As Repúblicas Socialistas Soviéticas Autônomas (RSSA) foram criadas para abrigar importantes grupos de diferentes nacionalidades dentro das Repúblicas Socialistas Soviéticas (RSS): a finlandesa da Carélia tornou-se RUSSA e a RSS da Crimeia foi incorporada na RSS da Ucrânia, enquanto a RSSA alemã do Volga foi dissolvida. As regiões orientais estão na República Federativa Socialista Soviética Russa (RFSSR) e abrangem duas Repúblicas autônomas: a RSSA da Burátia (Capital Ulan-Ude) e a RSSA da Yokútia (capital Iakutsk).
No final de 1939, após ter lançado o primeiro plano quinquenal de industrialização em 1928, Stálin iniciou o processo de coletivização forçada da agricultura, transformando o conjunto de pequenos proprietários rurais em Enormes fazendas do Estado e em fazendas coletivas. O resultado foi desastroso. Sem condições de alimentar o gado, os camponeses abatiam os animais. As sementes do trigo eram confiscadas e colocadas à venda no mercado internacional, a preço irrisório, para financiar a compra de máquinas estrangeiras. As fazendas coletivas não funcionaram: o maquinário era insuficiente (278 mil tratores em 1934), os camponeses recebiam baixos salários e estavam desmoralizados. Isso resultou na grande fome de 1932/33, principalmente na Ucrânia, matando milhões de pessoas. Essa tentativa comunista resultou num verdadeiro genocídio.
Na década de 30, a catástrofe rural provocou o êxodo do 40 milhões de pessoas para as cidades (em especial para a construção civil), elevando enormemente as taxas de crescimento da economia soviética no primeiro e segundo planos quinquenais (1928/32 e 1933/37. Mas a economia ainda se baseava em indústrias e Know-how do reinado do último czar, quando a Rússia era a quarta maior potência econômica mundial. Assim, um programa para desenvolver tecnologia foi implementado. Maquinaria estrangeira foi adquirida com recursos da exportação de cereais e de operações como a venda de 40 telas do Museu Hermitage a milionários dos EUA. Nos últimos dias dos anos 30, alemães e norte-americanos concederam empréstimos que estimularam os setores do carvão, ferro e aço. Por volta de 1940, a indústria metalúrgica estabelecida em 1928 na Ucrânia e Urais Centrais, foi ampliada e modernizada. Criaram-se dois novos centros de ferro e aço - um próximo à reserva de minério de ferro de Magnitogorsk, no sul dos Urais, e outro na zona de mineração de carvão de Kuzbass, em Stalinsk (Novokuznetsk).
Mas esse crescimento teve que se basear no controle da força de trabalho. Yezhov, chefe da NKVD (Comissariado do Povo para assuntos internos), lançou em 1936 o "Grande Terror", movimento que enviou milhões de pessoas aos campos de trabalho forçado ou de execução, e matou dois terços dos oficiais, enfraquecendo o Exército Vermelho. Assim, quando a Alemanha atacou em 1941, a URSS parecia fadada à derrota.
Mas grande parte do desenvolvimento industrial nos primeiros planos quinquenais ocorreu nas regiões orientais, fora do alcance alemão, fator fundamental para a sobrevivência soviética. Durante a Segunda Guerra, acelerou-se a industrialização dessas regiões, enquanto as áreas ocidentais eram devastadas. O setor agrícola, já pouco desenvolvido, assistiu à destruição de propriedades e equipamentos.
Uma notável recuperação econômica ocorreu após a guerra. A produção da indústria pesada cresceu na década de 50 e a indústria de bens de consumo também progrediu. Reservas siberianas de petróleo, gás e minério foram descobertas e exploradas. Hidrelétricas e termelétricas surgiram no leste da Sibéria e no Cazaquistão. A economia soviética estava ligada às economias de Estado satélites, no Leste Europeu, cujos produtos de alta tecnologia foram valiosos para o progresso tecnológico da URSS.
Mas após a morte de Stálin, em 1953, seus sucessores foram forçados a reconhecer a magnitude do problema agrícola: uma população crescente esperava pela prometida melhoria do padrão de vida, enquanto a agricultura permanecia quase tão pouco produtiva quanto antes da revolução. A produção de grãos somente cresceu no governo Khruschov e foi Brejnev quem, em 1965, colocou em prática medidas para melhorar as condições das fazendas coletivas.
Na década de 60, a URSS e os EUA foram reconhecidos como superpotências, com um nível comparável de poderio militar. Embora o Produto Nacional Bruto estivesse abaixo do de seu rival, a URSS superou os EUA na produção de minério de ferro, cimento, aço e petróleo e descobriu as maiores reservas mundiais de gás natural. A economia soviética começou a entrar em crise no final da década de 70, com a intensa situação da corrida armamentista, que afetou mais a URSS do que os EUA. O alerta econômico disparou quando os EUA ameaçaram implantar seu sistema de defesa antimíssil "Guerra nas Estrelas". Em 1985, Gorbatchov assumiu o poder com um programa de reformas que visava promover uma revolução dentro da revolução.
De 1985 a 1990, Gorbatchov ampliou as relações com a China e com o Ocidente para garantir condições externas necessárias à reconstrução. Introduziu a "glasnost" (transparência) para encorajar a crítica aberta aos problemas da economia e da sociedade. Implantou uma limitada democracia na expectativa de introduzir mudanças com apoio popular. Mas as cidades tiveram que enfrentar alta de preços e escassez de víveres; aumentou a dependência de alimentos e de ajuda técnica do exterior. Gorbatchov limitou o papel do Partido Comunista e ampliou os poderes presidenciais; nas Repúblicas, porém, novos Legislativos resistiram ao poder do estado central, tornando difícil a implementação das reformas econômicas. Sem alternativas, a URSS retirou-se da Europa Oriental e Central, esperando reduzir custos e melhorar a situação interna. Mas o ressurgimento do nacionalismo em muitas Repúblicas que constituíram a URSS colocou a União em perigo.
Essas medidas irritaram a velha guarda do partido e a oposição a Gorbatchov cristalizou-se após 1989. Em agosto de 1991, uma coalizão de conservadores do governo tentou um golpe de Estado. Foi o rival de Gorbatchov, Boris Ieltsin, quem desafiou os conspiradores e liderou o presidente. Como em 1917, uma tentativa contra-revolucionária precipitou a nova revolução. No final da 1991, essa revolução anticomunista presenciou a ascensão de Ieltsin ao poder e a dissolução da URSS. O governo Ieltsin continuou as reformas econômicas e procurou salvaguardar o que restava de integração política e econômica da ex-URSS. Mesmo assim, a Comunidade de Estados Independentes (CEI), resultante desse processo, mostrou ser apenas uma sobra do Estado que a precedera. A própria Rússia foi vítima de conflitos entre nacionalidades, mantendo incerto o sucesso das reformas econômicas e, com ele, a existência de formas democráticas de governo.
Nicéas Romeo Zanchett
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