes da gruta de Fontéchevade, no sudoeste da França. De permeio com os mesmos encontravam-se ossos de animais que viveram antes do último período glacial. Contudo, não há dúvida de que um tipo de Homo sapiens, com aspecto de europeu e modo de vida diverso, substitui o homem de Neanderthal há uns 35.000 anos. Nesse particular os dados são abundantes.   
               Os estudos mais recentes indicam que foi a cerca de um milhão de anos que alguns sujeitos quase-homens da África do Sul, que podem ou não encontrar-se entre nossos ancestrais diretos, começaram a percorrer o mundo. Tudo indica que foram as novas condições climáticas ou a escassez de alimentos que os forçaram a migrar para mais longe, e naquela época ir para mais longe não era tão difícil. As amplas camadas de gelo continentais tinham-se estendido do norte, e, como vastas quantidades de água se encontravam acumuladas nesses gelos cuja espessura se media por quilômetros, o nível do mar baixou. No mundo inteiro as praias se ampliaram e apareceram pontes continentais, largas e de fácil travessia, entre algumas das maiores massas terrestres do planeta. 
                  Nessa era glacial o homem primitivo dirigiu-se da África para a Europa meridional e ocidental, onde alguns de seus primitivos instrumentos de pedra foram encontrados; para a Índia, ao sul do Himalaia, onde deixou duradouras pedras lascadas que marcaram sua passagem por ali; e, ao longo de um corredor ardente e seco, até um prolongamento meridional do continente asiático, onde hoje é a ilha de Java. Ali o crânio e ossos longos do Pithecanthropus comprovam sua chegada e sua sobrevivência. Um pouco mais tarde, provavelmente, os migrantes dirigiram-se para o norte até chegarem á China. 
              Na época em que esses primatas desbravadores atingiram o território de Java, seu índice cerebral já havia aumentado de 450 a 650 cc (que era a dos antecessores) para cerca de 900 cc; e quando se estabeleceram em Chucitien, na China, esse índice atingiu 1.100 cc. É provável que os dotados de cérebros mais volumosos tivessem maiores probabilidades de sobrevivência, podendo assim reproduzir-se em meio aos perigos que os ameaçavam nas novas terras e às tentativas de adaptação a novos modos de vida. As pressões seletivas no sentido da obtenção de cérebros mais bem dotados devem ter sido muito fortes. Seu esqueleto apendicular, embora essencialmente o mesmo dos seres semelhantes ao Australopithecus, já era humano.   
                   Outros homens, igualmente primitivos, também vindos da África central estavam se adaptando às condições de vida na Europa e no noroeste africano. Contudo, nesse caso, os indícios são bem escassos nessas regiões. Foram encontrados dois únicos crânios em toda a Europa, e um deles semi-conservado, indicam que eles estiveram ali e atestam claramente o que eles eram. 
            Já na África setentrional, até então, somente mandíbulas fragmentárias e dentes correspondem à época do pleistoceno médio (cerca de 500.000 a 150.000 anos atrás). A árvore genealógica dos antropoides  ramificou-se no pleistoceno e, até que mais amplos conhecimentos tenham sido obtidos, o problema de saber quem precedeu quem dentre todos os possíveis predecessores do homem moderno é bastante discutível. 
                Os homens de Neanderthal, rústicos e primitivos, vagavam pela Europa e pelo Oriente Médio de 75.000 a 40.000 anos atras. Talvez tenham realizado cruzamentos com o homem de Cró-Magnon, seu provável exterminador. Nesta época, grande parte da água estava solidificada  em extensos blocos de gelo, não podendo, pois, inundar as cavernas agora submersas. Os homens de  Cró-Magnon, foram sucessores do de Neanderthal e viveram na Europa nas últimas épocas glaciais e imortalizaram em pinturas rupestres as suas proezas cinegéticas. Eram altos, de tipo caucasiano, cobriam-se com peles costuradas com agulhas de osso e usavam lanças com pontas de osso, pouco diferindo dos bárbaros galeses dos tempos de Júlio César. 
                 Por três vezes o gelo expandiu-se do norte, cobrindo grande parte da Europa, da Ásia e da América do Norte com um sólido manto gelado, muito semelhante ao que atualmente envolve a Groenlândia. Entre os períodos glaciais o clima se tornava mais ameno e hospitaleiro, e o homem voltava a dirigir-se para o norte, onde encontrava caça com abundância à medida que a natureza despertava ante o gelo em retração. Se as águas que banham a Europa baixassem 90 metros, as áreas emergiam como terras, permitindo a passagem de animais. Acredita-se que um deslocamento semelhante do nível do mar tenha ocorrido durante as idades do gelo, unindo a Inglaterra à Europa e a Espanha e também a Itália à África. 
             Atualmente existe uma ponte entre a América do Norte e a América do Sul, mas durante longo tempo, no passado, a América Central não passava de uma série de ilhas. A ponte atual emergiu dos oceanos há dois ou três milhões de anos. 
                A semelhança entre os animais e vegetais fósseis e recentes da Ásia e das Américas indica a existência de uma antiga ponte continental através do estreito de Béring. Acredita-se que os primeiros habitantes humanos do continente norte-americano tenham vindo da Sibéria atravessando essa ponte. 
                  A mais antiga ponte continental, e provavelmente a primeira que desapareceu,  foi a que ligava o sudeste asiático e a Austrália. Ela sumiu entes mesmo do advento de mamíferos placentários, deixando a Austrália com maior número de animais primitivos, os quais ainda hoje persistem. 
                 O homem de Swanscombe, que caçava cervos de uma espécie atualmente extinta ao longo dos ribeiros, nos campos ingleses, entre 300.000 e 200.000 anos a.C., terá constituído o primeiro exemplo de Homo sapiens, a espécie humana atual. Tinha ossos mais espessos que o homem odierno, mas, ao que sabemos, não havia nenhuma outra grande diferença. Os caçadores empunham lanças de madeira com pontas de sílex. Achados de sílex jazem por terra em torno de um animal abatido na época. Foi encontrado também um crânio de auroque - bovino corpulento do período glacial e que é um antepassado dos bovinos atuais. Um touro desses, classificado cientificamente como Bison bonasus, media quase dois metros à altura das espáduas, e pesava quase uma tonelada. 
                No caso do homem de Neanderthal, a abundância relativa de fósseis deu origem a muita  confusão, em vez de esclarecimento; há quase tantas teorias  sobre sua história, sua dispersão e seu misterioso destino quanto crânios foram encontrados e quantos cientistas os examinaram. Contudo, após estudo completo de todo o grupo, F. Clark Howell, da Universidade de Chicago, chegou à convicção de que "um grupo racial  único, variável, parece ter  estado presente em toda a Europa". Com a chegada do último período glacial, ao que parece, interrompeu-se essa continuidade. à medida em que o frio se intensificou e o lençol de gelo escandinavo novamente se movimentou na direção norte-sul, as geleiras que cumulavam os vales avolumaram-se, invadindo as planícies. Esse gelo criou uma barreira intransponível  entre os Neandertalenses da Europa ocidental e meridional, e os da Europa oriental  e do Oriente Médio. O intercâmbio genético ficou inteiramente impossibilitado como se os grupos ou populações tivessem sido isolados em ilhas distantes. Assim, confinados pelo gelo e pelo mar, os neandertalenses evoluíram em isolamento.
 
                 O homo sapiens, como nós, teriam surgido numa região de onde se disseminaram pela superfície do globo. Ou então, segundo outra teoria, várias subespécies em diferentes partes do mundo teriam evoluído independentemente até chegarem ao status de Homo sapiens, continuando o desenvolvimento e constituindo as presentes raças humanas. Fosse qual fosse o seu lugar ou lugares de origem, esses novos homens absorveram ou levaram à extinção todos os que os haviam precedido. Os homens atuais de raça mongoloide, por exemplo, movimentam-se ao longo da borda da Ásia em direção ascendente até o estreito de Bering, onde atravessaram a língua de terra para chegar à península do Alasca. 
                No Novo Mundo caminharam para o sul, pela costa ocidental, dirigindo-se ao extremo meridional do continente. Na Europa, quando o gelo começou a ceder pela derradeira vez, à cerca de 12.000 anos, partiram em demanda do norte, cujo clima se abrandaria. As únicas terras que esses novos homens deixaram de ocupar foram os gélidos descampados do Canadá, as praias agrestes da Groenlândia, as ilhas oceânicas e a Antártica. 
              Mesmo na época de seu primitivo aparecimento, esses homens que recebiam terra como herança eram biologicamente avançados com quaisquer outros nascidos posteriormente. Quanto aos índices cefálicos, postura e organização morfológica, os 7 bilhões de seres humanos, que são seus atuais descendentes, não modificaram basicamente os padrões característicos que a evolução havia imprimido a seus organismos.

               >>>  Muitos cientistas, geneticistas  e estudiosos do assunto, desconfiam que a interferência do homem na seleção natural está também concorrendo para aumentar o número dos menos inteligentes. Estudos, ainda não-concludentes, indicam que genitores com pontos baixos nos testes de inteligência (Q.I.) tendem a produzir maior número de filhos do que os que conseguem melhor classificação. Indubitavelmente, afirma o biologista britânico Professor P.B. Medawar em O futuro do Homem, "modificações profundas nos hábitos de fertilidade têm se verificado nos últimos 50 ou 100 anos; e ela ainda não se completaram. O declínio da inteligência na massa populacional poderá ser apenas um fenômeno temporário; porém, no caso de ser duradouro, não sera irremediável. Olhando a história do passado, podemos confirmar que a própria natureza tem seus mecanismos de correção daquilo que não é o ideal.
              A impressionante diversidade das formas raciais humanas resulta da ação combinada de ligeiras diferenças genéticas. Nessas combinações cada gene afeta, individualmente, uma ou mais características, resultando de sua interação um sistema harmonioso. Muitas variações genéticas têm sido favoráveis ao homem ao longo de sua história, constituindo atualmente parte de sua herança; outras, perigosas, podem ocasionar sérias desvantagens .  
            Nas grandes cidades assistimos uma explosão de nascimentos nas classes menos favorecidas e reduzidos nascimentos nas classes intelectualmente e financeiramente mais privilegiadas. Isso altera a forma de consumo tanto de alimentos como  de hábitos saudáveis. O saneamento básico tem grande influência sobre essa situação. Ao que parece, a humanidade está fazendo concessões contra a sua própria inteligência. Alguns especialistas no setor evolutivo mostram-se preocupados com a direção que os progressos científicos e as conquistas sociológicas estão imprimindo ao homem moderno e ao seu conjunto de genes. Mutações constantes que ocasionam principalmente características desfavoráveis são susceptíveis de promover um desenvolvimento regressivo. A acumulação de poder e dinheiro está cada vez mais concentrada nas mãos de menos homens que são gananciosos e egoístas. Mas eles não estão percebendo seu erro e até chegam a esquecer-se de  que todos somos finitos, razão pela qual devemos pensar nos nossos descendentes. Creio que é dever dos biologistas discutir os problemas do futuro da humanidade, mesmo que isso não seja, a rigor, uma posição científica, mas simples especulação. Hoje tudo se leva para o lado do "corretamente político", mas se pensa muito pouco na verdadeira evolução natural, onde só a mãe natureza é quem manda.  <<<

                 O homem adquiriu suas modificações caleidoscópicas em parte por ser um peregrino. No decurso dos últimos 150.000 anos, em busca de novos campos de caça, ele se disseminou por quase todas as regiões do globo e, por meio da seleção natural, foi pouco a pouco tomando as feições que lhe possibilitavam melhor adaptação a uma variedade de ambientes. 
               Hoje em dia, costuma-se insistir na unidade do homem, como se não existissem, na realidade, diferenças raciais. De fato o homem constitui uma espécie única, mas encontra-se racialmente dividido em mais de 30 subgrupos que se distinguem um do outro quanto ao tipo genético e nos detalhes morfológicos. Dentro de cada grupo de indivíduos diferem-se naturalmente entre si, mas o que faz com que um grupo seja diferente do outro é o fato de a maioria de seus componentes herdar características geneticamente peculiares. 
               O mundo moderno com as comunicações, alta tecnologia e a velocidade com que se atravessa oceanos, está cada vez mais miscigenando todas as raças. É possível que cheguemos a unificação racial, mas só o tempo dirá quando isso acontecerá, bem como quais as consequências para a evolução da humanidade.
         O naturalista Charles Darwin , em sua "A origem das especies afirmou que a sobrevivência pertence aos mais aptos, e que é para sobreviver no seu habitat que as espécies mudam e se adaptam. Visto apenas sob este prisma, o cérebro humano seria uma máquina de resolver problemas ligados à sobrevivência, e o sexo não passaria de uma decorrência dessa necessidade. 
               A herança evolutiva explica, entre outras coisas, porque  sexo e status sempre estiveram intimamente ligados. No tempo das cavernas, os protótipos daquilo que os biólogos chamam de "macho alfa" e "fêmea alfa" eram aqueles que tinham maiores poderes de domínio entre os demais da sua espécie. O homem alto, forte, caçador habilidoso e dominador, teoricamente, era quem engravidava o maior número de fêmeas. Mas não era isso que acontecia. Os mais inteligente também tiveram possibilidades de engravidar muitas fêmeas e, talvez tenha sido este o principal fator de levou á evolução da inteligência e, consequentemente, da humanidade.
                 Juntamente com os genes comuns a todos os componentes de uma raça, há genes raros - uns são letais, outros vantajosos, outros ainda indiferentes - que podem surgir em indivíduos de todas as raças. Também o uso indiscriminado de "remédios" (química) trará consequências imprevisíveis para o futuro da humanidade. 
                  É incontestável que com a nossa cultura e a presente base genética  ou DNA, se assim preferir, são capazes de verdadeiros "milagres" na plasticidade do protoplasma. A cultura por si só nos levou muito longe, e mais longe ainda poderá nos conduzir. Se for sensatamente orientada, o futuro da humanidade como conhecemos, ou mais evoluída,  poderá ser salva. Contudo, o aumento vertiginoso da população mundial e, consequentemente, o aumento  ou diminuição da temperatura, poderá nos levar a graves alterações climáticas. Se nada for feito assistiremos brevemente ao aumento de Tsunamis (cada vez  mais devastadores), aumento de tempestades e raios, secas em algumas regiões e chuvas intensas em outras. O aumento do nível do mar é, provavelmente, o mais visível por ser um fenômeno sobre o qual não temos nenhum controle. O mar já está invadindo e tornando inabitáveis muitas regiões do globo. Cientistas e estudiosos concluíram que a cada centímetro de aumento no nível do mar, tem como consequência o aumento entre 10% e 15% a intensidade com que os fenômenos climáticos se apresentam. 

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