As viagens européias de exploração começaram em princípio do século XV, quando os navegantes portugueses avançavam em direção ao sul, contornando a costa da África em busca de ouro, escravos e especiarias, até que em 1487 Dias e De Covilha chegaram ao Oceano Índico. Daí em diante as viagens de exploração se multiplicaram, especialmente depois que as vitórias otomanas tornaram perigosa a antiga rota em direção a leste via Alexandria e ao Mar Vermelho.
Enquanto os portugueses exploravam a rota oriental da Ásia, os espanhóis zarpavam em direção ao oeste. Uma vez no Oceano Índico, os primeiros alcançaram rapidamente seu objetivo: Calicute (1498), Malaga (1511) e as Molucas (1512). A busca espanhola de uma rota ocidental para as Ilhas das Especiarias teve menos êxito. Seu involuntário, mas transcendental resultado foi o descobrimento do Novo Mundo por Colombo em 1492, seguido pela conquista espanhola da América. Porém, foi somente em 1524, quando Verrazano esquadrinhou a costa da América do Norte até a Nova escócia, que a existência de um novo continente foi reconhecida de maneira geral. Enquanto isso, a busca de uma rota ocidental à Ásia continuava conduzindo a exploração intensiva do Caribe. Finalmente, em 1521, Magalhães deu a volta pela América do Sul, penetrando no Pacífico e alcançando as Filipinas, porém, uma rota demasiadamente longa e perigosa para fins comerciais. Em 1557 os portugueses ocuparam macau e depois de 1564 os galeões espanhóis comerciavam entre Manila e Acapulco, no México; com exceção destas rotas, a exploração do Pacífico foi adiada até o século XVIII.
Entre a Inglaterra e a França, relutantes em reconhecer o monopólio reclamado por Espanha e Portugal no Tratado de Tordesilhas (1494), embarcaram em uma série de viagens com o propósito de chegar à Ásia por uma rota setentrional. Todas se revelaram infrutíferas e foram abandonadas depois de 1632, mas deram lugar à abertura da América do Norte p-ara a colonização européia. Os ingleses, franceses e holandeses mostravam-se, mesmo assim, pouco dispostos a deixar o rentável comércio com o sul e o sudeste da Ásia em mãos dos portugueses e espanhóis. Nos últimos anos do século XVI e na primeira metade do XVII, observou-se um esforço bem-sucedido para minar a posição privilegiada de Portugal e Espanha.
Contudo, todas estas viagens não poderiam haver-se realizado sem o aperfeiçoamento na construção das embarcações, os progressos nos instrumentos náuticos e o desenvolvimento da cartografia.
Nos éculos XIV e XV a arquitetura naval experimentou um notável avanço ao integrar os conhecimentos herdados dos romanos, árabes e vikings, incorporando a vela quadrada, um terceiro mastro e o timão aperfeiçoado, que melhoraram a capacidade de manobra e deram maior velocidade às embarcações.
A caravela e a carraca são típicas embarcações nas quais se combinavam estes três elementos e são as naves que tornavam possível a navegação atlântica.
Os instrumentos náuticos da mesma maneira que a cartografia, foram aperfeiçoados também no século XV, paralelamente às viagens de reconhecimento. A bússola, o quadrante, os astrolábio, as tabelas de diferença, os roteiros e as cartas marinhas converteram-se em um grande apoio. As escolas de cartografia, localizadas em Gênova, Veneza, Maiorca, Lisboa, Sagres e noroeste europeu, elaboravam importantes cartas de navegação. Os conhecimentos cartográficos medievais foram reunidos no chamado Compasso de Navigare e no Atlas Catalão, obras nas quais se fazia referência ao mundo conhecido nos séculos XIII e XIV. Com as novas viagens de exploração foi necessário atualizar e refazer as cartas, aparecendo, assim, muitas que incorporavam as costas e ilhas atlânticas. A primeira carta que consigna terras americanas foi elaborada em 1500 por Juan de la Cosa, cartógrafo que acompanhava Colombo em suas viagens.
A criação do mapa-mundi como nós o conhecemos foi uma das grandes obras da ciência aplicada da Era do Renascimento. A descoberta dos oceanos intercomunicados e do verdadeiro tamanho do planeta foi comparável aos manifestos de Lutero e aos descobrimentos de Galileu na demarcação entre o mundo medieval e o moderno, e o mapa-mundi continua sendo, de muitas maneiras, uma das imagens abstratas mais importantes que jamais foram criadas. Para os europeus teve uma importância inestimável porque foi a ferramenta básica que os guiou á medida que deixavam sua marca em todos os continentes e oceanos do mundo.
Em 1519, Hernan Cortês, o jovem governador colonial de Havana, foi nomeado chefe de uma expedição colonizadora de 600 homens que zarpou em 1519 "a serviço de Deus e Sua Majestade Carlos V para dar luz à queles que moravam nas trevas e também adquirir riqueza que muitos homens cobiçavam". Atracou em Vera Cruz, no Golfo do México, e rapidamente eliminou a oposição dos habitantes nativos; as couraças forradas de algodão dos índios ofereciam escassa proteção contra as espadas de aço, escopetas e bestas brandidas pelos invasores montados, enquanto as armaduras de aço dos espanhóis os resguardavam da maioria das armas aborígenes feitas de madeira e pedernal. Os índios derrotados estavam tão impressionados com Cortês e seus homens que resolveram se unir a eles. Juntos empreenderam viagens em direção à capital asteca e, à medida que marchavam, muitas tribos cansadas da obsessão de Montezuma também lhe proporcionavam aliados. Ao chegar à passagem entre os vulcões gêmeos que guardavam o Vale do México (seguindo a rota percorrida muita antes pela "Serpente Emplumada") e contemplando desde o alto Tenochtitlán, "que brilhava como uma jóia engastada no lago", Cortês ia à frente de um poderoso exército.
Pouco antes, foram vistos sinais de mau agouro na cidade anunciando uma calamidade, e muitos acreditavam que os espanhóis de pele branca eram Quetzalcoatl e seus seguidores; de maneira que Montezuma, sem saber como agir, introduziu-os na cidade, onde os acumulou de ricos presentes. Logo, devido às notícias de um ataque contra a base espanhola em Vera Cruz, Cortês mandou prender Montezuma, de modo quer a capital e o soberano ficaram em seu poder. Seu êxito parecia consumado; contudo, neste momento vitorioso, Cortês foi subitamente chamado de volta à costa. Durante sua ausência, o pânico apoderou-se dos 200 espanhóis em Tenochtitlan e massacraram os celebrantes de um culto religioso. Em resposta, os astecas se sublevaram ferozmente. Isto aconteceu no dia 6 de maio de 1520, quando cerca de 600 líderes astecas se reuniram no complexo do templo no centro de Tenochtitlan, a q pequena guarnição espanhola a cargo de Pedro Alvarado, temerosa de uma rebelião, foi dominada pelo pânico e massacrou igualmente sacerdotes e nobres. Isto provocou uma rebelião geral contra os espanhóis em Tenochtitlán. Montezuma, totalmente desacreditado por seu apoio inicial a Cortês, foi assassinado por seus súditos e Alvarado conduziu sua guarnição (tanto de espanhóis como de índios leais) numa temerária fuga noturna através de uma das vias em direção às margens do lago. Contudo, os guerreiros astecas os aguardavam. Atacados por botes e por terra, a maioria dos fugitivos pereceu, no que Cortês denominou depois como a "Noite Triste".
Apesar de Cortês ter regressado de imediato para libertar seus homens sitiados na capital, sua situação era insustentável. Montezuma foi assassinado enquanto exortava seus antigos súditos a manter a paz e os espanhóis realizarem uma temerária retirada antes do amanhecer. Três quartas partes dos fugitivos, sobrecarregados com sua parte no ataque, não conseguiram escapar e foram mortos.
Foi neste ponto, em meio a uma derrota, que Cortês demonstrou seu verdadeiro caráter. Em vez de abandonar a expedição, planejou uma nova campanha com seus aliados indígenas sobreviventes. primeiro, subjugaram as províncias que rodeavam o grande lago onde se erguia a capital e começaram um forte assédio; depois construíram uma flotilha com o objetivo de proteger seu avanço simulado pelas três vias que conduziam à cidade. Os astecas, entretanto, travaram uma batalha desesperada, mas, após semanas de luta, desgastados pela fome e enfermidades, os defensores se renderam em agosto de 1521. Cortês conquistou todo o México, que recebeu o nome de Nova Espanha, desde o Pacífico até o Caribe - uma área maior que a Península Ibérica -, para seu soberano, o imperador Carlos V.
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