A utilização do cobre, do bronze e do ferro transformou totalmente a vida do homem primitivo constituindo-se em mais um marco decisivo no seu domínio do meio e dos recursos disponíveis.
Quando descobriu que os metais poderiam ser isolados de determinadas rochas, e que, ao serem aquecidos a altas temperaturas, poderiam ser modelados com o uso de um simples martelo, foi um gigantesco passo rumo à novas conquistas e domínio; importante não apenas para a caça, mas também para a defesa e a guerra.
O cobre foi o primeiro metal utilizado para fabricar ferramentas e armas há cerca de 9 mil anos. Com a única exceção da Austrália, onde os metais não foram conhecidos até a chegada dos europeus, a tecnologia do metal se estabeleceu em todo o mundo habitado durante o primeiro milênio a.C. e se encontram testemunhos do seu desenvolvimento em toda a parte.
O cobre e o estanho (frequentemente fundidos e misturados, formando o bronze), junto com o ouro e a prata eram os metais mais importantes com os quais foram feitas as primeiras experiências metalúrgicas. Os segredos químicos da verdadeira metalurgia foram descobertos por forjadores de cobre em regiões distintas e afastadas. Porém, o cobre, sendo mais duradouro, dava como resultado armas e ferramentas de melhor qualidade. Somente e escassez do estanho limitou sua utilização. A metalurgia de ferro teve sua origem na Ásia Ocidental, onde a sua fundição e forja aconteceu desde o ano 2.000 a.C. A modelagem do ferro ocorreu separadamente numa época posterior na Ásia ocidental. Na África, ao sul do Saara, não existe nenhuma evidência da utilização da metalurgia até o primeiro milênio a.C.
O estudo dos minérios, dos processos de fundição, dos instrumentos dos fundidores e dos artefatos produzidos indica que o desenvolvimento da metalurgia foi conseguido de forma independente em várias regiões do mundo que não mantinham nenhum contato.
A Idade dos Metais não começou com a sua descoberta, mas com a sua transformação para uso humano. Os metalurgistas creem que a primeira fusão do cobre ocorreu por acaso, quando uma fogueira cercada de blocos de pedra com veios de cobre fundiu o metal, tal como acontece ainda hoje em certas zonas nos fogos dos nossos acampamentos. Acredita-se que foi esta sugestão que, muitas vezes repetidas, deu ao homem, até então satisfeito com a pedra, a ideia de aproveitar aquele novo material para suas armas e instrumentos. Presumivelmente o primeiro metal aproveitado foi o que aparece em estado quase puro ou ligado a outros. Só muito depois, talvez em 3.500 a.C, o homem chegou, na zona mediterrânea, à arte da fundição, ou de extrair o metal dos minérios. E então em 1.500 a.C. (como se pode deduzir dos baixos relevos do túmulo de Rekh-Mara, no Egito), começaram a derramar aquele cobre fundido em moldes de barro com a forma desejada, ou seja a ponta de lança, o machado, etc. Uma vez descoberto o processo, foi ele aplicado a grande variedade de metais, e isso deu a homem os meios de conquistar o mundo.
O homem primitivo descobriu que o calor tornava possível moldar os metais após fundidos, sendo este o princípio da verdadeira metalurgia. Aparentemente este descobrimento aconteceu de forma separada na Ásia Ocidental antes de 2.000 a.C, e no Sudoeste Europeu por volta de 6.000 ou 7.000 a. C. Este conhecimento estendeu-se a partir destes centros até o resto da Europa, Ásia e norte da África, entre os anos 4.000 e 2.000 a.C.
O caminho do homo sapiens prossegue.
Certo dia, de uma pedra pesada e escura, que casualmente fora posta ao fogo, jorra um líquido avermelhado e densíssimo (muito denso), que logo se contrai e solidifica; e o homem que, curioso, se curva para apanhar um fragmento da desconhecida substância, vê com espanto, que ela é mais maleável e mais dura que a pedra e que, libertada das escórias, reluz ao sol. A ignota substância era o cobre!
Aquele homem não sabia que, naquele pedaço de metal, estava a chave de todo o progresso futuro, que, improvisadamente, a estrada fatigante, que seus ancestrais haviam percorrido, se tornaria mais cômoda e agradável.
Começa idade do cobre e do bronze. Senhores da nova matéria, os homens enfrentam e resolvem dificuldades, antes intransponíveis, a evolução técnica e espiritual se acelera, de modo que, se antes eram precisos dezenas de séculos, agora bastam poucos anos para mudar a face de uma civilização ou de uma região.
Até este ponto, a história dos diversos povos coincide. Todos sofreram as mesmas vicissitudes, superaram os mesmo obstáculos, e chegaram, mais cedo ou mais tarde, à primeira e grande etapa: a descoberta dos metais.
Agora, as estradas se dividem; sulcos cada vez mais profundos, determinados pela raça, pelo ambiente, pelo clima, cavam-se entre os diferentes povos, mal saídos da adolescência e desde há pouco conscientes, cada qual, de um próprio destino longínquo.
Sem dúvida, os primeiros metais utilizados foram o cobre e o ouro, provavelmente pela atrativa forma bruta e pela ductibilidade para serem martelados com pedra até conseguir modelá-los e cortá-los. A limitada existência de jazidas puras foi motivo para que o homem descobrisse os primeiros conhecimentos metalúrgicos.
A descoberta do bronze foi um fator de grande importância na chamada Época dos Metais. O homem descobriu que a combinação do cobre com o estanho resultava no bronze que é um metal possível de moldar e que fornece um gume afiado muito mais rígido. Da mesma forma que o cobre, o bronze também permitia a reciclagem. Foi descoberto na Ásia Ocidental entre 4.000 e 3.000 a.C.
O aparecimento de objetos de bronze em túmulos e outros lugares anuncia o começo da idade do Bronze na Europa ao redor do ano 2300 a.C. Por volta de 1200 a.C. o seu uso estava muito difundido e, inclusive, os objetos de uso diário eram fabricados em bronze, enquanto a pedra e o quartzo muito duro caíram em desuso.
Com o advento das guerras, o uso do bronze intensificou-se e objetos passaram a viajar longas distâncias. Quando gerras terminavam os objetos eram deixados no local. Por isso foram encontrado em lugares distantes. Espadas húngaras foram encontradas na Dinamarca e machados bretões na Suíça.
A habilidade dos forjadores de bronze de cada continente aumentou gradativamente a partir de 3.000 anos a.C. e nos lugares onde o fornecimento de metais era abundante , o bronze começou a ser utilizado para fabricar grandes quantidades de artigos utilitários. Foram encontrados "arados" que melhoraram muito as técnicas agrícolas.
Ainda em relação aos metais, a descoberta mais relevante foi sem dúvida a forja de ferro que, quando misturado ao carbono transforma-se em aço, metal que fornece o gume mais afiado de todos. Lembrando que o aço foi descoberto bem depois dos outros metais e a evidência mais antiga provém da Ásia Ocidental, onde se fundiam e forjavam utensílios e armas entre o ano 2.000 e 1500 a.C. Com essa nova descoberta a utilização do bronze ficou limitada às peças ornamentais.
Apesar de a descoberta de ossos de animais associados a ferramentas de pedra mostrar que os primitivos comiam carne, os mais antigos conjuntos de ferramentas encontrados não contém armas, arpões ou lanças para uso de caça, os quais só foram conhecidos depois de 200.000 anos a.C. Ausência similar de equipamentos de caça é observada entre os primitivos conjuntos de utensílios de pedra da Ásia e Europa, o que provocou grande especulação sobre a época em que o homem começou a praticar a caça. Talvez tenham feito armas com materiais orgânicos que se desintegraram, como por exemplo, arpões de madeira com ponta endurecida a fogo que teriam sido tão eficazes quanto arpões de pedra. O que não resta dúvida é que a caça foi uma habilidade desenvolvida muito lentamente.
Um fator que não devemos desconsiderar é que os Homo-habilis, eram pequenos, de compleição frágil, com muito risco de apanhar e matar uma presa quanto de serem eles próprios devorados. Provavelmente dependiam mais de alimentos vegetais. Já a maior parte da carne que consumiam era carniça proveniente de carcaça de animais que haviam morrido por causas diversas, incluindo os que eram mortos por outros carnívoros.
Na Idade de Gelo os alimentos se tornaram mais escassos, mas os cérebros humanos estavam maiores e mais desenvolvidos, razão pela qual conseguiram sobreviver com mais facilidade.
Ainda hoje existem povos que vivem da caça e coleta como, por exemplo os Koisans, bosquímanos, esquimós e aborígenes australianos. Eles abrangem apenas algumas centenas de milhares do total da população mundial, mas fornecem um possibilidade valiosa e única de compreensão das atividades primitiva humanas.
Em relação à longevidade dessas comunidades, há evidências de que a expectativa de vida não é necessariamente curta. Doenças infeciosas são raras, já que as pessoas se estendem por diversas terras, tornando mais difícil o contágio entre grupos. O tamanho dessas populações se mantém estável, devido aos intervalos entre os nascimentos, já que a amamentação por longos períodos inibe a gravidez.
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