Total de visualizações de página

domingo, 29 de dezembro de 2019

O UNIVERSO - ESPAÇO E TEMPO ..



                  Os enigmas do universo, como ele próprio, são imensos. Mas alguns já podem ser resolvidos por inteiro e a criação contida, de uma vez por todas, numa única fórmula matemática. Fundada em tal esperança desenvolveu-se uma ciência moderna. Alguns dos melhores espíritos científicos do século contribuíram para isso. Algumas das mais acesas controvérsias e rivalidades do pensamento moderno daí decorrem. E embora seus elevados objetivos permaneçam inatingidos, parecem mais atingíveis a cada ano com novas pesquisas.
                  Através dos tempos, o homem procurou incansavelmente despir a natureza de seus disfarces e descobrir a ordem oculta que rege o mundo visível, em toda sua diversidade. Essa busca levou-o às profundezas dos mares e as camadas mais elevadas da atmosfera, ao s desertos, às selvas e às regiões geladas que circunda os polos terrestres . à medida que se ampliou o conhecimento humano, alargou-se também a perspectiva que o homem tinha do espaço e do tempo. Foi necessário aceitar a ideia de que o homem é apenas um entre os inumeráveis seres vivos que povoaram a superfície da Terra desde o aparecimento da vida. Foi com relutância que o homem reconheceu sua dependência do sistema natural em que existe - sua necessidade irresistível de ar, de água, de luz e de todas as substâncias e elementos de que precisa satisfazer suas implacáveis necessidade. 
                A viva sensação de interesses que provocou em todas as épocas o estudo da Via Láctea remonta, em ordem cronológica, ao tempo já envolto pelos mitos e pelas lendas. Já é por demais sabido que a leitura do céu e de suas várias manifestações apaixonou os antigos qual uma ciência de símbolos significativos.
               O histórico Plutarco transmitiu aos posteres um parecer de Demócrito de Abdera (V-IV a.C.), insigne filósofo grego que foi um dos primeiros a dar, da Via Láctea, uma definição digna de ser citada. Ele sustenta que se trata de "uma aglomeração de pequenas estrelas, tão distantes de nós que não se consegue percebê-las singularmente". Parece que tal aguda interpretação tenha sido aceita como válida somente vinte séculos depois, talvez porque era impossível, então, certificar-se da veracidade com observações diretas. Galileu ofereceu a possibilidade de acreditar na afirmação de Demócrito; realmente, ao inventar o telescópio (nome dado ao binóculo do cientista) permitiu ao olho humano perscrutar as estrelas a distância aproximada. Ele próprio, em sua obra Sidereus Nunciua",  presta homenagem e justiça ao ilustre filósofo. Sua confirmação teve o mérito de fazer com que muitos pudessem notar, olhando através do mais simples binóculo, como a Via Láctea se assemelha a um conjunto de pequenas e trêmulas luminosidades, apoiadas num laço de veludo escuro. 
              Apurada esta verdade, novos quesitos, de caráter mais complexo, foram apresentados aos cientistas. Por exemplo: por que motivo as estrelas se encontram distribuídas irregularmente, ao longo da Via Láctea? Algumas de suas regiões parecem densas de pontos luminosos, ao passo que outras revelam apenas uma presença bastante limitada de tais pontos.
               Herschel, depois de Galileu, possui o mérito de haver indicado o caminho pelo qual foi possível extrair deduções satisfatórias a respeito da Via Láctea ou Galáxia. Ele dedicou sua vida à ciência, realizando estudos e experiências das mais importantes durante um dos períodos mais fatídicos da história, isto é, aquele que transcorreu de 1780 a 1818. Suas pesquisas permitiram-lhe estabelecer que a massa de estrelas constituintes da Via Láctea "é um grupo no espaço, com a forma de um disco plano, semelhante à de um moinho". tal disco não apresenta caracteres de uniformidade quanto à luminosidade e á distribuição das estrelas. Improvisas frações de obscuridade destacam-se na esteira esbranquiçada da via Láctea, bem como breves intervalos de luz nevoenta, que não nos é permitido, nem mesmo com o telescópio, penetrar e seccionar em estrelas. Trata-se de nebulosas escuras e das nebulosas difusas. 
               A despeito de todos os seus equívocos, os astrônomos da antiguidade  foram capazes de registrar com precisão os movimentos dos corpos celestes e empregar suas observações com fins utilitários.  A primeira aplicação desse conhecimento foi na cronometria, pois todas as medições de tempo são na realidade observações de movimentos  no espaço. Aquilo que chamamos de hora, por exemplo, é simplesmente um arco de 15 graus da rotação diária aparente da esfera celeste. Tês mil anos antes de Cristo os egípcios já haviam concebido um calendário que dividia o ano em doze meses e 365 dias. Os  chineses mantiveram registro dos eclipses a  partir do século XII a.C. e dos cometas a partir do século VII da era cristã. Foi na Grécia, porém, que alguns homens de gênio, valendo-se de uma nova ciência, a geometria, fizeram deduções luminosas sobre o mundo que viam em torno de si. 
              Apesar de prejudicados pela falta de instrumentos de observação, Pitágoras e seus discípulos inferiram que a Terra, embora tenha aparência plana, é na realidade uma esfera. Aristarco não apenas afirmou que a Terra gira em torno do Sol como foi o primeiro homem a compreender a diferença de tamanho e de distância que existe entre o Sol e a Lua, assim como o enorme afastamento das estrelas fixas. Essa incríveis hipóteses tiveram no entanto que curvar-se aos preceitos de Cláudio Ptolomeu (cerca de 150 d.C.), cuja obra principal, o "Almagesto", considerava a Terra como o centro do universo e fazia o Sol girar em torno dela. Esses ensinamentos constituíram a base para o estudo da astronomia nos 1.400 anos seguintes. O sistema ptolomaico ainda era aceito em 1512, quando um polonês, Nicolau Copérnico, iniciou estudos que o persuadiram de que a Terra é um "planeta errante", girando ao redor do Sol, em órbita circular, como os demais planetas. Johannes Kepler, no século seguinte, descobriu que os planetas seguem na verdade órbitas elípticas. Em seguida, Isaac Newton formulou as leis da física que determinaram esse comportamento. 
                  Considerados ligeiramente os corpos principais que representam o sistema galático, seria oportuno falar sobre a peculiaridade inerente á posição da terra com relação á Via Láctea. É este um aspecto do assunto sobre o qual é difícil, para não dizer impossível, pronunciar-nos com dados de fato. Surgiram, de fato, em consequência, problemas relativos ao Sol, e não  seriam poucas as dificuldades  a enfrentar. 
           É possível  uma certa precisão somente na descrição do curso da Via Láctea. Imaginamos, por isso, no céu, o disco plano de que falou Herschel, indicando como o mundo estelar de que somos rodeados siga, na distância, a direção do próprio disco. Podemos, portanto, afirmar que a Via láctea assume a aparência de uma ilha,  formada por milhares de estrelas. Pouco distante do centro desta espécie de disco plano, brilham as massas estelares de que os homens fazem parte. Não há sido possível determinar uma relação entre largura e a espessura do disco, porque o fato de chegar-se a precisar a conformação do Universo deixou algo cépticos os cientistas mais autorizados. Depois de extensas e escrupulosas pesquisas, compreendeu-se que as correntes estelares não vagam pelo infinito e que nós nos encontramos em uma ilha de fronteiras bem delimitadas. O disco ao qual acenam tinha sido um meio aproximativo para dar a ideia de quanto fora a princípio observado. Levando em conta estas ulteriores pesquisas, podemos concluir que a Via Láctea é a expressão de um sistema cósmico, com a forma de uma nebulosa em espiral e pontilhada de um número incalculável de estrelas.
                Os Drs. Margaret Geller e John Huchra fizeram um grande trabalho de levantamento das galáxias num laboratório do Arizona e elaboraram um mapa em 3-D de parte do universo, com quase 3.000 galáxias cobrindo 120 graus por 18 graus e com profundidade de 350 milhões de anos-luz.  É apenas parte de um maravilhoso estudo  de dez anos, mas pode ter sido a primeira vez que galáxias foram corretamente mapeadas. Uma notável descoberta é que elas estão posicionadas na superfície de "bolhas" de vácuo, com uma extensão de 60 a 150 milhões de anos-luz. 
                  Mesmo as galáxias comuns mostram variações e são classificadas em três categorias: galáxias espirais simples, galáxias espirais barradas e galáxias elípticas. 
                  A nossa Via-Láctea (em grego, galáxias Kyklos) é apenas uma das bilhões de galáxias que ocupam o espaço, muitas delas infinitamente maiores do que a nossa. A astrofísica, que utiliza os telescópios gigantes (instrumentos baseados em raios infravermelhos e nas ondas do rádio, que tem capacidade para penetrar nuvens de poeira, microondas que detectam nuvens moleculares, espectroscópios e misteriosos instrumentos chamados radiointerferômetros que medem as curvaturas de campos magnéticos, todos perscrutando os céus em busca de respostas - desde os céus da nossa Via-Láctea até as galáxias tão remotas que a luz que só agora é captada pelos telescópios, deixou as suas fontes há quase 15 bilhões de anos, isto é, pouco depois da formação do universo. 
               De acordo com a teoria de Hubble, as galáxias são agrupadas como se estivessem coladas às tênues paredes de bolhas de dimensões astronômicas. Geler é de opinião quer esta é a melhor analogia de aglomeração das galáxias vistas em seu levantamento. Elas se distribuem nas superfícies das bolhas, concentrando-se onde estas se unem.  
                 Quando procurava medir as distâncias de objetos muito distantes, o Dr. Rudy Schild, do Harvard Smithsonian Center de Astrofísica, se vale de galáxias como lentes gravitacionais. Como previsto na "teoria da relatividade", um objeto de grandes dimensões refratará os raios de luz, da mesma forma como uma lente mais familiar. O objeto distante é um quasar. Observou que havia uma galáxia muito mais próxima que estava alinhada com o quasar, e que é tão pouco luminosa que mal chegava a ser visível. 
                 Em vários respeitos, o universo revelado por Hubble é a essência da simplicidade. Expande-se como uma bolha de gás quente, subitamente solta no vácuo cósmico.  Cada galáxia é como uma molécula de gás. à medida que a nuvem se expande, cada molécula dobrará sua distância em relação a qualquer outra molécula no mesmo ´período de tempo. Ao final do segundo período de tempo, duas vezes mais longo do que o primeiro, ocorrerá outra duplicação e assim por diante até o infinito. 
              Ainda existe muita polêmica sobre a expansão do universo. Nenhuma pesquisa científica é mais significativa do que a descoberta de Edwin Hubbe, segundo a qual o universo está expandindo afastando-se no espaço, como um rolo de fumaça. Numa observação pode-se perceber  que quanto mais pálida e portanto mais distante é uma galáxia, mais suas linhas espectrais se desviam para o extremo vermelho do espectro e mais rapidamente ela deverá estar afastando-se da Via Láctea. Nenhuma outra explicação desse desvio para o vermelho foi até hoje demonstrada em laboratório. Além disso, a relatividade demonstra que o universo não pode permanecer estático. Portanto, não há dúvidas de que o universo está mesmo expandindo e de maneira uniforme. Assim, uma galáxia de um bilhão de anos-luz recua com metade da velocidade de outra a dois bilhões de anos-luz. 
                 Alguns cosmólogos acreditam que novas galáxias se materializam nos vazios deixados pela expansão, e que o universo seja sempre o mesmo, portanto, em estado constante. A maioria deles, contudo, pensa que o universo está mudando e se estende, cada vez mais tênue. Nesse processo, a expansão é ligeiramente retardada pela gravitação. Se o espaço tiver curvatura positiva, como parece, a expansão acabará cessando, e terá início uma contração. 
               Como os astrônomos modernos podem perceber galáxias em recesso aproximadamente a nove décimos da enorme velocidade da luz, de 300.000 quilômetros por segundo, e como ainda não descobriram o limite externo do universo, então convencidos de que o cosmo não é tão simples quanto uma mera bolha de gás em expansão uniforme, condensando-se parcialmente em galáxias. Há, naturalmente, outras boas razões para tal convicção. Se o universo, por exemplo, é finito e tiver um centro, e se a Via Láctea não estiver próxima do centro, então o brilho total  do todo o resto da matéria do universo deveria ser ligeiramente maior de um dos lados da Terra que  do outro. Mas o céu noturno além da Via láctea não é sensivelmente mais brilhante numa direção do que na outra; portanto, os astrônomos são forçados a concluir que o universo se estende indefinidamente em todas as direções.
                Ainda existe, para muitas pessoas, a ideia de que  a Terra é o centro de tudo. As religiões tem contribuído muito para este tipo de pensamento. Essa ideia é tão absurda que os cosmólogos a rejeitaram desde o início. Imaginem um simples planeta como o nosso servindo como ponto focal de bilhões de galáxias e de bilhões e bilhões de outros prováveis planetas. 
                Se a natureza não for a mesma em todos os lugares, as leis da ciência serão meras leis locais, sem validade universal. E se for esse o caso, as leis locais do homem, encontradas no seu sistema solar, não se aplicam ao universo como um todo, e o homem jamais poderá usá-las para compreender esse universo. Mas tal atitude derrotista não é bem aceita e, por isso, os cientistas admitem que a ciência descobre leis universais; acreditam que o universo se comporta da mesma maneira em todos os lugares; que a Terra não ocupa posição privilegiada de espécie alguma; e que o universo não tem fronteiras. 
                  Como o universo não deve ter fronteiras, e como as galáxias se afastam tanto mais rápidas quanto mais distante olham os astrônomos, parece que deve haver galáxias tão distantes que se afastam com a velocidade da luz. Tais galáxias não seriam visíveis, porque suas ondas de radiação se desviariam para o vermelho de uma quantidade infinita e não seriam detectáveis na Terra. Na realidade, estariam situadas além do horizonte cósmico. A velocidade da luz é uma constante fundamental da natureza. Dentro do quadro de qualquer sistema fixo de medida, como o sistema solar, a luz tem a maior velocidade. No universo, a velocidade da luz não limita a velocidade das galáxias de maneira assim direta. Mas aparece nas equações dos cosmólogos em momentos críticos. Em quase todas as teorias matemáticas do universo, até agora apresentadas, a velocidade da luz determina parcialmente a estrutura cósmica global. Os astrônomos já podem ver apreciável parte do horizonte cósmico e  sentem-se esperançosos de que, mesmo com os instrumentos atuais, possam decidir entre os vários "universos possíveis" que os cosmólogos propuseram. Todos esses universos tem uma coisa em comum: embora muitas vezes sejam bastante diferentes em suas consequências, só começam a sê-lo no terreno das observações, quando é quase alcançado o horizonte cósmico. Isso significa que para determinar qual universo proposto corresponde à realidade, as observações definitivas terão de ser forçosamente de longa distância. E como as observações de longa distância de pálidas galáxias são as mais eivadas de erro, os astrônomos sabem que precisam fazê-las em grande número, até que todas concordem, para selecionar, então, o universo real entre os vários "possíveis". 
                 Os cosmólogos chamam os universos possíveis de "modelos".  Quase todos os modelos atuais são baseados, de uma forma ou de outra, nas duas teorias da Relatividade de Einstein. A primeira teoria de Einstein, denominada Relatividade Restrita, (E= mc²) apareceu em 1905. Decorreu da reformulação fundamental das concepções de Espaço e Tempo calcada em extraordinária descoberta do físico americano Albert Michelson, em suas experiências com a luz. Michelson relacionara que se um feixe luminoso fosse emitido na direção do movimento da terra, o impulso adicional que ele recebia do movimento terrestre lhe aumentaria a velocidade, em relação ao feixe emitido em outra direção - na perpendicular, por exemplo. Para surpresa de Michelson, a velocidade da luz se mostrou absolutamente independente do movimento da Terra; por mais cuidadosamente que medisse seus feixes luminosos, fosse qual fosse a direção deles, todos tinham a mesma velocidade - 300.000 quilômetros por segundo. 
                  O fato de a luz nem perder nem ganhar velocidade em consequência do movimento de sua fonte, conduz lógica e inelutável a algumas inopinadas consequências. 
               Albert Einstein, na Relatividade Restrita, forneceu regras para relacionar as medições de observadores que se deslocam em velocidades constantes ao longo de linha retas. Já na Relatividade Generalizada, relacionou as medições de observadores não mais viajando com velocidades retilíneas e constantes em relação um com o outro, mas também com velocidades variáveis e trajetórias curvas. Para fazer isso, teve de reconsiderar as duas propriedades fundamentais da matéria: a inércia, que a faz  resistir a variações na direção de seu movimento, e as propriedades gravitacionais que a forçam a variar a velocidade e encurvar constantemente sua trajetória em relação à presença de outras matérias no universo. Depois de analisar essas propriedades, Einstein achou que devem ser idênticas: que a inércia é gravitação e que ambas decorrem do efeito exercido pela matéria no espaço em que ela existe. 
               Na Relatividade Restrita, Einstein teve de abandonar a concepção de espaço absoluto, a fim de acomodar a verdadeira natureza da luz. Na Relatividade Generalizada, deu um passo à frente. A presença de matéria no espaço sempre produz um campo gravitacional-inercial curvo que faz os corpos se formarem como esferas e faz os corpos satélites orbitarem em círculos ou elipses. Em tais circunstâncias, Einstein não viu sentido em aceitar a ideia abstrata de que o espaço é construído com linhas retas e governado pelos teoremas da geometria euclidiana.  Não viu razão alguma para o espaço ter qualquer propriedade geométrica, exceto as que lhe foram impostas pela presença da matéria. Chegando a tais conclusões, Einstein não iria mais além, se não existisse a geometria multidimensional não-euclidiana,  ramo difícil das matemáticas magnificamente elaborado pelo gênio alemão do século XIX, Georg Friedrich Riemann (1826 x 1866). 
              Quando Albert Einstein morreu em 1955, sua brilhante inteligência havia criado grande parte da estrutura matemática das leis microcósmicas do átono e das leis macrocósmicas do universo. Nos últimos anos de vida, ele procurava sintetizar as duas em um conjunto de equações, a "Teoria do Campo Unificado". Até hoje esse problema continua insolúvel.
              Uma década antes de Hubble verificar que o cosmo se expandia, as equações de Einstein mostraram que devia estar expandindo ou contraindo. Como ele mesmo não acreditava em tais resultados, as reescreveu para deixar o cosmo estático. 
                 O universo é um somatório de quantidades inimagináveis de energia. A única teoria que se apresenta como defensável é a existência de "buracos negros". Um "buraco negro" é o que resta quando uma estrela gigante desmorona sobre si mesma, de forma tão completa que nada resta senão um minúsculo ponto de densidade incalculável, cercado de um campo gravitacional tão forte que nada escapa à sua atração, nem mesmo a luz. 
           Estes são, até hoje, os resultados de longas e ponderáveis observações. O mundo, temporariamente satisfeito em seu desejo de conhecimentos, permanece à espera daquilo que, neste campo, ainda lhe possa reservar o futuro. 

PARA LER  DESDE O INÍCIO 
clique no link abaixo 

sábado, 28 de dezembro de 2019

OUTROS UNIVERSOS ALÉM DA VIA LÁCTEA ..



                       "Como um anel de luz pura e infinita", a Via Láctea envolve o céu de um polo a outro. Ao admirar sua luz cor de pérola e imaginar as distâncias incomensuráveis que ela encerra, o homem deixou-se frequentemente levar pela fantasia. Só recentemente é que  se descobriu o que a Via Láctea é - uma imensa torrente de sóis, de campos estrelados, aglomerados de massa e névoa que compõem a parte visível da galáxia  onde se move o sistema solar. A dificuldade em visualizar  a arquitetura da Via Láctea decorre do  fato de nos encontrarmos "dentro dela". 
          O primeiro entendimento realmente positivo  foi apresentado pela assistente  do observatório de Harvard Henrietta S. Leavitt em 1912. Ela estudava 25 estrelas ceifadas da Pequena Nuvem de Magalhães. Na verdade ela não tinha a menor ideia da distância daquelas estrelas que investigava. Entretanto observou a característica que, a partir de então, tornou famosas essas estrelas variáveis. Percebeu que quanto mais brilhante eram, mais longo era o período de variação do seu brilho. Diante dessa percepção curiosa resolveu publicá-la. Essa publicação chamou a atenção do cientista dinamarquês Ejnar Hertzprung, co-descobridor com a participação de H. N. Russel de Princeton. Eles imediatamente perceberam que a descoberta da Srta. Leavitt poderia ser a chave para medir o universo. 
                  O traçado de estrelas próximas e fumaça estelar, penetrando nos vácuos transparentes e além da negra distância, os brilhantes aglomerados de estrelas eram, na verdade outras galáxias. 
                    Na vastidão do universo, nossa galáxia não passa, contudo, de um dos membros de um agregado cósmico ainda maior, o chamado Grupo Local. Este Grupo compreende dezessete ou mais sistemas mantidos dentro de um raio de 1,5 milhão de anos-luz, pelo efeito da força gravitacional. Numa das extremidades desse vasto super sistema, move-se a "roda" luminosa da Via Láctea: na extremidade oposta situa-se a grande espiral da galáxia Andrômeda. 
               Além dos sistemas citados, o Grupo Local compreende  seis pequenas galáxias elípticas, desprovidas de braços espiralados e quase  sem gás ou poeira cósmica. Possui também quatro véus de estrelas sem estrutura definida, semelhantes às Nuvens de Magalhães, e possivelmente três espirais muito distantes umas das outras e distribuídas de mode esparso no vácuo. Apesar de remotas, as galáxias são unidas pela força gravitacional, girando em torno de um centro  desconhecido, situado em algum lugar entre Andrômeda e a Via Láctea. 
             Quando se dirige o telescópio para além das constelações conhecidas, ultrapassando as nuvens de estrelas e os aglomerados mais distantes da Via Láctea, distingue-se um número crescente de manchas difusas e luminosas no vácuo como teias de aranha. São as galáxias exteriores chamados "Universos Ilhados". Cada uma delas é composta de milhões de estrelas, tão profundamente enterradas no abismo do espaço que a luz que denuncia sua presença requer milhões de anos para vencer a distância que as separa da Terra. Na bacia da Grande Ursa, ou seja, um retângulo que compreende apenas 2 milésimos de toda a esfera celeste, observam-se lampejos de luz muito débeis, que revelam a existência de um grupo de mais de trezentas galáxias. Em comparação, nosso Grupo Local, com seus dezesseis componentes, é um aglomerado minúsculo. Em geral, as galáxias do espaço exterior tendem a formar conjuntos de aproximadamente quinhentos membros. Esses agrupamentos, verdadeiras "galáxias de galáxias", são unidos entre si pela gravitação e às vezes se cruzam no curso de suas grandes viagens.
                     Para os astrônomos, o espetáculo das galáxias proporcionou nova compreensão e perspectiva, fornecendo muitos indícios que permitiram penetrar na evolução do Universo. 
              Os astrônomos estimam que cerca de  1 bilhão de galáxias se encontram ao alcance dos maiores telescópios. Reconhecem-se três principais categorias: as galáxias elípticas, representando 17% das catalogadas: as espiraladas, perfazendo 80%; e as irregulares, complementando os 3% restantes.  Como giram em velocidades diferentes, as galáxias elípticas variam de formato, passando de esferas perfeitamente simétricas a discos achatados, em forma de pires. Pela mesma razão, as espirais também assumem formas variadas, desde as solidamente bobinadas , passando pelos novelos mais frouxos, como a Via Láctea até as bem abertas, semelhantes a girândolas de fogos de artifício. O terceiro grupo de galáxias é formado por sistemas irregulares, como as Nuvens de Magalhães. São galáxias disformes, sem núcleo e sem movimento rotativo simétrico.
                 As galáxias sempre constituíram dúvida e esperança para o homem em geral. Havia dúvida quanto a ser todo o universo visível um simples instrumento para a realização do destino humano. Uma viva esperança de que com a compreensão humana, um dia fosse possível penetrar nas estruturas finais e finalmente compreender o verdadeiro cosmo. 
                 Certos astrônomos modernos tentam enquadrar os vários tipos de galáxias numa sequ~encia evolutiva, sugerindo que as galáxias irregulares e turbulentas são sistemas de origem recente, destinados a transformar-se em espirais, de rotação rápida e, posteriormente, em galáxias elípticas de movimentos mais vagarosos. Entretanto, a maioria dos astrônomos sustenta que todas as galáxias têm aproximadamente a mesma idade. Afirmam que os vários tipos de galáxias adquirem sua feição característica em virtude da diferente aceleração  que receberam no momento de sua formação. A velocidade inicial de uma galáxia determinou a porção de sua matéria primitiva que aglutinou para formar estrelas e a porção que continuou a vagar livremente sob a forma de nuvens de gás e poeira. 
             Em 1867 um cientista chamado Cleveland Abbe  já havia publicado um artigo: "A Natureza das Nebulosas", no qual  sugeria que as nuvens magalânicas e possivelmente outras nebulosas eram verdadeiros sistemas de estrelas semelhantes à Via-Láctea, mas que estavam fora dela. 
                O primeiro astrônomo a usar as descobertas de Hertzprung, como meio de determinar a distância das estrelas, foi Harlow Shapley, diretor do Observatório de Harvard. Depois de refazer e aperfeiçoar o trabalho de Hewrtzprung, continuou, de 1916 a 1918, aplicando os resultados ceifados situadas nos aglomerados globulares da Via Láctea. Com os valores de medições e distâncias dessas estrelas, ele pode fazer o mapa do halo da Via Láctea e depois estimar as dimensões da galáxia, determinando a distância e direção de seu núcleo. 
                   Uma vez provada finalmente a realidade das galáxias, o estudo a respeito delas prosseguiu, como que para recuperar as décadas anteriores de dúvidas e discussões. 
                Os milhões de universos-ilhas descobertas por Hubble não são em nada iguais, que em tamanho, forma ou direção. Em tamanho, a maioria deles é menor que a Via Láctea e alguns são maiores. Em forma, variam desde nuvens groseiras sem características definidas de brilho até esferas de estrelas rebrilhantes como jóias. Equilibram-se no espaço em todos os ângulos. Alguns se mostram de lado, outros de frente e alguns em perfis de três quartos. 
                A partir dos estudos das galáxias e à luz da evolução estelar, surgiu a ideia de que as galáxias irregulares podem representar o primeiro estágio no desenvolvimento delas. Havia gigantescas nuvens de hidrogênio, animadas de turbulência ao se constatarem gravitacionalmente, começando a condensar-se em estrelas. Por exemplo, as irregulares mais próximas - as Nuvens de Magalhães - mostram sinais de ter pequenos núcleos. A Grande Nuvem de Magalhães parece mesmo possuir pequena estrutura inicial em braços espiralados. Se as várias formas de galáxias  podem ser tomadas para representar etapas evolutivas, então a Grande Nuvem e outras irregulares, podem eventualmente evoluir para se tornarem pequenas galáxias espiraladas.  
                Uma dúvida que persiste é sobre as variações evolutivas de formas. Há indicações que,  em nossa galáxia, por exemplo, os radioastrônomos verificaram que nuvens gigantescas de hidrogênio parecem estar em movimento, afastando-se do centro da Via Láctea. Mas o tipo de combinações de forças rotacionais, gravitacionais ou de outra categoria poderiam agrupar tais nuvens de gás em braços espiralados e mantê-las em padrão mais ou  menos estável, continua a ser uma pergunta sem resposta. 
                Alguns astrônomos sugerem que o tamanho, densidade e velocidade de rotação de uma nuvem gasosa determinam o tipo de galáxia no qual se transformará. Se for grande e densa, usará sua matéria gasosa, condensando-se rapidamente em estrelas e envelhecendo prontamente em forma de elítica . Por outro lado, uma nuvem pequena, rala e desorganizada se desenvolverá lentamente e preservará parte de seu gás e poeira para condensações posteriores. Pode até mesmo acontecer que as galáxias mais irregulares e de vidas mais longas ainda estejam apagadas em sua maior parte, meras dispersões de estrelas recém-formadas circundadas de gás escuro.  
                 De qualquer forma, à medida que os gases do centro de uma galáxia espiral se acabam, seu fluxo para fora presumivelmente deverá diminuir. Pouco a pouco as partes gasosas dos braços espiralados poderão então enrolar-se, estreitando-se cada vez mais. As estrelas, formadas de gás, ficariam mais atrás em suas órbitas, mas o gás livre restante, presumivelmente voltaria ao centro para ser consumido. Seguindo uma evolução desse tipo, a galáxia deixaria de sere espiral, tornando-se, ao invés, uma elítica fortemente achatada. Pode-se realmente identificar galáxias que parecem estar em transição de espirais para elíticas. São os chamados S O, que possuem discos bem desenvolvidos mais em braços espirais,  e com pouca ou nenhuma poeira de gás. 
               Observando galáxias elíticas , parece que a formação de estrelas já cessou. Se essas galáxias alguma vez tiveram nuvens de matéria interestelar, foram inteiramente consumidas. Em algumas elíticas, observam-se riscos escuros através das regiões centrais, indicando que ainda podem existir remanescentes de tal matéria-prima. Mas se todos esses vestígios de matéria não comprometida fossem condensar-se em estrelas, e se todas as estrelas de maior massa do disco fossem morrer, uma galáxia outrora elítica e achatada automaticamente tomaria aparência mais esférica quando as estrelas do halo já não fossem superadas em brilho pelas do disco. 
              Vale lembrar de que as galáxias possam ter tal evolução, desde irregulares sem forma até elíticas perfeitamente esféricas, mas isto é apenas uma hipótese 
                Depois de séculos de brilhantes especulações e acalorados debates, o homem acabou aceitando o fato de que sua gigantesca e humilde Via Láctea  - com 100 bilhões de estrelas - é apenas o começo do cosmo. Além dela, infinitamente distantes em todas as direções, situam-se incontáveis outros sistemas de estrelas - outras galáxias, como redemoinhos reinando no universo.   
Nicéas Romeo Zanchett

PARA LER DO INÍCIO 
clique no link abaixo

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

COMO SE FORMAM AS ESTRELAS ..


                Um dos mais profundos mistérios do universo são as massas informes de matéria que deslizam no espaço, formando nuvens de gás e poeira. Flutuando entre as estrelas, nos braços das espirais e em grandes porções das galáxias irregulares, esse material denuncia sua presença quando reflete a luz das estrelas adjacentes (como a névoa em forma de colher ou quando as escurece  atrás de lençóis opacos. Sua densidade é de 1 átomo por centímetro cúbico, o que supera o vácuo mais perfeito produzido na Terra. Entretanto, em algumas regiões, essas nuvens difusas são tão amplas que igualam em massa  a totalidade das estrelas próximas. 
               As nuvens cósmicas são a matéria-prima com que se formou o universo. Cerca de 10 milhões de anos atrás, de acordo com as teorias mais recentes, nossa galáxia era uma fantástica massa de hidrogênio, girando invisível num espaço sem estrelas. À medida que esta nuvem se enrolou, formaram-se turbulências e destas originaram-se turbilhões. Dentro desses últimos, a força da gravidade começou a soldar partículas em corpos cada vez maiores. Depois, quando essas massas em expansão passaram a sofrer a compressão da gravidade, sua temperatura interna elevou-se. Em dado momento, no centro delas, os núcleos atômicos começaram a fundir-se e os átomos de hidrogênio transformaram-se em átomos  de hélio (como acontece na bomba H). Acenderam-se assim as primeiras estrelas. Segundo se acredita, a Via Láctea e todas as galáxias formaram-se dessa maneira. Os astrônomos afirmam que, nas imensas nuvens difusas visíveis no espaço, pode estar ocorrendo atualmente o mesmo e lento processo de criação estelar. 
                 A história de uma estrela começa com seu nascimento, ocorrência que pouco difere do nascimento do Sol. Uma nuvem de gás e poeira, turbilhonada em bolsas de alta densidade, começa a contrair-se em trono de um ou mais de seus centros gravitacionais. A existência de muitos centros em uma nuvem compacta pode resultar em estrela isolada com planetas, em estrela múltipla. O produto final depende da densidade e tamanho da nuvem original e do grau de turbulência de seus movimentos. Os astrônomos julgam identificar proto-estrelas, ainda não acesas, no simples processo de contração das nuvens próximas dos braços espiralados da Via-Láctea. Elas aparecem como glóbulos escuros contra as regiões menos opacas de gás e poeira que as circundam. 
                   Quando a proto-estrela se contrai, suas regiões centrais se aquecem pela liberação de energia gravitacional com o calor da confluência de átomos colidindo uns com outros. Ao final de certo tempo, o calor se torna tão intenso que o hidrogênio do núcleo começa a fundir-se em hélio. Inicialmente, as fusões nucleares de átomos isolados são infrequentes e liberam pouca energia. Mas, à medida que a estrela continua a contrair-se sob o peso de camadas externas que se acumulam, os átomos do núcleo são comprimidos mais fortemente e as fusões se tornam mais frequentes. Depois, estão produzindo energia em expansão na quantidade exatamente suficiente para contrabalançar a capacidade gravitacional da estrela. Assim termina o processo de formação, e a estrela terá alcançado uma condição amadurecida e estável. Se for uma estrela de grande massa e elevada gravitação, a compacidade é rápida e violenta e o núcleo fica extremamente comprimido e quente, liberando quantidades gigantescas de energia de fusão para impedir o prosseguimento da contração. Por outro lado, se a massa for pequena a contração ocorre de modo suave, e os átomos interiores, pouco aglomerados, podem contrabalançar a pressão da gravidade fundindo apenas ocasionalmente . 
                    O Sol está em combustão moderada. Isso quer dizer que, após algumas centenas de bilhões de anos, se for fria, vermelha, leve, de combustão lenta, irá consumir cerca de 10 % de seu hidrogênio original e então se tornará uma estrela ultra-brilhante e anormal. Os cientista já chegaram á conclusão de que está se aproximando desse estágio, mas não se espera que o atinja antes de decorridos três a cinco bilhões de anos. Não há cálculo preciso porque ninguém sabe exatamente qual a quantidade de hidrogênio que ainda resta  em suas regiões internas. O que ocorre a uma estrela média com o tamanho do Sol é que, depois de consumir em torno 40% do hidrogênio em seu núcleo, este se contrai, produzindo temperatura de cerca de 110 milhões de graus centígrados; nesse ponto o hélio deixa de ser cinza inerte, tronando-se combustível ativo. Quaisquer três átomos de  hélio podem, então, fundir-se explosivamente para formar um átomo de carbono, um quarto pode ser adicionado para formar o oxigênio e um quinto para produzir néon. A combinação de todas essas reações gera energia de raios  gama, transformando o núcleo da estrela, de gás inerte, supercomprimido, uniformemente aquecido, em gás ativo, mais quente no centro, onde estão ocorrendo as novas reações, do que na parte externa, onde se processa fusão normal. Esse é o momento criticamente instável na vida de uma estrela e que produz numa espécie de explosão como fusão de hélio ou explosão do centro. 
                   Evidentemente, as estrelas de grande massa devem ter um meio de livrar-se de parte de sua massa antes de morrer. Quando nascem, excedem em muito o limite de Chandrasekhar de 1,4 vezes a massa do Sol, atingindo pelo menos 40 vezes essa massa; isso representa muito peso do qual livrar-se. Embora as vidas de tais estrelas raras com tanta massa ainda estejam envoltas em mistério, sabe-se que a maioria delas gira com alta velocidade e pode eliminar seu excesso de matéria simplesmente expelindo-os dos equadores rodopiantes para o espaço. Contudo, há um determinado número de estrelas de grande massa que nasceram com lenta rotação.  Os cientistas acreditam que quando ocorre o lampejo do hélio e se rompe o núcleo de uma estrela de grande massa e baixa rotação, a explosão fica confinada, devido à avassaladora força da gravidade da própria estrela. Provavelmente coisa semelhante ocorre nos rompimentos dos núcleos de carbono, oxigênio e néon, do núcleo de magnésio, do núcleo de silício, alumínio e enxofre, como também do núcleo de metais pesados que posteriormente se formam em sucessão. Nesse caso, uma estrela de rotação lenta pode ter combustão em camadas separadas, umas envolvendo as outras, variando em etapas desde o leve hidrogênio por fora, até o pesado ferro em seu interior. 
                   Em seu estágio anormal ultra-brilhante, uma estrela consome hidrogênio em ritmo estonteante. O hélio que não se queima acumula cada vez mais rapidamente no núcleo. Cada novo acréscimo de cinza aumenta a compressão gravitacional sobre o núcleo e a temperatura necessária para suportar tal pressão. Por sua vez, o calor crescente aumenta a velocidade de fusão e de produção de cinza. À media em que a cinza se acumula no centro, a fusão continua numa camada brilhante em torno dele. No entanto, a cinza não tem fonte  de energia interna e começa a contrair-se sob seu próprio peso crescente. Na contração, seus núcleos atômicos são comprimidos uns contra os outros, seus eléctrons são arrancados de órbita, e há liberação de energia gravitacional. Essa energia aumenta a temperatura do núcleo, e o calor adicional aumenta o ritmo das reações de fusão que ocorrem nas camadas envolventes. A reação primária "próton-próton, importante no Sol, não é muito afetada pelo calor adicional, mas a reação secundária do ciclo de carbono se acelera rapidamente, torna-se dominante, e breve estará malbaratando o patrimônio da estrela, em pródigo derrame de energia. 
                  Já se sabe que algum dia todas as estrelas da Via-Láctea deverão empalidecer e apagar-se. O mérito dessa grande façanha - provavelmente a maior dos últimos anos da astronomia - pertence a centenas de cientistas. Já em 1920 o astrônomo inglês Sir Arthur Stanley Eddington percebeu, pela primeira vez, a importância da massa na vida das estrelas. Ele verificou que, uma vez formada a estrela com determinada quantidade de matéria, o resto de sua vida é determinado pelo constante entrechoque de duas tendências opostas: por um lado, tende a contrair-se sob o peso de sua atração gravitacional; e, por outro lado, tende a desintegrar-se pela liberação da energia que contém, de acordo com a lei de Einstein com sua "Teoria da Relatividade"-  E = mc². Lembremos que Einstein publicou sua "Relatividade Generalizada" em 1916 - teoria matemática da gravitação, que substituiu os conceitos "newtonianos" por abstrações tão difíceis, que mesmo a maioria dos matemáticos levou uma década para alcançá-la. Uma década antes de Hubble verificar que o cosmo se expandia, as equações de Einstein mostraram que devia estar expandindo ou contraindo. Mas não acreditando em tais resultados, ele mesmo  as reescreveu, para deixar o cosmo estático. A essência da teoria de Einstein é que a presença de matérias distorce o espaço, tornando-o curvo. Na década de 1930, Hubble tentou determinar a curvatura do cosmo contando o número de galáxias em cada esfera sucessiva, mas não teve êxito. 
             Há uma estarrecedora diversidade das estrelas, conformando-as a sequências evolutivas, como também explica todas as espécies turbulentas de estrelas, simplesmente como estagio da vida de cada uma estrela normal. 
                   Muitos cientistas são concordes quanto aos cálculos e observações para permitir uma descrição do nascimento, adolescência, maturidade, senilidade e morte da maiorias das estrelas, e até mesmo, de maneira quantitativa. Isso leva-nos a crer no final dos tempos quando todas deverão apagar-se. 
                A ideia fundamental para desvendar a evolução estelar foi desenvolvida na década de 1940 por Walter Baade, do observatório Palomar. Para exemplificar, ele salientou que, assim como há diferentes floras e faunas nas ilhas e continentes diversos da Terra, também há populações diferentes de estrelas nos céus, as quais evoluíram de modo diferente uma das outras. 

PARA LER MAIS ARTIGOS 
 clique no link abaixo 

NASCIMENTO E VIDA DO SOL ..


                  O Sol é apenas uma estrela que, como as demais, nasceu e um dia morrerá. 
                  Vistas a olho nu, as estrelas brilham com lantejoulas de prata  no tecido escuro do firmamento. Aparentemente sem dimensão ou identidade, elas parecem simples pontinhos fixos  e infinitamente remotos. Se esplendor e sua diversidade revelam-se apenas pelo poder do telescópio - e do espectroscópio. É então que suas cores se desvendam, passando de fugazes centelhas a joias fulgurantes, brilhando em todos os comprimentos de onde do espectro da luz. 
              Como as estrelas são incandescentes, suas cores derivam de suas temperaturas. Assim, as estrelas vermelhas, como Antares e Aldebarã, são relativamente frias. A temperatura superficial situa-se aí ao redor de 3.300º C. Nas estrelas amarelas, co o Sol, as temperaturas  são superiores a estas em alguns milhares de graus. E, nas estrelas fortemente ultravioletas - as mais quentes de todas -, a temperatura pode atingir 55.000º C. 
               Conhecendo o processo termonuclear que controla a combustão das estrelas, os astrônomos concluíram que os diversos tipos estelares representam diferentes estágios de evolução. 
               O ciclo de vida de uma estrela parece obedecer a certas etapas: 1) enquanto não tiver consumido até 15% do hidrogênio que contém, a estrela queima continuamente, sem mudar substancialmente sua natureza. A taxa de combustão depende da quantidade de matéria contida na estrela, ou seja, as grandes se consomem mais rapidamente que as pequenas; 2) depois de ter queimado 15% de seu hidrogênio, a estrela começa a evoluir. Passa então a desperdiçar combustível, consumindo os 85% restantes no mesmo tempo em que levou para queimar os 15%  iniciais.  Ao resfriar, ela se expande, aumentando de cinquenta a cem vezes em volume. Nesse estágio, ela se transforma em estrela gigante vermelha ou então em super gigante - de volume 8 mil milhões de vezes maior do que o Sol; 3) ao ter consumido 60% de seu hidrogênio, a pressão interna começa a cair e o exterior inflado, a murchar. Durante esta contração, ocorrem reações atômicas completas que tornam a estrela instável. Então, dependendo das circunstâncias, ela toma forma de uma estrela pulsante ou explode sob forma de uma estrela nova. Finalmente, entra em colapso e transforma-se em minúscula estrela branca, capaz de emitir apenas a luz que irradia o débil calor produzido em sua lenta compressão. 
                 Este é um ciclo de vida teórico. Ele pode entretanto complicar-se  caso uma estrela se encontre em estreita conjunção com outra. É o caso da estrela dupla R.W. da constelação Perseu. Além disso, nem todas as estrelas percorrem seu ciclo de existência num mesmo espaço de tempo. Enquanto as estrelas de maior massa podem despender sua energia em 10 milhões de  anos e assim extinguir-se, as estrelas menores e mais fracas podem continuar existindo durante 50 milhões de anos. 
              A razão pela qual as estrelas da População II revelam tamanha disparidade em sua evolução está na ausência de poeira ou gás cósmico nos aglomerador estelares e galáxias em que se encontram. Não existindo esses elementos, que permitiriam a formação de novas estrelas, elas evoluem isoladas, sem serem reabastecidas desde seu nascimento. Por isso, cada uma dessas estrelas ilustra fases avançadas do desenvolvimento estelar. Portanto, a vida varia de acordo com a sua massa existente. As estrelas da população I obedecem a processos evolutivos semelhantes, mas, consideradas em conjunto, parecem mudar muito pouco no tempo. 
             O habitat especial das estrelas, nas galáxias espirais e irregulares, contém massas de gás e poeira que dão origem continuamente à criação de novas estrelas azuis. Dessa forma, as estrelas extintas são sempre substituídas por outras. É por essa razão que a Via Láctea ainda exibe seu primitivo tom azulado. Entretanto, à medida que as nuvens cósmicas se exaurem e as grandes estrelas azuis se extinguem, A Via Láctea se torna cada vez mais fraca e amarelada.
              O Sol é apenas um entre 100 bilhões dos participantes da órbita. Imaginar toda a Via-Láctea foi uma tarefa gigantesca que ainda não terminou. É o centro e rotação de seus cometas, asteroides e planetas, fonte de sua própria energia, produtor e controlador de suas varições, causa de seus principais movimentos, a luz mais brilhante, a massa mais pesada e mantenedora da vida. Mesmo com tanto poder ainda continua sendo uma, a mais próxima de nós. Podemos defini-lo como um monstro maravilhoso, diferente dos sólidos rochedos planetários ou dos enfatuados cometas que em torno dele rodopiam. 
                 Nenhum corpo do universo é tão importante para o homem como o Sol, fogo central do qual depende toda a vida na Terra e a que possa existir em qualquer outra parte desse sistema solar. 
                Os cálculos mais precisos do diâmetro do Sol nos dão conta de que têm 1.392.000 quilômetros. É incomparavelmente maior do que qualquer planeta; todos os seus bilhões e bilhões de toneladas são apenas gases. Mesmo no seu centro, sob a esmagadora gravidade de setenta milhões de toneladas pressionando cada centímetro quadrado de matéria, os átomos ainda têm a propriedade de se moverem livremente e suportar essa tremenda compressão. O que impede o colapso e solidificação do seu núcleo é uma tremenda energia que eleva a temperatura interna até cerca de 10 milhões de gaus centígrados, aquecendo não somente a enorme capa gasosa do astro, mas também o resto de todo o sistema solar. A fonte de toda essa energia á a conversão de matéria; a lenta, constante e incoercível destruição da substância do Sol pela fusão nuclear de átomos de hidrogênio em átomos de hélio. O processo assemelha-se à reação explosiva da boba H, exceto quanto ao fato de ser moderada e contida pelos quatrilhões de quilômetros cúbicos de gás elástico que circundam o núcleo do Sol. 
                          Esta maravilhosa "bola avermelhada" é a estrela central do Sistema Solar. Todos os outros corpos deste sistema, como planetas, planetas anões, asteroides, cometas e poeira cósmica, bem como todos os satélites associados a estes corpos giram ao seu redor. 
                Considerando os vastíssimos padrões de tempo astronômico, o Sol é uma estrela relativamente novata na galáxia. A Via-Láctea tem mais de 10 bilhões de anos, mas o Sol tem apenas metade disso. Nasceu de uma "nuvem de gás, há cerca de 5 bilhões de anos e, com relativa rapidez, assumiu as caraterísticas que tem até hoje. O Sol é apenas uma estrela de peso médio e pode-se esperar que tenha uma idade madura bastante longa antes de inchar até tornar-se uma gigantesca estrela vermelha. Esse fato foi de extrema importância para o surgimento da humanidade com o desenvolvimento do Homo Sapiens. Até aqui tivemos sorte, mas não sabemos como irão se comportar os cometas e asteroides que giram em torno dele. Sabemos que existe um cometa com cerca de 9 quilômetros de largura que pode vir em direção á terra. As consequências disso já são previsíveis pelos cientistas: extinção em massa e total alteração do nosso sistema.
                  Já se passaram 5 bilhões de anos de vida solar normal, e outros cinco bilhões estão à frente. Contudo, a essa altura, as relações de fusão no interior do Sol terão depositado tanto resíduo de hélio no núcleo, que a  fornalha nuclear será forçada a ter reações imprevisíveis e muito mais quentes e violentas. Quando isso acontecer, o Sol se expandirá enormemente e tornará impossível a vida como conhecemos. Com essa expansão arrefecerá a sua superfície, primeiramente tornando-o de cor alaranjado e depois vermelho. Devido ao aumento de tamanho, o calor total irradiado será muito maior do que o atual.  Mercúrio será torrado, Vênus será frita, e a temperatura na superfície da terra subirá acima do ponto de ebulição. Esse enorme transbordamento de calor e energia será demasiadamente grande para manter-se por muito tempo e, ao final de uns dois bilhões de anos, o Sol começará a encolher de novo. Durante seu longo declínio rumo ao final, passará a ser uma estrela anã branca e irá resfriar-se.  No final de 50 bilhões de anos estará totalmente negro. Esta é a expectativa dos maiores cientistas que exaustivamente estudaram esse assunto. 
                 Como se formou o Sistema Solar é a pergunta que mais intriga o homem. 
                 O maravilhoso sistema da Via-Láctea engloba não apenas estrelas visíveis de todas as espécies, mas também nuvens de gás e poeira em suspensão. Essas nuvens cósmicas de partículas são mais rarefeitas do que o mais perfeito vácuo de laboratório, mas em várias regiões da Via-Láctea se apresentam tão compactas, nuvem junto a nuvem, que ocultam completamente as estrelas e galáxias que existem atrás delas, através do infinito. 
                 Existem muitas hipóteses propostas para explicar as condições para  o nascimento do Sistema Solar A que parece atender melhor as condições existentes para seu nascimento é do astrônomo Gerad P. Kuiper, na década de 1950. Seu trabalho baseou-se na reformulação de várias outras teorias, baseada na suposição de que o Sol e todos os planetas procedem de uma nuvem de gás primordial. Há muitas de tais nuvens atravessando o período de processo de formação de estrelas. As observações e fotos tiradas com os mais avançados sistemas,  conseguiram mostrar o ciclo de vida das estrelas e tornaram mais claros aos astrônomos em quase toda a nova serie de observações. Mas a mecânica que produziu os fenômenos foi desvendada pouco a pouco, indício por indício, ao longo de vários séculos. 
               Esse gás primordial é escassamente encontrado no espaço, mas a atração gravitacional mútua das moléculas no interior da nuvem começará gradualmente a aglomerá-las, e a massa ficará cada vez mais compacta. Esse efeito se torna possível pelos movimentos casuais de gás em turbilhão no interior da nuvem e baseia-se na superposição de que sempre haverá algum movimento em qualquer dessas nuvens.  O movimento, então, tornando-se cada vez mais rotativo, achata e condensa a nuvem. A maior concentração de matéria será um ou mais aglomerados no centro, com concentrações menores girando em torno dele. À medida em que a potência radiante dessa nova estrela aumenta os invólucros gasosos dos planetas mais próximos são completamente evaporados  e só permanecem os núcleos desnudos. Os gigantes externos são menos afetados. Depois de todo esse processo,  a radiação da brilhante estrela já expulsou o restante dos gases livres do sistema. O que permanece é um conjuntos misto de planetas pequenos e sólidos próximos da estrela, e outros maiores, gasosos, mas afastados.  Foi assim que surgiu o nosso Sistema Solar, responsável por toda a vida na Terra. 
                A superfície do sol consiste em uma massa agitada de gases quentes e partículas subatômicas, à temperatura média de 5.500 graus C. Conturba-se por tremendos turbilhões em seu interior, que afloram para formar manchas solares e também protuberâncias. Estas aparecem nas mais diversas formas. As menores se chamam espículas e duram apenas cerca de cinco minutos e se elevam apenas a poucos milhares de quilômetros. Pouco se sabe a respeito das protuberâncias, embora se acredite sejam  de gás muito quente, projetando para cima como ondas de choque, efeito de pulsações no interior do astro. Algumas podem ser vistas quando se elevam na atmosfera; outras parecem ignizar-se nas alturas, ardendo de volta em direção ao Sol.  Por uma razão misteriosa, algumas se ligam às manchas solares e outras não. 
                               A vida, onde quer que exista, é o produto da luz de uma estrela. Toda a vida que há sobre a terra decorre de radiações que provém de uma estrela amarela, de meia-idade, a que chamamos Sol. A energia da lua solar transforma-se em vida por intermédio de células vegetais e animais. Cada célula, humana, animal ou vegetal tem uma parcela de energia do Sol. A operação essencial que se processa consiste na transformação de uma forma de energia em outra, especialmente na transformação de energia radiante do Sol em energia química, que permite à célula desenvolver-se e multiplicar-se, fazendo as plantas florescerem, aos animais seguirem seu curso e instinto, e ao homem desenvolver sua história, seja no trabalho, na guerra ou na paz.  Todas as células são totalmente dependentes de energia para manter sua estrutura organizada e desempenhar as variadas mecânicas, elétricas e químicas que constitui seus processos vitais. O corpo humano, por exemplo, tem cerca de 10 trilhões de células que estão em permanente renovação. Cada uma delas se mantem viva enquanto receber energia solar. Portanto, em cada uma delas há um ponto dessa energia. Mas diariamente milhões morrem e são substituídas por outras com renovada energia vital. O Sol é o verdadeiro deus.
                   A luz solar é  energia liberada pela fusão de matéria na fornalha termonuclear de nosso Sol, e é irradiada no espaço em todas as direções. Uma insignificante fração do total, na proporção aproximada de um para dois bilhões, atinge a superfície da terra. As plantas capturam cerca de uma centésima parte dessa pequenina réstia, que utilizam para assegurar o processo equilibrado da Vida. Quando um ser vivo, seja humano ou animal, faz um esforço muscular, está utilizando a energia liberada pelos alimentos que anteriormente a tinham recebido do Sol tais como o açúcar dos vegetais clorofilados.
                As estrelas se movimentam em trajetórias circulares, em torno do eixo da galáxia, e seus movimentos reais são resultantes de movimentos aparentes paralelos ao Sol, e outros movimentos que dele se aproximam ou se afastam. Estrelas internas podem estar alcançando o Sol ou passando á sua frente. As estrelas nas zonas externas parecem que se dirigem para o Sol ou desaparecem atrás dele. Além disso, muitas estrelas viajam aglomeradas, rodopiando umas em torno das outras.   
                 Imerso na Via-Láctea, o homem só pode perceber apenas as regiões vizinhas dela, as que circundam a Terra numa faixa de estrelas a estender-se através e em torno dos céus de ambos os hemisférios. Mas a concepção da Via-Láctea como uma ilha cósmica de estrelas, galáxias em espiral girando lentamente na imensidão do espaço, tornou-se clara quando o homem notou que havia inúmeras outras galáxias, visíveis de várias formas, segundo a perspectiva, distribuídas em todas as direções até onde podem alcançar os telescópios modernos. 
               O Sol e as outras miríades de estrelas, que estão no gasoso e empoeirado disco principal da Via-Láctea, são apenas uma das duas principais da população da galáxia. O seu conjunto achatado, por mais vasto que seja, se assemelha ao giro dos planetas em torno do Sol. Mas a Via-Láctea tem uma parte muito maior: o halo esférico de 100.000 anos-luz de diâmetro, com estrelas e aglomerados de estrelas é equivalente à distante esfera de cometas que circundam o Sol e os planetas. Como as do centro, muitas das brilhantes estrelas do halo têm cor vermelha que acredita-se sejam muito velhas, remontando o nascimento da galáxia. 
                    O poder da luz do Sol é tão radiante que para ser estudado os astrônomos tiveram que desenvolver o conhecido "telescópio solar". Mesmo assim o disco solar é tão brilhante que que sua atmosfera só pode ser vista durante um eclipse total. Em 1930 o astrônomo francês  Bernard Lyot inventou um processo de inserção de pequeno disco no interior do telescópio total, produzindo, assim, uma espécie de eclipse artificial permanente. Isso veio facilitar e intensificar as observações a qualquer hora e por qualquer tempo. 
                   A evolução futura do sol também tem sido objeto de especulações dos astrônomos, destacando-se a de Martin Schwarzhid, da Universidade de Princenton, e Allan Sandage, de Palomar. Na medida em que avança o processo cósmico, a temperatura crescente provocada pelo peso da cinza no núcleo do Sol, fará arder outros processos nucleares alem da fusão e o Sol começará a consumir seu combustível em escala menor do que agora. Em cerca de 5 bilhões de anos se estabelecerá esta  mudança de ritmo e o Sol começará a inchar. Sua fotosfera diminuirá de temperatura por metro quadrado de superfície, mas como estará maior, a quantidade total de energia liberada também será maior. Ao final de um período de cerca de 1 bilhão de anos a temperatura média da superfície da Terra subirá de 500ºC. Os oceanos evaporarão e estanho derreterá como melaço. 
                  Mais tarde, depois que a vida terrestre for extinta, o Sol terá encolhido novamente, talvez sujeito a instabilidade e erupções que poderão varrer os planetas exteriores com lufadas destruidoras de raios gama. Continuará a encolher nas extremidades longínquas, enquanto a fornalha nuclear de compressão gravitacional de sua matéria interna se extinguirá, e o único clarão que continuará emitindo será energia de compressão gravitacional de sua matéria gasta, em colapso. Pouco a pouco reduzirá de tamanho, até tornar-se menor do que a Terra, e os gases tão densamente comprimidos reduzirão tudo a pequenos objetos. Durante bilhões de anos, continuará esfriando e irradiando fraca energia infravermelha. Por fim se apagará completamente. Será apenas mais um espaço negro e frio como as regiões do espaço que hoje o circundam.  
Nicéas Romeo Zanchett

PARA LER OUTROS ARTIGOS 
clique no link abaixo 

quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

AS GALÁXIAS, O COSMO E SEUS MISTÉRIOS ..

.


                    Para além do nosso planeta, existe um oceano de galáxias ainda envolto em mistérios.  O avanço da astronomia, mais que todas as outras ciências, revelou a dimensão modesta do homem perante a natureza. Sua condição ficou patente à medida que adotou como referência não apenas  o pequeno planeta que habita, mas todo o universo exterior. Por mais  forte que seja a convicção de que é o senhor da Terra, a imagem que faz de si mesmo se reduz à insignificância quando levanta os olhos  para a abóbada estrelada da noite e contempla as profundezas  inescrutáveis do espaço. Dentro dessa imensidão, seu minúsculo domínio é comparável a um grão de areia no deserto.
                Esta realidade se impôs muito lentamente, e não foi fácil para o homem aceitá-la. Ele sempre se considerou o centro do universo - o que não é surpreendente pois, antes que evoluíssem os conhecimentos  e recursos da ciência moderna, ele não tinha meios de avaliar a extensão verdadeira de seu mundo. Do pedestal aparentemente imóvel em que nos encontramos, o Sol e a Lua parecem correr com regularidade em direção ao ocidente, de um horizonte a outro, e todo o céu noturno toma a forma de uma grande abóbada giratória, que carrega consigo o conjunto cintilante das estrelas fixas. É natural assim que, durante a maior parte de sua existência, o homem tenha acreditado que a Terra era estática, um objeto solidamente ancorado num mundo de luzes em movimento. 
              Logo após a invenção do telescópio, ao redor do ano de 1600, Galileu anunciou a descoberta de importantes características  do sistema solar - as  montanhas da Lua, as fases de Vênus, os satélites de Júpiter e as manchas solares. Com o passar dos séculos e o aperfeiçoamento dos telescópios, os astrônomos puderam aprofundar sua visão do espaço e retirar daí, pouco a pouco, uma ideia precisa sobre a imensidão do cosmo e a profusão de seus inextinguíveis fogos. Partindo de fatos e teorias, elaboraram os conceitos específicos  do universo, que permitem pintar quadros tão detalhados quanto os que ilustram estas páginas. 
                 Galáxia é um grupo de estrelas com nuvens de gás e partículas de poeira cósmica que se movem juntas pelo Universo. Trata-se de um grande sistema, gravitacionalmente ligado, que se constitui de estrelas, remanescentes de estrelas, além da matéria escura. Portanto é um meio interestelar de gás e poeira cósmica. 
               Numa noite clara, podem ser vistas cerca de 5.000 estrelas a olho nu. Um pequeno telescópio pode revelar contudo mais de 2 milhões , e o grande telescópio de monte Palomar é capaz de detectar a luz de milhares de milhões de estrelas. Embora o céu pareça um tecido escuro, cravejado de lantejoulas, as distâncias entre os corpos celestes são tão gigantescas  que, numa outra escalo, eles podem ser comparados a boias luminosas num oceano vazio, flutuando solitárias a milhões de quilômetros umas das outras. A estrela mais próxima da Terra, excetuando o Sol, é a estrela múltipla Alfa, da constelação do Centauro, localizada a 4,4 anos-luz de distância (1 ano-luz é a distância que a luz percorre em um ano, ou seja, aproximadamente,  9,6 bilhões de quilômetros). O Sol está apenas a 8 minutos-luz da Terra. Betelgeuse, a gigantesca estrela situada na constelação de Órion, está a 300 anos-luz de distância. A luz de Rigel, gigante azul de Órion, leva 540 anos para atingir nossos olhos. 
                Mesmo assim, essas estrelas são nossas vizinhas próximas, e as distâncias que as separam de nós equivalem a centímetros, na escala cósmica. Foi somente nas últimas décadas que se conseguiu vislumbrar as dimensões do universo e toda sua complexidade. Sabe-se  agora que o sistema solar é uma unidade infinitesimal do anel exterior da grande galáxia de estrelas que formam a Via Láctea. E, por sua vez, a Via Láctea (que já foi considerada como sendo o próprio universo) não passa de uma unidade num aglomerado de galáxias unidas entre si pela gravitação e girando juntas através do espaço. 
               Entretanto, não são apenas as dimensões do universo que deixam perplexo o cosmólogo, quando este chega aos limites da visão, isto é, a 2 mil milhões de anos-luz (19 mil trilhões de quilômetros terrestres). A essa dimensão ele se defronta com enigmas que o advertem no sentido de não aplicar o resultado de sua respectiva experiencia terrestre às profundezas do espaço e do tempo. Há razões para acreditar que todos os sistemas de medida utilizados na terra sejam inadaptáveis às visões exteriores do cosmo. É duvidoso que as noções comuns de geometria e forma, derivadas dos sentidos limitados do homem, possam ser empregados para explicar um universo onde o espaço pode não ter limites. Contemplando o nada, o homem vê-se diante de conceitos complexos , como o infinito e a eternidade. Neste ponto, ciência e imaginação se encontram frente  aos mesmos enigmas. 
                  As estrelas se encontram distribuídas em galáxias, e todas as "estrelas visíveis a olho nu" pertencem a uma galáxia, a nossa Via-Láctea.
                É difícil perceber a forma da Via-Láctea, porque o Sol e a Terra estão mergulhados nela. O Sol é a parte do enorme disco rotativo de estrelas, poeira e gás, com 100.000 anos-luz de diâmetro, girando em torno de um eixo central. O gás, que se estende a partir do núcleo é iluminado por brilhantes estrelas azuis. A maior parte das estrelas do centro é de cor vermelha. O próprio núcleo é vermelho, e assim é o halo difuso em torno dele. 
             O Sol, nosso Astro Rei tem sua face avermelhada, larga e esburacada; enquanto as outras estrelas desta galáxia são minúsculos pontos de luz prateada, sem face, sem marcas e sem dimensões. Todas as estrelas que brilham no espaço e o povoam em todas as direções, embora pareçam brilhantes como fogos de artifício ou vaga-lumes, mostram-se, ao telescópio, como pontos de luz sem dimensão. Esses pontos, contudo, ensinaram aos astrônomos mais sobre todas as outras estrelas juntas do que eles sabem a respeito do Sol. 
               Os primeiros homens a observar o céu, às margens do Eufrates e do Nilo, perceberam que cinco estrelas luminosas mudavam de posição de uma noite para a outra, seguindo um caminho aparentemente caprichoso entre as constelações. Os Gregos as chamaram de planetai, que significava errantes. Hoje sabe-se que não são verdadeiras estrelas, em combustão no espaço longínquo, mas apenas companheiros frios do Sol, cuja luz refletem, como a Terra. Sabe-se também que, além dos cinco planetas visíveis a olho nu, outros três podem ser vistos ao telescópio. Por estarem próximos da Terra, o homem muitas vezes se perguntou se algum desses mundos vizinhos não abrigaria uma formas de vida semelhantes á sua. 
              Todas as respostas a essa questão se apoiam num postulado básico das ciência: o princípio da uniformidade da natureza, segundo a qual o elementos encontrados na Terra existem em todo o universo e obedecem às mesmas leis físicas. Entretanto, a existência de vida nos cinco planetas externos do sistema solar está afastada. Eles são excessivamente frios, pois a temperatura superficial varia de  - 110º C em Júpiter a 230ºC  no longínquo Plutão -. Todos eles, salvo talvez Plutão, apresentam-se envolvidos por espessas nuvens de gases tóxicos. Quanto a Mercúrio, além de ser desprovido de ar, suas temperatura atingem limites extremamente elevados. Vênus está envolto em nuvens de dióxido de carbono. As propriedades isolantes deste gás são tais que a temperatura na superfície do planeta está próxima à da água fervente. 
               De todos os planetas, resta apenas Marte como possível reduto de algum tipo de vida. Embora sua temperatura máxima não atinja 10º C. podem-se observar variações periódicas de cor neste planeta, semelhantes às produzidas pelas mudanças de estações na Terra. Só se pode afirmar, contudo, que as condições ambientais de Marte possibilitam a existência de uma vegetação primitiva. Se existirem formas superiores  de vida em outro lugar  além da Terra, estas deverão ser procuradas fora do sistema solar, nas vastidões estreladas da Via Láctea ou nas galáxias distantes. 
              Usando velocidades para comprovar as distâncias, os astrônomos aperfeiçoaram métodos cuidadosos para medir os vários movimentos das estrelas em relação ao Sol e para subtrair todo o movimento aparente causado pela rotação, revolução e inclinação da terra em sua órbita. Os movimentos simples das estrelas através do espaço são chamados "movimento próprios" e medidos por pequenos desvios angulares em suas coordenadas celestes. 
                Ao mover-se uma estrela no espaço, na direção da sua emissão luminosa, ela emite ondas que se comprimem umas contra as outras mais do que normalmente. Da mesma maneira, as ondas luminosas da sua esteira ficam, pelo movimento, ligeiramente afastadas entre si. Como resultado, ela emite para a frente ondas de frequência mais elevadas, mais curtas e mais azuis do que seriam se a estrela permanecesse fixa no espaço. As ondas emitidas em sua esteira ficam com menor frequência, comprimento de onda mais longo e mais vermelhas. 
              Já se estudou exaustivamente que existe uma harmonia entre as esferas vizinhas da Terra.  
             Da plataforma terrestre, aparentemente imóvel, os planetas parecem percorrer o céu dentro de um estreito cinturão, que os antigos chamaram de Zodíaco.  Hoje sabe-se que esta "avenida" do espaço é o perfil achatado de um enorme sistema em forma de disco, dentro do qual a Terra é os demais planetas acham-se aprisionados pela gravidade, condenados a girar, "enquanto existirem", em torno de uma estrela central, o Sol. O complexo sistema solar não compreende apenas os nove planetas, mas também 31 luas ou satélites menores dos planetas, 30.000 asteroides ou planetas menores, milhares de cometas e um número incontável de meteoros, que penetram todos os dias na atmosfera terrestre, abrindo caminho a fogo e em seguida volatizando-se. 
              Apesar desta sua complexidade, o sistema solar revela uma ordem e uma harmonia extraordinárias. na parte inferior desta página estão representadas as órbitas dos planetas interiores e exteriores, desde Mercúrio, que gira a 57.6 milhões de quilômetros do Sol, até o longínquo Plutão, cuja enorme órbita situa-se a 5.870 milhões de quilômetros de distância. 
                Os planetas efetuam suas revoluções em órbitas elípticas, a distâncias e velocidades variáveis. Deslocam-se mais velozmente quando se aproximam do Sol e mais lentamente quando se afastam dele. Os movimentos dos planetas são governados pelo frágil equilíbrio que existe entre a inércia (isto é, sua tendência a prosseguir em linha reta) e a atração gravitacional do Sol. Este equilíbrio impede, por um lado, que eles se projetem através do espaço e, por outro, que se precipitem na m assa incandescente do Sol. As mesmas leis comandam os cometas: quando eles se afastam em suas órbitas alongadas, a força gravitacional do Sol os freia e os atrai de volta; quando tornam a se aproximar do Sol, a força da inércia leva-os a ultrapassar o astro em vez de chocar-se com ele. 
               Para o habitante da Terra, que vive a 149 milhões de quilômetros do Sol, as dimensões do sistema solar parecem fantásticas. Seu pequeno planeta tem um diâmetro de 12.640 quilômetros, menos que a décima parte  do diâmetro do grande planeta Júpiter e menos que a centésima parte do diâmetro do Sol. Seriam necessárias 1,3 milhão de esferas do tamanho da Terra para atingir o volume do Sol. - e este, por sua vez, não passa de uma estrela de tamanho médio. Se imaginarmos o Sol como uma esfera de 15 centímetros de diâmetro, a Terra estaria a 15 metros dele, Plutão a 800 metros e as estrelas mais próximas  a quase 5.000 quilômetros de distância.  E estas são as vizinhas mais próximas da Terra, na imensa Via Láctea.. 

Nicéas Romeo Zanchett 





PREFÁCIO






Em certa ocasião Einstein disse: " A coisa mais incompreensível do mundo é que ele é compreensível.
               Em 1905, Albert Einstein reformulou o conceito clássico do universo em dois breves trabalhos. Daí por diante, o seu desejo constante foi ordenar  todas as forças da Natureza numa série unificada de equações, Ele nunca completou esse trabalho, mas manteve-se firme em sua fé de que a ordem, e não o caos, governa o universo.
                  Com 16 anos de idade, quando solicitou admissão no Instituto Politécnico Federal da Suíça, em Zurique, foi recusado em virtude de seu conhecimento inadequado de línguas modernas, zoologia e botânica. O instituto foi o local onde começou o aprendizado que ajudariam  formar-lhe a maneira de pensar. Pensar é algo que o mundo moderno está dificultando; todos estão tão ocupados com novas tecnologias, celulares, tabletes, lutas pela sobrevivência e lazeres banais que muitos já nem pensam,  apenas vivem o dia-a-dia numa interminável forma repetitiva.
                   Um dos fatores que deu estabilidade a Albert Einstein foi quando conseguiu trabalho como empregado do registro suíço de patentes, em Berna. E aí, teve urgência em  aprender os conceitos básicos de invenções submetidas para patentes. Isso lhe deu a oportunidade de aprender as principais consequências teóricas de experiências científicas. 
                 Como funcionário de repartição, tinha tempo suficiente para dedicar ao seu maior lazer: pensar. Um biógrafo escreveu: "Seu trabalho era para ele uma espécie de recreação da sua investigação teórica abstrata, assim como o xadrez e as histórias de  detetives servem para descanso de outros cientistas". 
                  De acordo com a equação de Einstein, a famosa E=mc². Trata-se da quantidade total de Energia (E) encerrada numa massa (m) que é igual a (m) multiplicado pelo quadrado da velocidade da luz (c).  (sobre a velocidade da luz, ponto relevante desta equação, irei tratar num capítulo especial). Na equação E= mc², E é o número de ergs, se m for expresso em gramas e c for expresso em centímetros por segundo. Por exemplo: uma grama de qualquer substância, se totalmente convertido em energia (tomando-se a velocidade da luz no seu valor redondo de 0 bilhões de centímetros por segundo). O resultado seria E = 1 x 30.000.000.000 x 30.000.000.000 ergs ou 900 bilhões de ergs, equivalente a 25 milhões de kwh.
                 É muito difícil contar de forma resumida a História Universal e especialmente a epopeia do Homo Sapiens que alterou e vem alterando a natureza criada pelo Sol, filho do Big Bang. A História Universal não é apenas uma coleção de vidas de personagens como os biógrafos costumam fazer. Ela  só é possível dentro de uma interpretação e valorização de vários fatores que moldaram esse mundo maravilhoso em que vivemos. Dar um sentido a tudo o que já aconteceu à humanidade é uma árdua tarefa a quem se esforça para explicá-la. Por tudo isso, nem mesmo uma coleção de mais de cem volumes conseguiria atingir tal objetivo. 
                    Vivemos uma época onde predominam obras de tão desastrosas consequências para o nosso meio, principalmente o cultural, que é importante iniciar uma reação sadia que possa contribuir para um ressurgimento moral e cultural. O principal objetivo é colocar diante do leigo as mais diversas informações que moldaram a humanidade que possam ser facilmente compreendidas, e assim contribuir para que as novas gerações, entendendo o passado do Homo Sapiens, unam esforços no sentido de melhorar e até salvar a humanidade de uma catástrofe que se mostra possível em curto espaço de tempo pelo descaso com a natureza.
                Foi por volta de 50.000 a.C., início do período "Paleolítico Superior", que o homem assumiu sua forma atual, a de Homo sapiens". Desde então, por muito tempo, a natureza foi o único recurso para sua sobrevivência. Vivia como os animais: recolhia alimentos aqui e ali, improvisadamente, ignorando sua maior virtude, a da multiplicação pelo cultivo. 
                  Não teve consciência, tampouco, de que era prejudicial abater indiscriminadamente os animais para comer. Mantendo-os vivos, teria uma fonte quase inesgotável de alimentos, como o leite, e de vestimenta como a lã. 
                   Por seu desconhecimento, viveu em nomadismo: esgotados os produtos da terra ou de animais de determinada região, rumava para outras terras e mananciais. As sociedades desse tempo se organizavam em função da economia de coleta e caça, inclusive no tocante ao desempenho de funções, pois  já então se delineava, embora ainda confusamente, uma rudimentar divisão de trabalho. Já havia especificação de serviços pela diferença de sexo; os homens caçavam, as mulheres se incumbiam de procurar raízes, ervas e frutas. 
                     A trajetória do Homo Sapiens é um conjunto de pré-história, antropologia, arqueologia ou biologia, sociologia geopolítica, guerras, conquistas marítimas, psicologia ou morfologia da cultura humana. Tudo o que aconteceu está debaixo desses umbrais como sendo os responsáveis pelos acontecimentos que submetidos  isoladamente adquiriram grande valor histórico. Cada nova geração é responsável pela formação dessa História Universal.
                 Podemos imaginar que o homem quando aprendeu a se comunicar e passou de curtas frases guturais à construção de uma linguagem, logo começou a contar histórias e suas aventuras. Podemos visualizá-lo, ao redor de uma fogueira, junto com seus contemporâneos semi-vestidos a relatar uns aos outros as experiências das últimas caçadas. Sua transmissão de informações de pais para filhos reforçava os sentimentos de solidariedade entre o grupo. Embora misturada à lenda, ali ele estava iniciando a História Universal. 
               A civilização não morre, emigra; muda de vestuário e habitat, mas persiste. A decadência duma civilização, como a de um indivíduo, abre espaço para o surto de outra; a vida deixa cair a velha pele  e surpreende a morte com uma nova mocidade. A civilização sempre está viva; move-se em todo sopro intelectual que respiramos; de tal modo está viva que nenhum de nós seria capaz de absorvê-la inteira nem mesmo no espaço de uma existência. Pela história conhecemo-lhe os defeitos, as guerras insanas e impiedosas, a estagnante escravidão, a sujeição da mulher, a falta de freio  e ética moral, o corrupto individualismo, o trágico fracasso na união da liberdade à ordem e à paz. Mas os que amam a liberdade, a razão e a beleza, não se deterão diante dessas máculas. Dentro do tumulto da história, ainda ouvimos as vozes de Sólon e Sócrates, de Platão e Eurípedes, de Fídias e Praxíteles (escultor grego), de  Epicuro e Arquimedes. Agradecemos a existência desses homens e sempre sentiremos seu convívio através dos séculos. 
               Hoje, ela significa a reconstrução da vida das sociedades, em suas formas organizativas e culturais, o que exige métodos especiais de trabalho e muita pesquisa. As sociedades vivem sua própria História. 
          Sempre se procurou encontrar uma divisão significativa de épocas para, assim, estabelecer a ordem no caos das tradições e acontecimentos. As guerras, as religiões e as chamadas conquistas civilizatórias, cada dia mais colocam a humanidade e outros seres que aqui convivem em risco de extinção.
                     O Universo  - o mundo - não significa esse cosmos das ciências naturais dentro do qual a terra é apenas um pequeno astro independente, e dentro do qual os destinos da humanidade; o Homo Sapiens representa só uma parte insignificante de uma imensa série de acontecimentos absolutamente ultra pessoais. Portanto, cada ser é um micro-cosmos que está intimamente ligado a tudo o que acontece. 
                   Neste livro, procuro, da forma mais resumida possível, trazer ao leitor o básico para entender um pouco deste imenso universo, nossa casa, partindo do tempo anterior ao BIG BANG. É, portanto, com o surgimento do sol, quando se inicia a  vida unicelular, e consequentemente a Epopeia do Homo Sapiens até nossos dias. 
                    Alguns poderão não entender as razões que me levaram a iniciar esta história com explicações sobre a astronomia, mas não há como negar que somos apenas poeira das estrelas
Nicéas Romeo Zanchett 

PARA LER MAIS ARTIGOS 
clique no link abaixo