As ilhas da Polinésia são, sem dúvida, um dos lugares mais isolados do mundo .Cercados por vastos espaços oceânicos, não mé surpreendente que fossem uma das últimas regiões colonizadas do planeta. Além disso, é um tributo à destreza dos navegadores dos primitivos povos do Pacífico Ocidental que, por volta do ano 1.000 d.C., todas as ilhas habitáveis já estivessem sido descobertas e povoadas.
Não podem existir dúvidas de que as raízes biológicas, linguísticas e tecnológicas da cultura política estão nas ilhas orientais do sudeste da Ásia. O desenvolvimento do cultivo de arros na China Meridional, há aproximadamente 7.500 anos, deu origem a uma expansão gradativa da população, através de Taiwan e das Filipinas, em direção às ilhas da indonésia Central e Ocidental. Esta expansão foi a base da dispersão polinésica. O traço marcante dos primeiros colonos da Polinésia é um tipo especial de cerâmica conhecida como os artigos de lápita. Ao redor de 1.500 a.C os colonos que fabricavam cerâmica lapidada espalharam-se rapidamente pelo Pacífico num raio de aproximadamente 4 mil quilômetros. Levavam consigo plantas e animais domesticados, entre eles a árvore da fruta-pão, a a bananeira e o porco, e eram navegantes experientes que utilizavam canoas similares ao catamarã havaiano.
Todos os colonos atingiram as ilhas Tonga e Samoa na Polinésia até o ano 1.000 a.C., porém, somente nos anos 400 e 900 d.C. é que chegaram pela primeira vez às distantes ilhas do Havaí, Páscoa e Nova Zelândia. Por isso, muitas das ilhas haviam sido habitadas a somente mil anos, quando chegaram os europeus, razão pela qual ainda conservavam um alto grau de homogeneidade física e linguística. Aproximadamente 35 idiomas estreitamente ligados tinham se desenvolvidos ma partir dos idiomas comuns ancestrais, existindo claras similaridades religiosas e sociais. Todas mas sociedades da Polinésia eram governadas por chefes que exerciam tanto o poder religioso como o político. O cargo de chefe era transferido através de linhagens aristocráticas e existia uma nítida divisão social entre elite e plebe. Em algumas das ilhas mais densamente povoadas, como Tonga, Samoa e Havaí, os governantes exerciam amplos poderes, exigindo trabalho, tributos e obediência dos súditos.
A importância da religião nas culturas medievais do Sudeste Asiático está claramente refletida no tamanho e na rica decoração dos recintos religiosos da região Pagan , localizada sobre uma vasta planície perto do Rio Irrawaddy, só era superado em tamanho por Angkor. Em Pagam, cerca do século XII, milhares de templos budistas cobriam uma área de mais de 60 quilômetros quadrados. Estes recintos estavam ricamente adornados com baixos-relevos e figuras ornamentais.
As aldeias primitivas e budistas e hindus, com isoladas inscrições sânscritas ((séculos V e VI), foram sucedidas em algumas áreas por conjuntos de templos (seculos VIII e XIII) que representavam importantes centros políticos, especialmente em Pagan e Angkor, em Java central. Estes foram seguidos pelos reinos Mon, Thai e Birmanês no continente e os sultanatos malaios nas zonas marítimas. O Vietnã adotou costumes chineses entre os séculos I e IX, desenvolvendo-se posteriormente como reino independente, absorvendo o reino de Champa no sul.
As estátuas da Ilha de Páscoa são, talvez, os monumentos mais famosos da Polinésia. Eles são, ao mesmo tempo, testemunho de um grande desenvolvimento cultural, e de seu desastroso colapso. Quando os colonizadores chegaram pela primeira vez, cerca do ano 400 d.C., a Ilha da Páscoa era rica em recursos naturais, com bosques nas ladeiras dos vulcões inativos. Os primeiros assentamentos floresceram dando vida a uma complexa estrutura social com vários clãs rivais localizados em diferentes partes da ilha. Ao redor de 1.000 d.C., estes clãs iniciaram a construção de monumentos plataformas rituais, ou ahu, suportes de colossais estátuas talhadas de seus deuses ancestrais. As pedras para as estátuas vinham de várias pedreiras e as estátuas eram talhadas no mesmo lugar. O transporte até os ahu para erguê-las deve ter necessitado de trenós e cavaletes, representando uma monumental empreitada. O tamanho e o número de estátuas erguidas indica que uma parte significativa das energias das comunidades era dedicada a esta tarefa; a única explicação possível é a rivalidade entre os clãs, ao tratar cada um de criar um ahu mais imponente que o de seus vizinhos. Devido ao fato de que na sociedade polinésia o poder ritual e político eram inseparáveis, os caudilhos dominantes estavam obrigados a consolidar sua posição mediante a construção de estátuas.
A ilha da Páscoa, povoada pela primeira vez por polinésios cerca de 400 d.D., constitui um dos enigmas da Pré-história do mundo. Seus habitantes - que nunca devem ter ultrapassado os 7 mil - parecem que estavam imbuídos de um desejo sem precedente de talhar e erguer estátuas de pedra entre os anos 1.000 e 1.600 d. C. A partir desse ponto a cultura entrou em decadência, quando a ilha já não pode produzir suficiente quantidade de alimentos e de madeira. No fim do século XVIII e no início do XIX, todas as estátuas foram derrubadas com a face para baixo; os exemplares de Ahu Akivi foram erguidos novamente. Muitas estátuas ainda estão inacabadas e parcialmente enterradas tanto na ladeira exterior como interior da cratera do Rano Raraku, e indicam também um súbito e catastrófico fim das atividades nas pedreiras.
A raça maori, de origem polinésica, habitou a Nova Zelândia a partir do ano 750 d.C., aproximadamente, até o século XVIII, quando havia entre 100 e 150 mil nativos. Em 1840, foi proclamada a soberania britânica com base na igualdade de direitos tanto dos maoris como dos europeus, mas logo começou a surgir a desigualdade e o antagonismo racial. As demandas insaciáveis de terras dos colonizadores levaram ao que se conhece como as "Guerras das Terras", nas quais foram confiscados os territórios maoris, adotando desonrosos métodos de compra.No princípio de 1870, os maoris foram obrigados a adaptar-se à sua condição desigual, mas, graças à sua própria resistência e políticas governamentais mais inteligentes, puderam melhorar sua situação a partir da década de 1920.
Os problemas que a Inglaterra enfrentou no século XX com sua colônia mais importante somente se solucionaram com a independência da Índia em 1947. Mas apesar de a "Joia do Império" ser o domínio mais importante dos ingleses, não era o único. Outros territórios sob influência inglesa foram os da Austrália e Nova Zelândia que, embora tenham sido descobertos pelos portugueses em 1600, passaram ao poder da Grã-Bretanha quando James Cook, em 1770, se apossou dos mesmo.
Antes do descobrimento europeu no século XVII não existia contato nem semelhança entre a Austrália e a Nova Zelândia. Sua evolução a partir da colonização branca, ainda que paralela, foi diferente. Os maoris da Nova Zelândia compartilhavam a civilização das ilhas vizinhas (de onde emigraram originalmente). Por outro lado, os habitantes aborígenes da Austrália mantiveram pouco contato com a Ásia (de onde vieram), depois que a subida dos níveis dos mares converteu o continente australiano em uma grande ilha. Dispersos em um meio ambiente quente e seco, os nativos se dedicaram à caça e coleta, mas não pastoreavam nem cultivavam o solo; não construíram assentamentos e identificavam seu destino com as características naturais da terra por onde vagavam. Mantiveram-se livres da influência estrangeira até o final da expansão européia.
Os ventos e correntes marinhas resguardavam o isolamento dos aborígenes. Embora os portugueses tivessem atingido a Austrália na década de 1520, o primeiro contato dos europeus nesta região do mundo foi produto do acaso. Os espanhóis, que davam a volta pelo Cabo Horn, navegavam pelo Pacífico em direção ao noroeste para evitar os ventos do oeste, enquanto os portugueses tomavam o rumo à Índia a partir do cabo da Boa Esperança. Estes últimos poderiam ter descoberto a Austrália antes de 1542, como fizeram os holandeses em 1600, quando aproveitaram os ventos do oeste para abrir uma rota mais rápida às Índias Orientais. Em 1642 - 1643, Tasman descobriu as terras de Van Diemen (mais tarde chamadas de Tasmânia) e a Nova Zelândia, mas, ao encontrar-se somente com as inóspitas costas do norte e do oeste, não deu maior importância a este descobrimento. Foi um século mais tarde que a curiosidade científica levou Cook a explorar o Pacífico e descobrir, em 1770, a fértil costa oriental da Austrália, com sua extraordinária flora e fauna. Este novo território despertou o interesse de cientistas e artistas europeus, mais que o de comerciantes. Cook tomou posse das costas em nome da Grã-Bretanha, e as razões estratégicas e comerciais apresentadas pelo governo de Jorge II foram secundárias ao fundar uma colônia penal, em 1786, em Nova Gales do Sul. A enseada de Sidney foi colonizada em 1788 e a necessidade de contar com outras penitenciárias e postos avançados contra os franceses, que também eram ativos exploradores, levou os ingleses a fundar outras colônias na Ilha de Norfolk (1778), Neweastle (1801), Hobart (1804) e Brisbane (1824). Os marinheiros, que fizeram levantamentos cartográficos das costas meridionais, foram seguidos por uma horda de saqueadores dedicados à caça de baleias e focas. Já em 1829, a Grã-Bretanha anexou todo o continente ao domínio da coroa.
Provavelmente a Nova Zelândia foi o último território importante povoado na Polinésia, sendo colonizada no fim do primeiro milênio d.C., por agricultores polinésios que foram ancestrais dos maoris. Não se sabe exatamente de qual ilha vieram os primeiros povoadores, mas as Ilhas Cook, da Sociedade e Marquesas, são as mais prováveis.
Na verdade a Nova Zelândia é maior do que todas as ilhas da Polinésia juntas; localiza-se acima de 12 graus de latitude e tem um clima temperado. Mesmo que os primeiros povoadores houvessem tentado introduzir uma ampla gama de plantas tropicais e de animais, apenas a batata-doce e o cachorro deram bons resultados, enquanto outras plantas, incluindo o inhame, o"taro" e a abobora, se aclimataram ligeiramente na ilha do Norte, mais quente. O clima mais frio fez com que a agricultura fosse impraticável na maior parte da Ilha do Sul., razão pela qual existiram apenas pequenas populações nômades durante a Pré-história quer viviam da pesca, da criação de aves e plantas nativas. Nas regiões mais quentes do norte, e especialmente no litoral central e setentrional da ilha do Norte, foram desenvolvidas, finalmente, densas populações agrícolas, cuja economia era baseada no cultivo da batata-doce e do caule subterrâneo das algas nativas.
Em todo o país, os primeiro povoadores e seus descendentes imediatos puderam desfrutar das vantagens de um meio ambiente virgem; abundancia de dinornis (pássaros fáceis de caçar porque não voavam, hoje infelizmente extintos), aves selvagens, mamíferos marinhos (especialmente focas) e moluscos. Em consequência, a agricultura não constituiu, por algum tempo, uma atividade importante nessas regiões do norte, ainda que nunca tenha sido totalmente abandonada - segundo testemunham as descobertas arqueológicas de delimitações de campos e celeiros de armazenagem de batata-doce, que remontam ao ano 1.100 d.C. A população das áreas central e norte da Ilha do Norte aparentemente começou a depender mais da agricultura depois de 1.300, devido, em parte, a drástica redução da disponibilidade dos recursos silvestres. Nesse momento, não menos de treze espécies de dinornis e ouitros vinte tipos de aves estavam a caminho da extinção. É provável que a crescente dependência da agricultura tenha evoluído paralelamente com o aumento da população e com os conflitos na Ilha do Norte depois do ano de 1.300. Na Ilha do Sul, a população e a quantidade de assentamentos diminuíram na Pré-história mais tardia, já que o esgotamento dos recursos naturais não pôde ser compensado pela agricultura.
Esse período, compreendido entre os anos 1.000 e 1.300 d.C., é denominado Arcaico, enquanto a fase posterior ao ano 1.350 na Ilha do Norte e ao ano 1.650 no leste da Ilha do Sul denominam-se Maori Clássico O período clássico da Ilha do Norte é caracterizado por fortificações de barro e sistemas de agricultura intensiva, características que só aparecem escassas oportunidades nas Ilhas do Sul. Os instrumentos do período arcaico são com frequência muito similares aos da Polinésia Central contemporânea e incluem artigos como martelos, anzóis de osso, pedras e conchas, brincos e colares de osso para tatuagens. Sepulturas ricamente abastecidas, entre cujos artigos funerários encontram-se artefatos e garrafas para água feitos de ovos de dinornis (moa), foram recuperadas na localidade de Wairau Bar ao norte das Ilha do Sul, revelando uma sociedade estratificada.
Durante a fase clássica, a população aumentou rápida e simultaneamente, gerando um permanente conflito entre as tribos. Foram construídas fortalezas (pa) com aterros, fossos e paliçadas nas ladeiras de vulcões extintos, beirando íngremes penhascos, sobre montículos, em terrenos planos e em pântanos. Com o passar do tempo, as (pa) tornaram-se cada vez mais numerosas e fortemente defendidas, e os relatos de fins do século XVIII descrevem casas e depósitos localizados em torno de espaços centrais abertos (marae), incluindo, às vezes, áreas cultivadas dentro das defesas.
Embora a colônia britânica na Nova Gales do Sul lutasse para ali se estabelecer, não foram ambientes hostis, mas políticos territoriais e comerciais do Império Britânico que impediram seu progresso inicial. Demonstrando energia para burlar as restrições, em 1800 os resistentes de Sydney foram os primeiros a comercializar pele e óleo de foca, petróleo, madeira e carvão, além de produtos do pacífico. Seguindo a recomendação do comissário T.J. Bigge, de 1823, para que fosse permitido que Nova Gales do Sul e Terra de Van Diemem se desenvolvessem como colônias livres, os colonizadores não se voltaram para a criação de carneiros que produziam lã de alta qualidade. Em 1828, a Austrália exportou 900 toneladas de lã para a Grã-Bretanha. Contudo, só após 1830 o valor das exportações de lã excedeu o dos produtos costeiros marítimos.
Apesar de suas origens polinésias tropicais, evidenciadas na sua estrutura física e social, os maoris criaram uma cultura bastante diferenciam quando comparada com a de seus primos tropicais, devido ao seu especial clima temperado. A fase clássica, refletida principalmente nas fortalezas, na arte nas canoas de um só casco e nas suas armas, representou um impressionante desenvolvimento cultural. Os polinésios das Ilhas do Sul e das Ilhas Chatham, por sua vez, ocupam um lugar destacado na antropologia mundial, já que foram uma das poucas populações que, como se sabe, mudaram de uma cultura agrícola para uma cultura de caça e coleta.
Em 1786, o governo britânico instalou uma colônia penal em Nova Gales. Arthur Philip fundou a primeiro colônia em Sydney em 1788 e a necessidade de proteger as rotas marítimas contra os franceses (quer também exploravam o Pacífico) e de ter locais de punição secundária levou ao povoamento das ilhas Norfolk (1788/1814, e 1825/55, New-castle (1801), Hobart (1803/4), Leunceston (1804), Brisbane (1824 e Albany (1826).
Em 1829, a Grã-Bretanha anexou toda a Austrália, mas a colonização britânica limitou-se à planície de Cumberlapd, até a década de 1830, quando a exploração para oeste e uma mudança na política do governo levaram à ocupação de regiões pastoris no interior. Na década de 1850, a chegada de migrantes livres e a procura européia por lã tornou o sudeste do país uma vasta fazenda de ovinos. A colonização pela iniciativa privada começou em Perth (1829), Melbourne (1835) e Adelaide (1836). O transporte de presos para o leste da Austrália cessou em 1840. Na década de 1850, descobertas de ouro produziram nova onde de migração livre.
A Nova Zelândia proclamou sua constituição em 1852, cuja dispersa colonização britânica foi traduzida em um sistema provinciano até o ano de 1876. Os primeiros anos de progresso da colônia basearam-se no comércio de lã e do ouro, que foi impulsionado pelo mercado britânico. Após uma prolongada depressão, em 1900, começaram a melhorar as perspectivas da Nova Zelândia ao diversificar seus produtos de exportação. A fama do país, conhecido como "o sul da Grã-Bretanha", refletiu no apoio que deu ao Reino Unido nas duas guerras mundiais. Desde que a Grã-Bretanha se incorporou |à Comunidade Econômica Européia, em 1973, a Nova Zelândia viu-se obrigada a ampliar seis mercados e atualmente a Austrália é seu principal sócio comercial.
O pequeno assentamento da enseada de Sidney estava rodeado de montanhas; a esta região chegaram os colonos livres somente quando houve acesso às planícies do interior, após 1813. Em seguida aos exploradores, chegaram os ocupantes ilegais, que se instalaram em grandes extensões do sudeste da Austrália. Mesmo assim, algumas empresas privadas estabeleceram cabeças-de-ponte em Perth (1829), Melbourne (1835) e Adelaide (1836), depois convertidas em capitais das colônias independentes da Austrália Ocidental, Vitória e Austrália Meridional, junto com a Tasmânia, Queensaland e uma parte de Nova Gales do Sul, quando estas momearam governos responsáveis entre 1855 e 1890. Apesar da rivalidade entre as colônias, as diferenças regionais nunca foram tão graves a ponto de destruir o sentimento de destino comum. A federação das colônias reunidas no Commonwealth (comunidade) da Austrália, em 1901, tinha uma lógica que somente o distante oeste se negava a aceitar.
A colonização da Austrália aconteceu de uma maneira bem diferente da de Nova Zelândia, onde as guerras entre europeus e maoris provocaram uma coexistência, para não dizer uma igualdade, entre os velhos e novos habitantes do território. Na Austrália houve a destruição da civilização nativa. As tribos foram sucumbindo perante as enfermidades e armas europeias e suas terras foram expropriadas em virtude da legislação europeia. As instituições aborígenes sobreviveram no centro e no norte, onde também foram dizimadas. Os colonizadores, que se apoderavam e transformavam a terra, eram de origem predominantemente britânica, com uma mistura de irlandeses e escoceses, registrando-se uma proporção de dissidentes e proscritos, mais do que em seu próprio país. Estes fatores contribuíram para criar relativa homogeneidade e uma política que, apesar de ter tido um tom rancoroso, foi essencialmente democrática. A colonização britânica esparsa refletiu-se até 1876 num sistema provincial. O progresso da colônia era inicialmente baseado na lã e no ouro, destinados ao mercado britânico. Após longa depressão, por volta de 1900, a maior variedade de produtos primários trouxe novas perspectivas ao país e uma dependência lucrativa do Reino Unido continuou na década de 1930. A reputação da "Grã-Bretanha do Sul" foi reforçada pelo apoio do país ao Reino unido nas duas guerras mundiais. Desde ingresso da Grã-Bretanha na Comunidade Econômica Européia, em 1973, a Nova Zelândia foi forçada a diversificar seus mercados. Atualmente a Austrália é sua mais importante parceira comercial. Houve expansão na silvicultura, horticultura, vinicultura, pesca e turismo. Mas o desemprego aumentou, agravando a situação racial, que também foi exacerbada pela imigração vinda do oeste da Polinésia.
As colônias australianas, assim como a Nova Zelândia, tiveram de conseguir sua auto-suficiência mediante o comercio. A terra foi trabalhada com fins econômicos, razão pela qual a agricultura de subsistência era escassa. Devido ao crescimento mercado mundial de lã, as terras de pastoreio do interior foram colonizados antes das ricas terras cobertas de bosques da costa oriental. Estas tiveram de esperar o desenvolvimento da indústria leiteira e do açúcar em Queensland. Passada a década de 1860, espalhou-se o cultivo do trigo; vinte anos mais tarde o comércio de carne congelada começou a prosperar, propiciando o aumento considerável da produção de carne. Entretanto, a colonização das regiões secas converteu-se em uma aventura muito arriscada e intermitente e quando a maioria da Austrália foi explorada e grande parte colonizada, nominalmente, até 1890, a exploração propriamente dita do país limitou-se às regiões onde existia chuva suficiente. Inclusive a irrigação teve pouco êxito longe dos sistemas fluviais do sudeste do continente.
Na segunda metade do século XIX, os pastores ampliaram a criação de ovinos e iniciaram a criação de gado para engorda no norte. Iniciou-se o plantio de trigo (planícies do interior) e cultivo de cana-de-açúcar e criação de gado leiteiro nas planícies costeiras e no interior. Na década de 1890, a maior parte da Austrália havia sido explorada e povoada por europeus. Contudo, nem todos os povoamentos mostraram-se viáveis.
A prática apontou riscos de se implantar a agricultura e atividades pastoris em terras pobres e de baixa pluviosidade. Mesmo no século XX, apesar de programas de conservação de água e irrigação, grandes áreas permanecem à margem da vida européia.
Grupos de madeireiros e caçadores de focas e baleias, europeus e americanos, chegaram aos portos da Nova Zelândia a partir de 1790 e, nas décadas de 1810 e 1820, a baía das ilhas tornou-se centro de atividade. Em 1840 a Grã-Bretanha negociou com os maoris a Ilha do Norte e aproveitou o momento para anexar a Ilha do Sul. Daí em diante, a ocupação européia da Nova Zelândia equiparou-se à da Austrália, com atividades pastoris , agrícola, descobertas de ouro e migração livre.
A natureza comercial da indústria primária da Austrália fortaleceu o predomínio dos maiores portos sobre as províncias do interior. Assim, os novos sistemas de transporte consolidaram seu poder, depois que a ferrovia substituiu os carros puxados por bois e os botes nos rios que passaram a usar motores. Nas décadas de 1850 e 1880, descobriram-se espetaculares jazidas de ouro e outros minerais, acrescentando uma nova riqueza ao continente e dando origem a uma imigração poliglota. Mesmo quando no início da febre do ouro as pessoas começaram a transladar-se em direção ao interior, as cidades do litoral acabaram sendo as principais beneficiadas com a riqueza e o povoamento, sobretudo Melbourne e Sidney. Por volta de 1890, dois terços dos australianos viviam em áreas urbanas. As colônias de Nova Gales do Sul, Victória, Austrália do Sul, Austrália ocidental, Tasmânia e Queensland tiveram representação governamental entre 1855 e 1890. Contudo, o isolamento continuou porque Melbourne, a maior cidade da Austrália, não se voltava para a Ásia nem para o Pacífico, seus vizinhos naturais, mas sim a Londres e Liverpool. Este isolamento causou preocupação sobre a identidade nacional e exagerou os temores de ameaças externas. Apesar de certa rivalidade e de diferenças regionáis, as colônias se uniram para formar a "Commonwealth" (comunidade) da Austrália em 1901. A Nova Zelândia, dividida em seus províncias, recebeu uma representação governamental em 1856. À medida que aumentava o poder da administração central,diminuía o poder das províncias, até que ele foi abolido em 1876. Os dois pois países conquistaram a soberania em o Estatuto de Westminster, em 1931.
De meados do século XIX e século XX, Austrália e Nova Zelândia destacaram-se pela produção de lã, carne, cereais e laticínios. Na Austrália, as corridas do ouro das décadas de 1850 e 1880 trouxeram riquezas e aumentaram a população interior. Mas a expansão de sistemas de comunicação e transporte (navegação costeira e interiorana, estradas, ferrovias, telégrafo) aumentou a hegemonia de cidades costeiras, como Sydney e Melbourne. Na década de 1890, dois terços dos australianos viviam em cidades da costa, tendência que se manteve no século XX. A situação da Nova Zelândia é semelhante.
Após 820, o povoamento se estendeu para o interior a partir das cidades costeiras, mas vastas regiões áridas do continente permanecem pouco povoadas e a população total só atingiu 5 milhões em 1918. Exportações de lã, trigo e minerais permitiram aos australianos desfrutar da maior renda per capta do mundo já em 1900, uma posição que não foi mantida apesar de grandes descobertas recentes de minerais. A maioria dos australianos depende de empregos urbanos; segundo o censo de 1991, 62% da população ( já com 16/17 milhões) vivia nas 12 maiores cidades ou próximo delas, incluindo 3,5 milhões em Sydney e 3 milhões em Melbourne. Camberra, capital federal desde 1927 e a maior cidade do interior, tinha 278.894 habitantes em 1991.
Livres de conflitos em casa até 1942, os australianos enfrentavam sua realidade somente quando cruzavam o mundo para combater nas guerras alheias.
A influência dos indígenas sobre a cultura emergente foi maior na Nova Zelândia do que na Austrália, tornando a sociedade mais tolerante. No final do século XIX, a xenofobia se alastrou pela Austrália, devido ao isolamento cultural e agitações sindicais. De 1890 até 1960 a "White Austrália Policy" registrou o ingresso de europeus, o que não impediu a diversificação da sociedade, em especial pela migração de sul-europeus após 1945. Entre os anos 1970 e 1980, a imigração asiática acelerou este processo. Até recentemente a migração para a Nova Zelândia não era diversificada, mas o aumento das populações polinésias não-maoris provocou onde de violência.
Atividades manufatureiras surgiram nas cidades, mas com investimento limitado, altos custo, baixa produtividade e mercados reduzidos. A indústria em geral só obtinha êxito graças a tarifas protecionistas. Desde 1950, foram descobertos na Austrália minerais, carvão, petróleo e gás, sempre destinados à exportação. No século XX, mudanças econômicas e políticas no exterior e mudanças sociais internas obrigaram Austrália e Nova Zelândia a expandir o comércio com países de fora da antiga Comunidade Britânica. O surgimento da Comunidade Européia, a perda dos mercados tradicionais e a visão de que os países do pacífico seriam o exio econômico do mundo no século XXI foram fatores importantes para promover a independência econômica da Grã-Bretanha.
O destino dos indígenas nos dois países foi diferente. Na Austrália, violência, doenças e expropriação dizimaram os aborígenes no século XIX. A cultura tradicional sobreviveu melhor no norte, oeste e centro, mas houve adaptação às novas realidades. Os aborígenes tiveram de esperar até a segunda metade do século XX para definir sua situação legal e obter direito à terra. Nos anos 70 e 80, o governo australiano investiu muito para melhorar a situação dos aborígenes, embora sem muito sucesso. Na Nova Zelândia, o Tratado de Waitangi e a resistência mais bem-sucedida asseguraram a coexistência de maoris e europeus. Nos dois países, um consciência de identidade emergiu recentemente entre os indígenas, acompanhada por atividades políticas que refletem essa consciência .
Até meados do século XX, esta sociedade predominantemente britânica se manteve dependente das exportações primárias, apesar do grande crescimento da indústria secundária, protegida pelas altas barreiras alfandegárias . Durante a Segunda Guerra Mundial, o fato de que a Austrália recorresse aos Estados Unidos, em vez da Inglaterra, para pedir proteção contra os japoneses foi um sinal de que neste continente importantes mudanças políticas estavam ocorrendo. Os governos de pós-guerra promoveram a imigração de outros países europeus, alheios à Grã-Bretanha, e, paulatinamente, abandonaram a política da Austrália branca, admitindo um número cada vez maior de asiáticos. A austrália compartilhou o crescimento econômico do Ocidente, ajudada pelo intercâmbio comercial com o Japão, baseado principalmente nas grandes exportações de ferroe e carvão, bem como no descobrimento de petróleo e gás em seus territórios. Sua nova dependência dos sócios comerciais do Pacífico foi confirmada depois que a Grã-Bretanha uniu-se à Comunidade Econômica Européia em 1973. A partir de então a importância de suas relações com esse país começou a diminuir rapidamente. Na década de 70, a inflação e a recessão mostravam as fraqueza estruturais de uma economia demasiadamente dependente da exportação de produtos básicos e de indústrias subsidiadas e de altos custos. Uma inflação descontrolada contribuiu para destituir o governo do Partido Trabalhista, essencialmente reformista, em 1975, o que resultou, segundo a opinião dos australianos, numa crise constitucional. Depois de 1983, outro governo trabalhista apressou-se em demonstrar os mecanismos de regulação que durante décadas distorceram a realidade do mercado. Por coincidência, um governo trabalhista na Nova Zelândia seguiu um caminho paralelo.
Apesar das dificuldades econômicas, o Bicentenário da Colonização Europeia, em 1988, foi celebrado por uma sociedade muito mais variada e culturalmente rica. Entretanto, a Austrália seguia sem poder equilibrar a herança britânica com sua recente imigração cosmopolita e as demandas dos aborígenes desamparados que ainda subsistem no país.
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