Desde que o planeta existe tem surgido, de tempos em tempos, uma nova era do gelo.
Foi durante a era glacial do Pleistoceno que o Homo Sapiens apareceu pela primeira vez na Terra, e acabou estendendo-se por todas as massas continentais importantes do mundo.Essa era glacial demorou aproximadamente 2 milhões de anos e terminou há 10 mil anos. Foi um período de muitas variações climáticas; em todos os continentes houve alterações extremas de calor e frio, chuva e seca muito severas. A capacidade única de adaptação do homem perante as violentas mudanças ambientais foi fator decisivo no desenvolvimento gradativo do seu domínio sobre outras espécies.
Em torno de 60 milhões de anos atrás, a temperatura da Terra sofreu uma enorme queda. Diante desse fenômeno, as geleiras, aos poucos, soltaram-se das montanhas, fato que originou uma grande erosão nas rochas carregando argila por muitos quilômetros. Por fim uma enorme área da região norte da Europa foi coberta por uma espessa camada de gelo.
Os únicos seres que conseguiram sobreviver a este período foram os animais com maior quantidade e mais espessos pelos.
Muitos vestígios dessa era ainda podem ser vistos na Groenlândia.
O que sabemos é que já ocorreram seis grandes era glaciais no último bilhão de anos da história do planeta.
Na passagem de uma glaciação para outra, ocorrem períodos mais quentes, quando o gelo derrete e forma riachos, cachoeiras e lagos nos vales.
As evidências geológicas ocorrem sob formas variadas, incluindo abrasão, deslocamento e pulverização de rochas, morenas de glaciares, drumlins, vales glaciares, e a deposição de sedimentos glaciares e blocos de gelo soltos.
Durante os últimos milhões de anos houve várias eras glaciares, ocorrendo com frequência de 40 mil e 100 mil anos, entre as quais se destacam:
- Glaciação Donau - que ocorreu cerca de 2 milhões de anos.
- Glaciação Günz - que ocorreu cerca de 700 mil anos.
- Glaciação Mindel - que ocorreu cerca de 500 mil anos.
- Glaciação Riss - que ocorreu cerca de 300 mil anos.
- Glaciação Würm - que ocorreu cerca de 150 mil anos.
Atualmente o planeta já experimenta 10 mil anos de era quente a cada 90 mil anos de era de gelo. Mas este parâmetro está sendo alterado devido à ação humana. Nos últimos anos o planeta vem experimentando aquecimento cada vez maias acelerado.
Há 145 milhões de anos as temperaturas caíram bruscamente e como consequência o gelo da Antártida estendeu-se às latitudes mais baixas.
Há 38 milhões de anos o clima começou a esfriar dando origem à formação do gelo na Antártida.
Faz 3 milhões de anos que se formaram camadas de gelo no Pólo Norte, e por volta de 1.5 milhões de anos a.C aconteceu a primeira glaciação, acarretando uma nova queda nas temperaturas. Após dezenas de milhares de anos nestas condições, a temperatura subiu novamente e o gelo retirou-se para os polos.
Por volta de 10.000 a.C, os seres humanos modernos haviam povoado quase todo o mundo então habitável, desde os úmidos trópicos até as bordas dos desertos áridos e vastas regiões polares. Tal ocupação é notável por ocorrer na Idade do Gelo, quando vastas geleiras avançam e recuam periodicamente, e florestas temperadas se alternavam com "tundra" (vegetação sob solo gelado) congelada. Esse período "Pleistoceno" começou há cerca de 1,6 milhões de anos. Não foi o primeiro episódio de clima frio na história, pois a 35 milhões de anos atrás, um grande bloco de gelo se formou na Antártica. As temperaturas caíram novamente entre 14 e 11 milhões de anos atrás. Finalmente, grandes geleiras começaram a avançar pela América do Norte e Eurásia setentrional há cerca de 3,2 milhões de anos.
Muitos oceanos tiveram seus volumes reduzidos, depois de congelados. Pedaços de terra que, até então, eram separados por água tornaram-se um só continente, o que possibilitou o trânsito entre diversas regiões. Isso possibilitou a viajantes primitivos atravessarem o Estreito de Bering, que separa o extremo leste da Ásia do Alasca, e alcançarem a América.
Durante esses períodos extremos, milhares de animais foram extintos; somente os mais resistentes e com pelos mais espessos resistiram. O homem, para proteger-se, adentrava às cavernas e fazia uso do fogo que já estava sob seu domínio. Outro fator que ajudou muito a sobrevivência foi a invenção da agulha de osso; um pedaço de osso com uma das pontas afiada e a outra com um furo. Eles inventaram a agulha que hoje nós a tornamos mais prática com o uso de metais e plásticos. Antes dessa descoberta eles utilizavam roupas feitas de couro, mas eram abertas e não os protegia do frio. Com o uso da agulha de osso, passaram a costurar roupas mais definidas no corpo, e isso garantia melhor agasalho contra o intenso frio. As agulhas mais antigas, feitas de ferro, vem de Manching na Alemanha, e datam do terceiro século antes de Cristo. Também na China já se utilizava a agulha. Um oficial da Dinastia Han (202 a.C x 220 d.C.) continha muitos utensílios e entre eles um jogo completo de costura com agulha e dedal. É provável que este tenha sido o dedal mais antigo; ele servia como suporte para empurrar a agulha através de material resistente como o couro de animais.
Ao longo do período que se seguiu, até cerca de 10.000 anos a.C., os continentes passaram por extremos de calor e frio, chuva intensa e seca. A capacidade humana única de se adaptar a mudanças ambientais foi um fator crucial para a sobrevivência e dispersão da espécie.
Durante esse período os níveis dos oceanos eram cerca de 137 metros mais baixo do que é encontrado hoje. Nas latitudes setentrionais, no "Pleistoceno", o movimento das geleiras afetou animais e plantas. Lençóis de gelo impenetráveis cobriam parte da Europa, Ásia e América do norte, bloqueando mares e reduzindo temperaturas médias de 10ºC a 12ºC.
A África, que era o habitat natural do homem primitivo estava bem longe do alcance das geleiras. Ainda assim foi afetada pelas mudanças de clima durante todo o período da Idade do Gelo.
Já no início do último avanço do gelo na Europa, por volta de 73.000 anos a.C., os musterianos, moradores das cavernas da Dordonha, com braseiros para se aquecerem e cozinharem e também as agulhas de osso e outros instrumentos para raspar e moldar as peles, estavam bem equipados para sobreviver aos inverno.
Viver no frio era muito complicado para o homo sapiens primitivo. No entanto, a difícil sobrevivência, que incluía alimentar-se e cuidar dos filhos, gerada pelas baixas temperaturas obrigou-o a desenvolver a criatividade.
Durante a Era do Gelo, o homem primitivo desenvolveu várias técnicas de caça; munidos de lanças e outras ferramentas, capturava mamutes, bisões e felinos a uma distância segura. Em virtude desses novos alimentos, ricos em proteínas, favoreceu o aumento da capacidade cerebral e incrementou o ato de pensar e de superar desafios. Por volta de 10 mil anos a.C., a população humana aumentou consideravelmente , provocando a extinção de animais, mesmo considerando que um só mamute era suficiente para alimentar muitas pessoas. À media que os mamutes e bisões eram exterminados, a dificuldade de obtenção de alimentos tornou-se maior. Ao mesmo tempo, o período glacial chegava ao fim, o homo sapiens teve que rever seus hábitos alimentares. Com a temperatura da terra voltando a subir gradativamente e o gelo derretendo, surgiram imensas áreas de terra produtiva. As novas condições climáticas novas aventuras de exploração do seu novo habitat.
Quando as águas retrocederam, permitindo avançar ao norte dos bosques de carvalho e de abeto e da vegetação subártica (alimento de mamutes e renos), os primeiros seres humanos puderam assumir o risco de radicar-se a distâncias mais afastadas das regiões equatoriais.
Com o desaparecimento das habituais fontes de carne, (já incluída no cardápio do novo homem), como o mamute que podia alimentar toda a tribo, com a "tundra" congelada durante várias semanas, o homem arquitetou novas estratégias de sobrevivência. Logo o gelo sedia e o mundo voltava a se aquecer criando novas oportunidades de caça e coleta pelas florestas já verdejantes. O homem passou a caçar outros tipos de animais como cabras e cervos. Estava aberto o caminho para a domesticação de animais.
Em relação às geleiras é importante saber que, quanto mais nós subimos do nível do mar, tanto mais diminui a temperatura. Consequências imediatas que disso derivam são as precipitações atmosféricas, que passam da forma de chuva àquela de neve, enquanto, nas regiões mediterrâneas, está se dissolve mal o sol começa a clarear o céu, a partir de uma certa latitude, não chega a liquefazer-se durante a estação estival, também porque, a determinadas alturas, as noves são mais abundantes que na planície. Acontece que esta neve, acumulando-se sobre as precedentes já caídas, dá origem a Grandes depósitos nervosos que, por sua vez, representam a causa primordial das geleiras.
A altitude das neves perenes, isto é, das neves que não chegam a dissolver-se durante todo o ciclo de estações, varia, naturalmente, de local para local, segundo as diversas altitudes: nos Alpes, beira 2700 metros, nas zonas tropicais sobe até 6.000 metros e, nas regiões polares, desce, ao invés, até ao nível do mar. Observemos o interessante fenômeno que se desenvolve. Às nevadas anuais, sobrepõem-as aquelas do inverno precedente. O vento arrasta a neve na tormenta; em outros lugares, é a própria neve que se destaca e se precipita ao longo dos declives, dando lugar às avalanchas. Em outros pontos, a neve, em grande massa, reunindo-se em grandes zonas, transforma-se em gelo, que se desloca lentamente para o fundo do vale, passa o limite das neves perpétuas e recomeça a dissolver-se, formando torrentes de água ou pequenos lagos.
O manto de neve, que se encontra acima do limite da persistência, é denominado "nevada" e constitui o campo de alimentação da geleira.
As geleiras são de várias formas e extensões; aquelas do tipo alpino, de primeira ordem, estão situadas em formas côncavas, imediatamente sob o cume das montanhas. A neve que não teve tempo de dissolver-se durante a estação estival assinala o limite dos gelos persistentes. Quando a neve se acumula em grande quantidade, se destaca e desce, rolando pelos flancos da montanha; é quando surgem as avalanchas.
O grande rio de gelo que lentamente desce para o vale, é a chamada "língua glacial" e representa aquela parte da geleira que os geólogos denominam "região de consumação". No decorrer do declive, comprimento e largura da língua se atenuam aos poucos, até terminar bruscamente: aqui se encontra a "fronte" da geleira ou "torrente glacial". Nos tempos antigos, as geleiras tiveram uma extensão bem maior do que aquela que possuem atualmente. Ainda hoje, a superfície terrestre conserva vestígios seguros de antigos glaciários, que se estendiam até à planície, seguidas depois, por milênios, da retirada das geleiras mais ou menos nos hodiernos limites restritos. As geleiras recobrem, ainda, uma superfície calculada de 15 milhões de quilômetros quadrados, isto é, mais um décimo das terras emersas.
As geleiras podem classificar-se em duas grandes categorias: aquelas de montanha e aquelas continentais, também encaixadas e suspensas.
As geleiras alpinas de segunda ordem, são um tanto pequenas, sem línguas bem definidas, situadas, geralmente, dentro das anfractuosidades das paredes rochosas das montanhas, denominadas bacias.
As geleiras continentais, ou polares, constam de uma enorme massa de gelo, que reveste todo um continente, como a "Antártica", deixando, quando muito, despontar o terreno apenas nas margens.
Entre as primeiras, assas características são as geleiras de tipo alpino, mais estreitas embaixo do que no alto e situadas em formas côncavas, logo abaixo da crista das montanhas ou dentro de vales das vertentes quase glabras.
De formato bem diferente, devido à dispersa conformação das montanhas, são as geleiras do tipo escandinavo, que consistem de uma grande massa compacta e elevada, situada sobre um planalto, do qual descem, em várias direções, tiras em forma de "línguas".
Frequentemente, o gelo polar se arroja para o mar e se parte em blocos enormes, pelo movimento das águas, formando os "icebergs" (palavra inglesa), verdadeiras montanhas de gelo. A relação entre a parte emersa e aquela na água é de cerca de 1 para 8, o que significa que a 30 metros de gelo na superfície, correspondem cerca de 240 metros submersos. Na verdade, os icebergs atingem, por vezes, até algumas centenas de metros acima das águas do mar. Isso é muito importante para equilibrar a temperatura das águas marinhas e garantir a manutenção da sua flora.
A vida destes flocos de gelos ambulantes, que as correntes marinhas transportam para longe das zonas polares, às vezes também nas águas por onde passam as rotas normais de navegação, com real perigo para os navios, é relativamente breve: não duram mais de dez anos.
As geleiras, porém, não aumentam indefinidamente; se tal acontecesse, em pouco tempo a nossa terra ficaria totalmente coberta de uma única e imensa geleira e a vida seria inexoravelmente cancelada da face do globo. Elas, porém, movem-se e consomem-se lentamente. isso acontece por causa da energia térmica, cujas nascentes são: o desenvolvimento do calor nas profundidades das geleiras, por efeito da energia mecânica desenvolvida pelas massas glaciais; o fluxo de calor emergente do solo, rumo á geleira; o calor emitido do exterior, nos processos de radiação, condução e conversão.
O movimento das geleiras é tão lento que não pode ser percebido a olho nu. Nas grandes geleiras alpinas, esta velocidade não supera de 40 a 50 metros por ano, ao passo que, nas menores, é de apenas 2 a 3 metros por ano.
O criocinégrafo é um instrumento que mede e registra a velocidade de rebaixamento das geleiras. Trata-se de uma âncora fixa na geleira, ligada a um cabo de aço, que vai terminar na margem, em terra firme, e que se enrola num cilindro. Este gira, quando a tensão do fio aumenta devido ao movimento da âncora. O modo é contínuo, porém com afrouxamentos e acelerações, que espelham as alternativas térmicas e a influência das águas do degelo, que facilitam a descida.
A velocidade e as irregularidades do solo em que se apóia o gelo provocam frequentes gretas, algumas das quais bastante profundas, de modo a alcançar o próprio solo. Quando o terreno é muito íngreme, formam-se séries inteiras de frestas, que se interseccionam, isolando blocos e pirâmides de gelo.
Uma das mais interessantes características das geleiras é aquela de arrastar consigo uma certa quantidade de detritos rochosos que, em parte, provém do solo em que pousam, porém mais ainda da erosão dos flancos das montanhas que as circundam. Estes detritos recebem, em seu conjunto, o nome de "moreias", e podem ser laterais, centrais e frontais. As geleiras levam-nos, em parte, pousados em sua superfície, em parte encerrados em seu interior e, em parte, no fundo. Os detritos moreias são, depois, abandonados no terreno, diante e aos lados da geleira. Segundo a fisionomia das moreias pode-se facilmente reconstruir o caminho das geleiras, no tempo. Tal controle é facilitado, também, pela presença das chamadas massas erráticas, transportadas e abandonadas pela geleira, nas regiões por esta atingida.
A ação da geleira é lenta, mas fortíssima. Sua capacidade de erosão é tamanha que pode mudar a forma das maiores montanhas. Se a rocha, então, for particularmente tenra, o gelo escava conchas e bacias tão amplas que podem transformar-se, depois, em verdadeiros e próprios lagos. Eis a origem de todos os belíssimos lagos alpinos da Itália, Suíça e Áustria.
Depois de centenas de milênios da época geológica, em que se estendiam, dominadoras, por todas as planícies alpestres, pode-se muito bem reconhecer o caminho percorrido pelas geleiras, a grande distância de sua origem.
Durante o lento movimento da geleira, do solo em que se apóia ou ao longo dos flancos laterais, destacam-se detritos rochosos, que em parte, estavam encerrados em seu interior, em parte, pousados em sua superfície, em parte permanecem aos lados e que recebem o nome de moreias centrais, laterais ou frontais.
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