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sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

ESTADOS UNIDOS A PARTIR DE 1933 --

 


             O "NEW DEAL" do presidente Franklin Roosevelt, de 1933 a 1940, fracassou objetivo de restabelecer nos EUA os níveis de emprego e produção industrial de 1929. Mas os investimentos públicos a reestruturação da economia e, acima de tudo, a convivência da população com as novas diretrizes econômicas prepararam o país para assumir, diante do mundo, o papel que lhe impôs a Segunda Guerra Mundial, trazendo-lhe a vitória e a recuperação econômica. 
           A exigência de maior produção em tempo de guerra resolveu o problema do desemprego. A atividade econômica para atender ao Exército, à Marinha e aos aliados foi gigantesca. Isso mostrou que as possibilidades econômicas, se aproveitadas, podem conduzir à prosperidade e ao poder.
           A paz não interrompeu essa tendência ascendente por mais vinte anos. O Produto Nacional Bruto, entre 1950 a 1980, quase triplicou, enquanto a renda per capita quase duplicou. Para isso contribuíram inúmeros fatores, entre eles o crescimento demográfico; os avanços tecnológicos acompanhados do surgimento de novos bens de consumo; estímulos de reconversão econômica da guerra à paz; e os programas de rearmamento ligados à "Guerra Fria" e à Guerra da Coreia (1948 a 1953). Com base nessa riqueza, a população norte-americana começou a mudar seu modo de vida.  
         As expectativas de progresso formaram uma verdadeira força revolucionária. Houve um "baby boom" um grande incentivo à demanda, iniciado na Segunda Guerra Mundial, e uma segunda migração para o oeste norte-americano. Após 1945, a imigração cresceu. Nos anos 80, os imigrantes  de língua espanhola eram o grupo predominante do sul e sudoeste. Miami tornara-se uma cidade latino-americana. Mas a mudança mais notável foi talvez a expansão dos subúrbios. Crédito  fácil e combustível barato (para residências e carros), construção de casas e fabricação em massa de automóveis e implementação pelos governos federal e estadual de programas para a construção de estradas estimularam milhões de norte-americanos a se mudarem das fazendas e centros urbanos para os subúrbios. Assim, embora a população das principais cidades tenha crescido de 48 milhões para 64 milhões entre 1950 e 1970, a população dos subúrbios cresceu de 21 milhões para 55 milhões no mesmo período. O total da população passou de 132 milhões em 1940 para quase 250 milhões  em 1980. 
          O rápido crescimento dos subúrbios levou à união de áreas urbanas antes separadas , criando "supercidades", nenhuma tão surpreendentemente quanto a de Los Angeles. Um sistema de auto-estradas interestaduais, totalizando cerca de 64.400 quilômetros (por volta de 1980,  facilitou a movimentação de pessoas  vindas de locais distantes e a ampliação  de uma complexa rede residencial e de áreas comerciais.  
           A população das fazendas caiu de 30,5 milhões em 1940 para 9 milhões em 1974. Mas devido aos aumentos excepcionais de produtividade, os Estados Unidos permanecem como o maior fornecedor mundial de alimentos. 
          Dese a Segunda Guerra Mundial, uma intensa migração fez da Califórnia o Estado mais populoso dos EUA. Os Estados industrializados  detém a renda média mais alta, enquanto os Estados do sul mostraram ser os de menor renda e menor crescimento populacional. A população negra mostrou tendência de crescimento mais rápido do que abranca. 
         Na base dessa prosperidade, de um lado, estavam o dólar forte, amplos recursos nacionais e investimentos do governo em pesquisas e educação; de outro lado, minando essa mesma prosperidade, estavam o insaciável "apetite" da sociedade de consumo norte-americana; a tendência dos capitalistas dos EUA de gastarem seus lucros em vez de reinvestir; a tendência dos operários de reivindicarem aumentos salariais e melhores condições de trabalho sem levar em conta os efeitos sobre os preços e a competitividade internacional da indústria norte-americana; e a crescente incapacidade de camadas favorecidas do país em acreditarem que as coisas poderiam vir a ser diferentes. Essa última característica levou os responsáveis pela política e os cidadãos  a certa imprudência, que quase colocou um risco a posição do país. A Guerra do Vietnã (de 1965 a 1973) já seria por si só inflacionária, mas  o foi ainda mais devido à recusa dos governos  Johnson e Nixon  em frear rendimentos e consumo. O resultado foi a grande crise  de 1973, quando o cartel formado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) tirou proveito da demanda norte-americana para aumentar os preços em cerca de 250%. A indústria dos EUA teve de submeter-se e baratear seus produtos diante de exportadores estrangeiros mais agressivos, para equilibrar as exportações em queda com as importações. A derrota no Vietnã e a incerteza na economia fizeram com que o final dos anos 70 fosse conturbado. O nacionalismo, a revolta dos contribuintes e um desejo de bem-estar e tranquilidade levaram Ronald Reagan à presidência, em 1980. Com a concordância de seus eleitores, ele cortou os impostos em um terço - ampliando o poder aquisitivo - e aumentou os gastos em armamentos, criando o maior déficit da história do país. Reagan  nada fez para sanar os defeitos estruturais da indústria norte-americana, desviando o poder de compra para os produtos importados e provocando também um déficit sem precedentes no comércio exterior. Ao mesmo tempo, as tentativas bem-sucedidas do Fed (o banco norte-americano) de combate à inflação facilitaram a entrada do capital estrangeiro, financiando déficits e mantendo um florescente comércio doméstico e internacional.  
          A política econômica de Reagan contribuiu para a queda nas Bolsas em outubro  de 1987 e para uma corrida por dólares. A administração George Bush, de 1989 a 1993, deu continuidade ao programa de Reagan. Apesar do sucesso de empreendimentos externos, como a Guerra do Golfo (1991), cresceu nos eleitores a preocupação com problemas econômicos básicos, com a rapidez da decadência urbana e com problemas ambientais. Bill Clinton, eleito em 1992, assumiu um governo com muitos desafios. 
            Esses 60 anos, porem, trouxeram conquistas notáveis: vitória da Segunda Guerra Mundial; reconstrução da Europa Ocidental através do Plano Marshall; programa de exploração do espaço; avanços nos direitos das minorias com a aprovação da Lei dos Direitos Civis, em 1964, e da Lei dos Direitos  Eleitorais, em 1965; e a resistência ao expansionismo soviético sem nenhuma grande guerra e o fim da Guerra Fria. 
          A alta tecnologia e as técnicas de administração, que ajudaram os Estados Unidos a se manterem como a potência industrial mais sofisticada do mundo, ficaram demonstrados pela rapidez com que o país respondeu  à liderança inicial dos soviéticos na área dos foguetes. Propulsionados pelo foguete Saturno 5º, os astronautas norte-americanos desembarcaram na Lua em 20 de julho de 1969. 

Nicéas Romeo Zanchett 
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