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quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

SEGUNDA GUERRA MUNDIAL --

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Bandeiras dos aliados




              Entre setembro de  1939 e maio de 1941, a Alemanha estabeleceu um domínio do continente europeu que parecia intocável, precisamente porque ela evitara a guerra total; sabia que uma guerra total é necessariamente abrangente. Mas em 1941, suas ações provocaram um aumento progressivo da intensidade da guerra, em níveis que ela não poderia sustentar. Naquele ano, a URSS e os EUA - duas potências  que individualmente equivalem no mínimo a uma Alemanha expandida, avançando sobre os recursos de um continente conquistado - foram trazidos à guerra  para lutar contra as potências europeias do Eixo. Pela primeira vez, o destino da Europa estava para ser decidido por países não-europeus. 
           O fracasso da Alemanha em derrotar a URSS em uma única campanha não foi decisivo, mas associado a sua declaração de guerra aos EUA, em dezembro de 1941, depois do ataque japonês a Pearl Harbor, determinou o resultado da guerra na Europa. EUA e URSS tinham recursos suficientes  para assegurar a derrota da Alemanha numa guerra prolongada. O poder financeiro e industrial dos EUA sustentou a causa dos aliados e a Força Aérea norte-americana foi importante na derrota da Alemanha pelo ar, enquanto a derrota militar por terra foi mérito principalmente da URSS. A ideologia era a pedra de toque no conflito nazista-Soviético.  Se o nazismo havia dado superioridade às forças alemãs nos anos de vitória, agora partia para sua autodestruição, por não poder consolidar esse sucesso e por levar quase todos os países europeus a se voltarem contra o Estado alemão. Além de escravidão e morte, o nazismo nada tinha a oferecer aos povos conquistados, mesmo aos que se aviam associado aos alemães. A Alemanha tornou-se incapaz de controlar os recursos políticos e econômicos do continente, enquanto os rumos da guerra voltavam-se contra ela. 
             Embora seus exércitos tenham chegado perto de Leningrado e Moscou e tenham tomado Kiev, Kharkov e Rostove-na Donu, no sul, em 42 a Alemanha tinha de buscar a vitória que não obteve em 41 ou encarar a certeza da derrota. Em 42, a Alemanha sofreu dois reveses. Em novembro de 1942, os russos cercaram o 6º Exército alemão perto de Stalingrado, impediram uma tentativa de resgate e fizeram o front alemão recuar até a linha Kharcov-Taganrog.  Sua ofensiva no front oriental fracassou quando vitórias e ganhos territoriais tiveram como consequência a de levá-la à desastrosa derrota de Stalingrado. Em julho de 43, Hitler lançou sua última grande ofensiva no front oriental. Ela falhou devido a própria indecisão de Hitler, ao poder de fogo superior dos russos e aos temores de um colapso da Itália após a invasão da Sicília pelos aliados. A vitória britânica no Egito e os desembarques anglo-americanos na África do Norte francesa também impuseram à Alemanha um compromisso em relação à Europa meridional que ela dificilmente podia sustentar. Em 1943, esse compromisso aumentou com a deserção da Itália, a lealdade hesitante de outros parceiros e a ameaça anfíbia dos aliados ocidentais. Da mesma forma, diante da intensidade do bombardeio anglo-americano, a Alemanha foi obrigada em 43, a intensificar a defesa de seu espaço aéreo. Ainda em 43, os alemães sofreram outras duas derrotas: sua ofensiva submarina no Atlântico perdeu força e foi contida e, em julho, tropas alemãs no front oriental foram expulsas de Kursk, numa batalha que evidenciou a incontestável mudança das iniciativas para o lado inimigo. Dai em diante, os aliados ampliaram o cerco à Alemanha. Em 1944, os soviéticos lançaram ofensivas que quase libertaram seu território, levando a guerra para a Polônia e os Bálcãs. Os aliados ocidentais, com superioridade aérea sobre a Alemanha desde meados de maio, desembarcaram na França ocupada (Normandia) e, no final do ano, levaram a guerra para fronteira ocidental alemã, além de libertarem a Itália central e meridional. Com fábricas quase sem matérias-primas, com força de trabalho reduzida pelo serviço militar (os homens foram retirados das fábricas para também combaterem como soldados). Também muitas cidades alemãs estavam devastadas pelos bombardeios, no final de 44 a Alemanha não pode mais evitar a derrota, mesmo porque seus inimigos continuavam unidos.  Interesses nacionais específicos, necessidade de união enquanto o Japão ainda não havia sido derrotado e evidências das atrocidades nazistas, quando da invasão do primeiro campo de concentração e extermínio, preservaram a unidade dos aliados. Apesar disso, o fim da guerra provou que aliados não são necessariamente amigos. O enfraquecimento do inimigo trouxe à tona interesses conflitantes. 
           As forças  russas tomaram Berlim em maio de 1945 e a bandeira russa foi hasteada em meio aos escombros. A União Soviética suportou a  maior parte da luta terrestre de 41 a 44, perdendo 7,5 milhões de soldados e sofrendo uma devastação incalculável. 
           O fracasso de Hitler em derrotar a Grã-Bretanha no Atlântico e na guerra relâmpago e seu fracasso em destruir  o regime de Stalin na URSS fizeram  com que sua própria derrota fosse inevitável, já que ideologias incompatíveis descartaram qualquer acordo de paz. Os exércitos alemães foram derrotados no front oriental. Os britânicos e norte-americanos derrotaram a Itália e invadiram a França, fazendo da capitulação da Alemanha, submetida a ataques vindos do leste, oeste e sul uma questão de tempo. 
          Nas últimas semanas da guerra na Europa, os aliados invadiram o território alemão, com os soviéticos assegurando a capitulação de Berlim em 2 de maio. Hitler suicidou-se  em 30 de abril e a capitulação incondicional da Alemanha (9 de maio) pôs fim à guerra mais destruidora da história da Europa. Cem milhões de homens e mulheres foram mobilizados. Estima-se que houve 15 milhões de militares e 35 milhões  de civis mortos - 20 milhões de cidadãos soviéticos; 6 milhões de judeus e 4,5 milhões de poloneses. Não há estimativas confiáveis quanto aos feridos. Além disso, mais de 10 milhões de alemães foram expulsos da Europa Oriental ou fugiram do avanço russo. A Alemanha dizimou as minorias de judeus e ciganos da Europa, massacradas em campos de extermínio. Stalin deportou 16 minorias étnicas da Crimeia e do Cáucaso por pretensa colaboração com os alemães. Quando aguerra acabou, a Europa estava falida e a Rússia europeia em ruínas. Somente os EUA, cujo dinheiro e indústrias haviam sustentado e fortalecido as economias de guerra dos aliados, pareciam ser os verdadeiros e imediatos vencedores. 
             A campanha alemã da Marinha britânica começou no oeste, nas proximidades da Grã Bretanha, deslocando-se em abril de 41 até o meio do Atlântico, fora do alcance da aviação britânica. A entrada dos Estados Unidos na guerra fez das águas norte-americanas e do Caribe áreas propícias a atuação dos submarinos alemães de longo alcance. Mas, após maio de 43, sua eficácia foi destruída pelo patrulhamento desse espaço por aeronaves também de longo alcance, dotadas de radares capazes de decifrar a frequência de raio dos submarinos. No dia 6 de junho de 1944, os exércitos norte-americano, britânico e canadense, desembarcaram na Normandia, destruindo as fortificações alemãs (o "Muro do Atlântico"). Ofensiva aérea  dos aliados sobre as linhas de comunicação alemã evitou o contra-ataque.  Ancoradouros artificiais  "Mulberry" transformaram as praias  em portos aptos a receber qualquer tipo de suprimento.   

Nicéas Romeo Zanchett 

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