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domingo, 9 de fevereiro de 2020

OS PRIMÓRDIOS DA CIVILIZAÇÃO JAPONESA



               As origens japonesas, como de todos os povos, perdem-se na nevoa cósmica da teoria. 
               No começo, diz a mais velha das histórias japonesas, havia os deuses. Nasciam macho e fêmea e morriam, até que por fim dois deles, Izanagi e Izanami, irmão e irmã, receberam dos mias velhos a incumbência de criar o Japão. De sobre a flutuante ponte do céu, lançaram no oceano a cravejada lança. Das gotas que espirraram saíram as Ilhas Sagradas. Observando a vida das rãs na água, os deuses aprenderam o segredo da copula; juntaram-se Izanagi e Izanami e deram nascimento à raça japonesa. Do olho direito de Izanagi nasceu Amaterasu, Deusa do Sol, e de seu  neto Ninigi saíram, numa linhagem ininterrupta, todos os imperadores do Dai Nippon. Até agora só houve uma dinastia no Japão.  (O nome Japão deve ser derivado da palavra Japan ou Japun, dado pelos maláios àquelas ilhas;a forma japonesa Nippon procede do chbinês jih-pen, o lugar donde vem o sol.  O prefixo Dai tem significado de "Grande". 
"O Grande Yamato (Japão) é um país divino. Só nossa terra teve alicerces construídos pelo Divino Antepassado. Só ela foi transmitida pela deusa SOl a uma longa linha de descendentes. Não há nada disso nos países estrangeiros. Por isso, é aqui a Terra Divina." Disse Chikafusa Kitabatake, 1334, em Murdoch - História do Japão. 


             Os estudos mais aprofundados nos mostram três elementos misturados na raça: uma primitiva corrente branca, os "Ainus", que parecem ter vindo do rio Amur nos tempos neolíticos; uma corrente amarela, de sangue mongólico, vinda da Coreia lá pelo século 7º a.C; e uma corrente malaia ou Indonésia, infiltrada nas ilhas do sul. Aqui, como em toda parte, uma mistura de vários sangues precedeu de muitas centenas de anos o estabelecimento dum novo tipo racial, falando com uma nova voz\ e criando uma nova civilização. E que a mistura ainda não está completa, vemos do contraste entre os aristocratas altos, esguios e de cabeça alongada e os plebeus baixos, atarracados e de cabeça larga. 
              Os anais chineses do século 4º descrevem os japoneses como "anões" e acrescentam que eles "nunca tiveram por lá bois ou animais selvagens; usavam roupas tecidas duma só peça, e lanças e setas com pontas de pedra ou ferro. Não usavam sapatos;eram ordeiros e polígamos, bebedores e de vida longa... As mulheres pintavam-se de cor de rosa e escarlate. "Não havia furtos" continuavam os relatos", a demanda era rara"; a civilização estava apenas começando.
              O animismo, o toteísmo e a adoração dos antepassados e do sexo satisfizeram as necessidades religiosas dos primitivos japoneses. Os espíritos andavam por toda parte; estavam nas plantas, nas estrelas, nos insetos, nas árvores, nas bestas, nos homens. Inúmeras deidades pairavam sobre as casas e seus moradores, dançando na chama das lampadas. A vidência dos acontecimentos era praticada por meio do estudo de linhas astuciosamente produzidas pela queima de ossos de veado e casca de tartaruga; com isso, dizem os antigos cronistas japoneses, "verificavam a boa ou má sorte, e se deviam ou não empreender viagens". Os japoneses temiam e adoravam os mortos, porque podiam gerar muito mal para o mundo; a fim de aplacá-los, punham objetos preciosos nos túmulos; uma espada, por exemplo, se era homem, ou um espelho, se era mulher; e havia ainda as orações e os mimos postos nos oratórios diariamente. De quando em quando faziam sacrifícios humanos contra a chuva excessiva ou para assegurar a estabilidade duma construção ou muralha; e ocasionalmente os servos dum grão senhor eram com ele enterrados para servi-lo na outra vida. 
                  A religião, pode-se dizer, é o impulso que congrega o povo japonês sob um único ideal, embora várias sejam as seitas por ele sustentadas. Numerosos são, na verdade, os que praticam o cristianismo, o budismo, o confucionismo. O xintoísmo é, todavia a religião nacional e, como é tipicamente japonesa, convém falar mais demoradamente sobre suas características. Ela repousa seus fundamentos nas crenças das antigas tribos, originárias da Ásia central, que, estabelecendo-se na ilha Kiú-Siú, formaram o núcleo do futuro povo japonês. Tais crenças, ampliadas e coordenadas numa verdadeira e própria teoria religiosa, formam a base de uma fé nacional, que tem no imperador seu deus  supremo, porquanto ele é a personalidade da deusa Amaterasu Omikani, e, como tal, todo seu desejo é uma ordem e toda sua ordem é justa e benéfica. O povo japonês, na qualidade de depositário de uma missão que os deuses lhe confiaram, forma uma nação privilegiada, protegida por oito miríades de espíritos, que são as almas dos ancestrais, que, revoluteando pelos espaços, invisíveis, e ocultando-se em todos os objetos, garantem a todos os indivíduos sua constante proteção. 
                  O príncipe Shotoku Taishi, nascido, diziam, com uma relíquia sagrada na mão, chefiou a facção budista, colocou a imperatriz Suiko no trono e por vinte e nove anos (592 x 621 d.C.) governou como príncipe regente. Shotoku promoveu a construção de templos budistas, protegeu o clero, impôs aquela moral, e enfim tornou-se o Ashgoka japonês. 
              Apesar da obra deste civilizador, e de todas as virtudes incalculadas ou pregadas pelo budismo, nova crise sobreveio por ocasião da morte do regente; Kamatati, um ambicioso aristocrata, planejou com o príncipe Naka uma revolução de palácio, cujas consequências aparecem na história japonesa com o nome de "Grande reforma" (645 d.C.). O herdeiro presuntivo foi assassinado e um boneco senil sobre ao trono; e com o p´ríncipe Naka na qualidade de herdeiro e na de imperador, Kamatari, primeiro ministro, reconstrói o governo em linhas autocráticas. O imperador passou dum chefe de clã a monarca absoluto; todos os governadores eram de sua nomeação, todas as taxas eram a ele devidas diretamente, todas as terras do reino lhe pertenciam.  E rapidamente o Japão passou duma frouxa associação de clãs e chefes semi-feudais a estado monárquico fortemente centralizado.  
               Desse tempo em diante o imperador passou a ter os mais impressionantes títulos. às vezes era chamado Tenshi,ou "Filho do Céu"; usualmente, Tenno, ou "Rei Celestial"; raramente "Mikado" ou "Porta Augusta". Depois da morte entraria na história como nome diverso do que usara em vida. 
                  Para assegurar a continuidade da linha imperial era permitido ao imperador ter quantas esposas quisesse; e a sucessão não cabia necessariamente ao primeiro filho, mas ao julgado com melhores condições pelo imperante, ou pelos Warwicks do tempo. 
                 No período Quioto, os soberanos mostraram-se inclinados à piedade; alguns abdicaram para se fazerem monges budistas, chegando um deles a proibir a pesca como ofensiva a Buda. O excesso de poder chegava a absurdos hediondos como é o caso de Yozei que ilustra bem os perigos da monarquia: fazia homens subir em árvores para derrubá-los com flechadas; agarrava moças na rua, amarrava-as com cordas de alaude e lançava-as nos lagos; gostava de correr a cavalo pelas ruas da capital chicoteando aos que encontrava; por fim seus súditos o depuseram. 
                Em 794 o governo passou de Nara para Nagaoka, e pouco depois para Quioto (Capital da Paz); e lá ficou durante quatro séculos (794 x 1192); ficou conhecido como a idade de ouro do Japão. Em 1190 tinha essa cidade uma população de meio milhão de habitantes, mais que qualquer cidade européia da época, salvo Constantinopla ou Córdova. Parte de Quioto era ocupada pelas casinhas humildes dos pobres, que pareciam viver felizes em sua pobreza; outra parte, discretamente apartada, continha os palácios e jardins da aristocracia e da família imperial. As pessoas da corte eram, com propriedade, chamadas os "Moradores Acima das Nuvens".  Porque lá, como em toda a parte sempre acontece, o progresso da civilização e da técnica havia acentuado as distinções sociais; a rude igualdade dos dias de pioneirismo dera lugar à desigualdade consequente ao acumulo das riquezas e sua distribuição de acordo com a diversidade de capacidade, caráter e privilégio. Grandes famílias, como os Fujiwaras, os Tairas, os Minomotos, os Sugawaras, elevavam e derrubavam imperadores, lutando entre si à maneira das poderosas famílias do Renascimento Italiano. Sugawara Michizane foi um milionário que se tornou caro ao Japão pelo patrocínio que deu à literatura, é hoje adorado como o Deus das Letras, com o dia 25 de cada mês santificado em sua honra.
               No reinado do esclarecido Daigo (898 x 930) o Japão continuopu a absorver e rivalizar a cultura da China, que alcançara um dos seus apogeus sob os T'angs. Havendo tomado a religião do Reino Médio chinês, estavam os nipônicos a fazer o mesmo com os vestuários e o desporto, a cozinha e a escrita, a poesia e os métodos administrativos, a música e as demais artes, os jardins e a arquitetura; até as belas capitais de nara e Quioto eram imitações de Ch'ang-an. Há mais de mil anos atrás o Japão importara a cultura chinesa, como modernamente importou a europeia e americana: primeiro com precipitação; depois, com discriminação, ciosamente conservando o espírito próprio e o caráter, e adaptando os novos meios aos velhos fins. 
               Segundo disse Fenollosa (filósofo),  "Em cultura geral e refinamento do espírito e do corpo, é possível que o mundo nunca houvesse apresentado coisa semelhante. Esse período deve, sem dúvida, ser reconhecido como o ponto alto da civilização japonesa, como o dos Ming Huang's  o foi na China. Talvez nunca mais os dois países se mostrem tão ricos, tão esplêndidos e cheios de gênios..."
             Estimulado pela grande nação vizinha, e protegido por um governo estável, o Japão entrou no período Engi (901 x 922), assinalador do ápice da Idade de Ouro. A riqueza acumulava-se e criava uma vida de luxo, de refinamento e cultura não igualada no mundo antes dos Médicis e dos Solons da grande época da França. Quioto tornou-se o Paris e o Versalhes do japão, o expoente supremo do bom gosto e das artes. Todos os apetites encontravam satisfação; a cozinha inventava novidades para o paladar gourmand  e Gourmet; e a fornicação e o adultério passaram á categoria de pecados veniais. Com exceção dos pobres, todos andavam vestidos de seda de harmoniosos tons. A música e a dança embelezavam a vida na corte e nos templos; as residências aristocráticas rodeavam-se de lindas paisagens, e por dentro tudo eram primores de marfim, bronze e ouro, ou de madeira finamente entalhada. A literatura e a moral local florescia como nunca. 


                  Após a derrota sofrida na II Guerra Mundial, o Japão perdeu seu grande império, constituído da ilha Formosa, da Coreia e da Mandchúria (agora chinesa), da parte meridional da península de Sacalina, as ilhas Curilas (restituídas á Rússia), as de Riú-Kiú, as Marianas, as Carolinas e as Marshall. Seu território, que se estende por uma superfície de 368.600 quilômetros quadrados, compreende as quatro grandes ilhas de Hokkaido (Ieso), Hondo (Nipão), Sikoku e Kiú-Siú e cerca de 400 ilhotas, situadas entre o estreito de La Pèrouse e o de Tsugaru, ao sul. O  número de habitantes em 2019 era cerca de 126 milhões.
               Atualmente, tendo sido modificadas as instituições japonesas á nova ordem política e social do após-guerra, tendente a cancelar o nacionalismo e o totalitarismo que dominavam o Japão, o soberano não mais possui  as prerrogativas divinas de outrora. Todavia, o xintoísmo é, ainda, amplamente professado, o que se comprova pelo afluxo de romeiros que se dirigem aos templos sintoístas, que surgem, numerosos, pelos campos, diferenciando-se dos budistas pela sua extrema simplicidade; durante os meses de julho e agosto, longos cortejos de fiéis sobem, em piedosa peregrinação, o Fuji-Ýama, a montanha sagrada do Japão.
                 Esplêndido pela arte e cultura, nascidas ambas do influxo chinês, hindu e da antiga Pérsia, mas desenvolvidas, a seguir, sob características nitidamente nacionais, o Japão oferece,aos olhos dos visitantes, a visão de magníficos monumentos antigos, entre estes, o pagode Yakushijo, o pagode de ouro de Horymyi, o grande Buda de Kamakura, os "toris"(pórticos) do templo de Suwa, que podem ser citados como obras-primas de arte oriental. O mesmo se pode dizer quanto às pinturas, ao charão, às porcelanas, às esculturas em madeira e marfim, aos bordados, às gravuras, que o Japão produz, hoje, tão bem como no passado, demonstrando um requintado gosto pela decoração e pela elegância, o que situa os artistas japoneses entre os principais decoradores do mundo.
                   
                                                               A Paisagem Japonesa
                   As cristas perigosas, os maciços, as cadeias de montanhas, ora encimadas por cumes vulcânicos e outras vezes interrompidas por chapadões, vivificados por alguma rápida corrente d'água, tornam a paisagem japonesa bastante pitoresca. Também as costas apresentam, a mesma diversidade de estrutura. Cheias de anfractuosidades, as banhadas pelo mar interno, ora baixas e alagadiças, ora íngremes e altíssimas, elas nos surgem, ao invés, menos atormentadas, porém menos acessíveis do que as da vertente asiática.
                  Esta variada conformação, que faz com que somente quatro quintos do território japonês sejam cultivados, e devido ao fato que o Japão faz f parte de um sistema montanhoso e vulcânico, que encerra o continente asiático num vasto circulo de fogo; numerosíssimos, de fato, são os vulcões, muitos deles ainda em atividade, copiosas as fontes termais e minerais, com propriedades radioativas e frequentes, que vem convulsionar a vida da população, devastando-lhe as plantações e os centros habitados. Por este motivo, até que a influência européia não veio ensinar a adoção de materiais adequados a aguentar os abalos, as casas foram sempre construídas de madeira, de um andar, e  de pedra, de dois andares, no máximo. 
                Porque as ilhas se estendem por mais de 30 graus de latitude, do trópico até à zona frígida, elas gozam de um clima variado, dirigido em toda parte pelas monções. Durante as estações hibernais, a temperatura é frigidíssima, com frequentes precipitações, ao passo que, na estação estival, abundante de chuvas durante os meses de junho e julho (chuvas que são chamadas pelos japoneses, "chuvas das ameixas", porque coincidem com a maturação destas frutas), a atmosfera se torna tórrida e abafada, quase que insuportável para os europeus.
             Os japoneses dedicam às flores um culto especial. Em cada época do ano, cultivam várias espécies, para que os jardins estejam sempre floridos.  Igualmente diversa, e por toda parte luxuriante, é a vegetação. A flora boreal se estende por todas as regiões setentrionais, onde predomina o verde-escuro das vastíssimas matas de coníferas, ao passo que, nas regiões meridionais, espessos crescem os castanheiros, as faias, os bordos, os bambus. É comum encontrar-se, na paisagem japonesa, ao sul, na base das pedregosas mas curtas cadeias de montanhas, entre o surgir improviso de um vale, onde uma torrente se fragmenta em inúmeras cascatas, o espelho plácido de um pequeno lago que, ao chegar a primavera, se cobre de flores de lótus; o perfume intenso das glicínias se confunde com a das azaleias, ao passo que as camélias e os rubros rododendros animam a paisagem com seus contrastes de cores. E quando, ao chegar o outono, a esplêndida florescência estival desaparece, desabrocha outra flor particularmente querida dos japoneses, porque é dedicada ao imperador: o crisântemo.  
               No vale, onde vicejam as plantações, as amendoeiras, os pessegueiros selvagens, as cerejeiras, anunciam a primavera. Não satisfeitos com seus jardins, que os japoneses amam e  cuidam com extrema ternura, os habitantes das cidades correm para os campos e, para que todos possam gozar a esplêndida vista dos prados floridos, são organizados trens especiais e concedidas grandes reduções nas passagens. 
               A fauna, tal como a flora, é variada e frequentemente, reserva aos ocidentais alguma surpresa, porque contém algumas espécies peculiares ao Jpão ou limitadas á extrema nesga de terra da Ásia oriental. Lobos, ursos, teixugos, raposas, são encontrados por toda parte; os macacos das ilhas Hondo e Sikoku; uma espécie singular de javali e de veado (o javali e o veado japoneses), em Hondo; uma magnífica variedade de pássaros, dos quais, 200 tipos são essencialmente do japão e da China, vive nos bosques, enquanto que, no cursos d'água, é comum a Salamandra Gigantesca, que só muito raramente é encontrada nos rios chineses. 

                 O povo japonês é diferente, quanto às características física e intelectuais, do Chines, aproximando-se mais do Coreano; originário da Ásia central, ele pertence á raça mongólica. geralmente robusto, de baixa estatura, possui olhos negros, cútis amarelada e orelhas sem lobos; ao tipo mongólico,que constitui a maior parte da população, pertence mais ao tipo aino, que habita somente as ilhas de Ieso, Curilas e Sacalina, e que difere do primeiro, sobretudo pelo desenvolvimento da barba e dos cabelos. 
               Ativo e muito religioso, o povo japonês,     que tem atrás de si uma milenária civilização, sempre soube vencer  a natureza e desfrutar os numerosos recursos de sua terra, demonstrando ser ótimo agricultor e hábil marinheiro. 
                O sistema de agricultura no Japão apresenta-se bem diferente do europeu; as pequenas áreas de terra, de que cada agricultor cuida, são aproveitadas ao máximo, com frequentes semeaduras, para que a limitação do espaço seja compensada por uma colheira abundante: arroz, cereais, chá, tabaco, constituem os produtos agrícolas mais largamente consumidos. A eles, pode-se acrescentar a pesca, praticada em larga escala, tanto nas costas como nos cursos dos rios do interior do país; não é raro encontrar, subindo os rios, aos pés das cachoeiras, alguns pescadores que, servindo-se de amplos cestos, oportunamente presos à terra, apanham os peixes aturdidos pelo ímpeto da correnteza. Tipicamente japonês é a pesca com cormorão (um pássaro enorme) Quando baixa a noite, os pescadores, após haverem amarrado o pássaro com um barbante, acendem algumas tochas no barco; passados poucos minutos, os peixes acorrem, em cardumes, curiosos, atraídos pela claridade. O cormorão, julgando-se livre, atira-se, então, para abocanhar o alimento, que ele tanto aprecia, mas eis que, assim que apanha o peixe, o pescador, com um rápido puxão do barbante, chama-o para junto de si e a presa, do bico do pássaro, vai cair, ainda pulando no cesto. 
                Mas, o que aproxima os habitantes das cidades e dos campos, pobres e ricos, é a persistência de certos hábitos, que denotam a presença de uma civilização superior: as casas, por exemplo, possuem apenas um andar, nos campos, e dois, nas cidades. São todas semelhantes, no escrupuloso asseio e, igualmente, correspondem às necessidades de um povo amante da ordem e da higiene. Dotadas de amplos vestíbulos e de paredes móveis, os seus cômodos estão sempre mobiliados com muita simplicidade, de maneira que se torna difícil distinguir as salas-de-estar dos dormitórios. O japonês, sempre fiel à tradição, habitualmente se descalça, antes de entrar em casa, e deixa os sapatos à porta da entrada, ma fim de  que a poeira da rua não penetre o interior de sua casa. À hora da refeição, que geralmente consiste em arroz,legumes, peixes, ovos, raramente carne, cada conviva ajoelha-se numa almofada redonda, enquanto os alimentos ficam à sua frente, sobre uma mesinha de uns vinte centímetros de altura. Terminada a refeição, tudo desaparece rapidamente, e almofadas e mesinhas são agrupadas em algum escaninho. O Japonês, aliás, é muito frugal: sua bebida predileta é o saké, aguardente extraída do arroz, ou o chá verde (o chá preto é cultivado somente para exportação), bebida esta, que não pode ser ingerida se não precedida de um cerimonial (justamente chamada cerimônia do chá) cujo ritual vem desde o século XII.  


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