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sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

A ERA DOS DINOSSAUROS ..



               Há centenas de milhões de anos atrás, proliferaram em nosso planeta as mais diversas espécies de animais, monstros que pareciam ter saído de sombrias lendas, e dos quais, hoje, encontramos apenas os restos fossilizados, embora perfeitamente reconhecíveis. 
               Olhemos um pouco em torno de nós, observemos o mundo em que vivemos e as criaturas que habitam. Umas e outras já nos são bastante familiares, pois até termos a impressão de que sempre foram assim, mesmo nas mais remotas eras. Realmente, desde quando o homem tomou conhecimento de si mesmo e pôde transmitir aos seus descendentes algo de sua obra e sua vida, o mundo não sofreu grandes transformações. Mas a civilização humana desenvolveu-se somente numa época relativamente recente, há cerca de algumas  dezenas de milênios. Na verdade, pouca coisa, em confronto aos bilhões de anos de vida na Terra. Durante esse tempo, tão longo que nossa própria mente titubeia em conceber, sucederam-se, em nosso planeta, as mais diferentes espécies de animais, "monstros" (como costumamos chamar os grandes animais que foram extintos) que parecem ter saído de alguma obscura lenda nórdica. Mas é justamente de alguns desses "monstros", através de um lentíssimo processo evolutivo, que nasceram os animais que hoje conhecemos, inclusive nós humanos, que temos nos mostrado mais perigosos do que os dinossauros.  
                Falamos em "processo evolutivo"; duas palavras algo importante, de que se faz uso atualmente e que exigem um pouquinho de explicação. Por "evolução", devemos entender o fenômeno pelo qual um ser vivo, perdendo alguma de suas características originais, e adquirindo outras novas, transforma-se em algo muito diferente, seja pelo seu aspecto, seja pelos seus reais hábitos.  Aqui faço um parentese para dizer que a Grande História do Homo Sapiens nos mostra que os humanos, com suas guerras e violência constantes, tem se mostrado extremamente perigoso e tem destruído a vida natural do planeta rapidamente, coisa que antes só acontecia por cataclismos e em espaço bem longo de tempo. A transformação é natural e se realiza num ser, mas sempre em infinitas gerações de seres pertencentes à mesma espécie. Suponhamos, em outras palavras que um peixe, entre milhões de seus co-irmãos, nasça com uma pequena modificação nas barbatanas, que o torna mais apto a deslizar no fundo do que a nadar; todos os seus descendentes serão iguais a ele e, talvez, depois de um incalculável número de anos, acontecerá que um desses descendentes nasça com um aparelho respiratório capaz de utilizar o oxigênio do ar. Eis, pois, que, através dessas "mutações hereditárias", surgiu um animal novo, que vive em terra firme, ao invés de nadar embaixo d'água. Inúmeros desses novos seres revelam-se inadequados à vida, ou porque encontram no novo ambiente inimigos demasiado fortes ou porque lhes vem a faltar o alimento. Então, essas raças sucumbem, extinguem-se, sem deixar vestígios. Sobrevivem entre seus descendentes ou parentes, os mais aptos e os melhores. Isto não tem acontecido com os humanos.  Nem sempre são os mais aptos que sobrevivem e isso pode pode proliferar pessoas menos capazes, menos inteligentes e mais destrutivas. A inteligência humana que nos trouxe até aqui pode estar lentamente mudando. Estamos nos aproximando de oito bilhões de seres humanos na Terra; isso nunca aconteceu com outros animais. A simples falta de alimentos poderá alterar essa situação ao longo do tempo. Segundo a ciência foi um cataclismo de grandes proporções que extinguiu os dinossauros. Como os seres humanos, hoje, estão espalhados por todo o mundo, a extinção seria localizada. Mas existem os vírus e bactérias que tem, frequentemente, nos atacado. Até agora temos conseguido combatê-los e derrotá-los, mas certamente, chegará o dia em que uma pandemia poderá extinguir os seres humanos. Para refletir, é bom lembrar que se os dinossauros não tivessem sido extintos, certamente, os seres humanos teriam sucumbido e hoje não estaríamos aqui. 
               Foi através de infinitas tentativas, que chegaram a durar milhares de milênios, chegamos aos primeiros seres elementares, capazes de viver somente em ambientes obrigatórios, há ínfima variedade de forma, que notamos, agora, no reino animal. Muitos dirão: "Mas como podemos ter certeza de que tudo tenha transcorrido assim, visto que, das épocas distantes, não possuímos lembranças nem documentos?  Puro engano, pois possuímos documentos, e muito mais precisos do que se tivessem sido pintados ou escritos pela mão do homem.  A crosta terrestre, de fato, aparece, a quem a observe, em seção  dividida em tantas camadas superpostas, cada uma correspondente a uma era mais antiga quanto mais se desce para o centro. Pois bem, em cada uma dessas camadas se encontra os restos de animais que viveram na época correspondente, restos perfeitamente reconhecíveis, embora "fossilizados", isto é, petrificados. Nas grutas da lagoa Santa, em Minas gerais, foi descoberta a ossada de um dinossauro de 85 milhões de anos. Podemos, assim, acompanhar passo a passo, a etapas da evolução, desde os seres mais simples aos mais complexos, e constatar, através da perfeita e longuíssima "sequência" das várias espécies, quanto essa evolução tenha sido ponderada e progressiva, sem interrupções, sem saltos bruscos ou inexplicáveis. "A natureza não dá saltos", dizem os estudiosos, e nunca um provérbio esteve tão perto da verdade.
                 Os primeiros dinossauros foram seres de proporções relativamente pouco avantajadas, que se movimentavam sobre longas pernas traseiras, utilizando-se dos curtos membros dianteiros para apreender e dilacerar . Deram origem a dois grupos principais, diferenciados pela estrutura dos ossos pélvicos. Um dos grupos, o chamado dos ornitisquianos, apresentava uma pélvis cujos ossos inferiores eram longos e paralelos. A maior parte dos dinossauros desse grupo alimentava-se de vegetais e locomovia-se sobre os quatro pés. Alguns deles, como o estegossauros e o estiracossauro, adquiriram defesas bizarras sob a forma de chifres e placas. Essa couraça era por vezes tão profusa que certamente intimidava os atacantes, fazendo-os desistir ante seu aspecto repulsivo. Realmente, algumas dessas armas, como os chifres do Triceratopes, deveriam ser mortíferos quando impulsionadas por várias toneladas de carne em movimento. 
                 Outro grupo, conhecido como o dos saurisquianos possuía os ossos pélvicos inferiores angulados e unidos em forte arcada, capaz de suportar o peso do animal apoiado apenas em duas pernas. Muitos deles, de fato, caminhavam sobre duas pernas e, como o tiranossauro, eram predadores de grande porte, velozes e agressivos. Outros, entretanto, eram herbívoros. De tão descomunalmente pesados, tinham de caminhar penosamente sobre os quatro pés. Dentre os répteis atuais, os parentes mais próximos dos dinossauros são os crocodilos. 
                   Procuremos, agora, com o auxílio de nossos fósseis e com aquele ainda mais válido da fantasia, transportar-nos a uma era longuíssima, a centenas de milhões de anos atrás, àquela Terra que os geólogos chamam "Permiana" (da localidade de Perm, na Rússia, onde foram encontrados os esqueletos). A paisagem é vasta e repleta de vegetação semelhante a ervas gigantescas; fetos arbóreos, araucárias, vegetais  que se multiplicam num terreno mole e pantanoso, cercado de lagos e cursos d'água. Aqui é aquela enorme sombra que parece emergir de um pesadelo e que se arrasta ao longo das margens do paul; e um "mastodonsauros" um gigante anfíbio, semelhante ao crocodilo, de larga boca, munida de várias fileiras de dentes, pele de couraça, de dezenas de metros de comprimento. E acolá, numa ilhota que surge do meio do nevoeiro, eis duas extraordinárias lagartixas, de pescoço e cauda compridíssimos, tal como serpentes, que brincam, saltando rapidamente, para dentro e para fora da água; são "Tanistrofes, répteis que, durante muito tempo, adaptavam-se somente à vida do mar. Sigamos para a frente, mais alguns milhões de anos (uma ninharia para uma história como esta) e exploremos uma vasta zona deserta da América setentrional. Podemos escolher o período "triássico"(uma época geológica assim chamada porque foi dividida em três partes) ou do "Jura" (este período tira seu nome de uma cadeia de montanhas da Europa Central); em ambas essas épocas, realmente, as criaturas que estamos para descrever povoavam e dominavam a Terra. 
                 Eis dois "lagartões", que caminhavam sobre as patas posteriores como cangurus, em comparação, pouco maiores que um cãozinho; São "Dinossauros", aqueles seres fabulosos a quem se atribuem, em geral, dimensões enormes, e que, ao invés, contam em sua família com representantes bem pequenos. Descendem, em certo modo, dos anfíbios, já referidos á pouco, pois todos, de fato, pertencem à classe dos "Saurios". Estes pequeninos chamam-se "Compsognathus Longipes"; são carnívoros e correm como avestruzes.  


               Os grandes dinossauros, aqueles que , geralmente criaram as infinitas lendas em que se fala de dragões e de monstros, são, via de regra, herbívoros. Os "triceratopes", de forma bizarra, chifrudo e encouraçado; o "Brontossáurio", o colosso da Natureza, que chega a ter vinte metros de comprimento; o "Estegossauros", de cabeça minúscula, enorme couraça, eriçada de espinhos. No céu, esvoaçavam estranhos bichos, que não são pássaros; são só "Sáurios Volantes", de asas em membranas e longa boca, munida de dentes, extinguiram-se há milhões de anos. 
               Todos esse animais são parentes distantes de alguns seres ainda viventes, co o o "Tatu", este estranho e pequeno mamífero corrugado, que vive na América, deriva dos gigantescos "Gliptodontes", de mais de quatro metros de comprimento e dotados de uma cauda semelhante a um malho. Assim, o "Varano Gigante", uma enorme lagartixa, que vive na ilha de Komodo, no Pacífico, pode considerar-se o descendente direto dos enormes Dinossauros pré-históricos, aos quais, de resto, se assemelha perfeitamente. Alguns dos animais hodiernos, entretanto, derivam de algumas espécies de ancestrais recobertos de espesso casaco de pele e de apenas trinta centímetros de altura. 
                 A Grande História nos leva a outro salto no tempo afora; estamos em uma época bem mais próxima da nossa, isto é, quando o homem já aparecera ou estava próximo de aparecer. Um imenso animal sai da floresta; é mais alto e mais imponente do que os "Brontossauros"; é o Baluchitherium", o colossal elefante peludo, o gigantesco progenitor dos nossos rinocerontes, da altura de uma casa de dois andares. Mas, tal como seus descendentes, também é herbívoro. 
              Deveríamos falar, ainda, de infinitos outros exemplares , estranhos e medonhos, de outras eras. Do "Urso das Cavernas",  do "Mamute", o colossal elefante peludo, do "Protoceratops", um dinossauro encouraçado, do qual foram encontrados ovos fósseis, e dos "Mastodontes" pré-glaciais. Mas não mais terminaríamos e isto, ao invés de um rápido relance de olhos pelo mundo ignoto de nossos progenitores, se tornaria uma tratado de Paleontologia. 
                Todavia, devemos recordar-nos de uma coisa; que  a evolução, tal qual a traçamos nestas linhas, parece um fenômeno simples e claríssimo, o que, na realidade, não o é. 
                É uma aventura semelhante a esta que agora empreenderemos juntos. Uma viagem longa como a história do mundo, que nos conduzirá à épocas perdidas no  passado, entre homens obscuros, que escalaram penosamente, passo a passo, os degraus da civilização, entre aqueles que, guiados unicamente pela chama vívida de sua inteligência, souberam, lentamente, impor seu domínio à natureza hostil.
                   Eis-nos, portanto, transportados a um país ignoto, áspero e rochoso, cujo horizonte está oculto por sombrias florestas, que se levantam quais muralhas; na longa esplanada que se vê à nossa frente, enormes animais se movem pesadamente, mordiscando fetos e arbustos de proporções descomunais. Estamos no início da Época terciária, há sessenta ou oitenta milhões de anos atrás. Lugar dos colossais Dinossauros, os Iguanodontes, os Ictiossauros, dominavam o mundo, em que o homem, ao menos como o imaginamos, ainda não apareceu. Os "monstros" lutam ferozmente, entre si, pela sobrevivência, ameaçados continuamente por uma natureza implacavelmente selecionadora; e, antes que nossos antepassados surjam no mundo, esses gigantescos protagonistas das longínquas eras estarão extintos. 
                 Era um tempo em que nenhum homem conseguiria viver, pois seria inevitavelmente uma iguaria para esses grandes e poderosos predadores. Com a extinção deles a cena mudou. Superamos e esperamos mais de cinquenta milhões de anos, para irmos parar no início da Época Quartenária, quando a terra, após longas transformações, assumira, já, um aspecto muito semelhante ao atual, e as grandes geleiras desciam, como imensos rios, das montanhas europeias. 
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