Os vikings, ancestrais dos sossegados e civilizados escandinavos, entraram para a História como um povo violento. Apesar de terem feito jus à fama, pois invadiam, saqueavam e dominavam cidades do continente europeu, mantinham um sistema de vida bastante organizado e democrático . Crimes internos eram julgados e cabia ao condenado cumprir rigorosamente a punição, coisa que em nossos dias raramente acontece.
Os vikings sempre causaram verdadeiro pavor nos europeus. "Do furor dos normandos, livrai-nos Senhor" suplicavam os povos da França Itália e Espanha lá pelos idos do anos mil. Os vikings, e depois seus descendentes, os normandos, devastaram durante três séculos (de 800 a 1.100) as costas da Europa Ocidental com suas arrojadas incursões.
Mas os vikings passaram à História Universal menos como um povo belicoso e mais como audaciosos navegantes, o que é igualmente bem justificado, pois, quando chegaram à Escandinávia via Dinamarca, por volta do século VII, souberam construir frotas de centenas de embarcações com as quais desafiavam os tempestuosos mares e atingiram a Islândia e Groenlândia, onde fundaram colônias agrícolas; as costas do Mediterrâneo, onde saquearam a valer; a Europa Oriental, onde estabeleceram poderosos Estados, dos quais nasceria a Rússia; o norte da França, onde fundaram o ducado da Normandia, que viria a ser de grande importância para a história da Europa; a América do Norte, onde chegaram a fazer muita coisa, tanto que sua presença nessa região antes de Colombo é até hoje contestada. Empreenderam heroicas viagens pelo Mar Cáspio, Mar Negro, Oceano Ártico e Atlântico Norte. E guerrearam com bravura, e carregaram prata, sedas e especiarias do leste, marfim de leão-marinho e peles, do norte.
A descoberta da América antes de Colombo
Por ter cometido assassinato, Eric, (o vermelho), foi exilado na Islândia, ilha descoberta cerca do ano 860 pelos próprios vikings e que, em pouco tempo, foi colonizada. Eric levava uma vida pacata até que, por volta do ano 982, decidiu navegar mais a oeste do oceano Atlântico. Com suas viagens, descobriu novas terras, às quais deu o nome de Groenlândia.
Entusiasmados com a notícia, colonos rapidamente navegaram rumo ao Ocidente. Em 999, Eric enviou seu filho mais velho, Leif Ericson, para a terra natal da família, a Noruega. Leif foi recebido pelo rei, Olaf I, que o converteu ao cristianismo e o incumbiu de cristianizar a Groenlândia.
A partir daquele momento, existem duas versões para os acontecimentos que se seguiram: a primeira conta que, na volta para a Groenlândia, Leif desviou-se de seu curso por acidente; a segunda afirma que ele voltou para a Groenlândia e lá teria comprado um barco, partindo então para explorar terras ainda mais a oeste. Ele estaria sedento por descobrir a veracidade do relado de um colega, Bjarni Herjólfsson, que dizia ter avistado uma terra montanhosa no ano de 986.
Independentemente da versão, o fato é que, no ano 1.000, Leif Ericson tornou-se o primeiro europeu a pisar na América. Ele fez três paradas, dando um nome a cada local que visitou. De acordo com os estudiosos, a primeira, Helluland, seria a ilha de Baffin; a segunda foi Markland, provavelmente a península do Labrador; a terceira recebeu o nome de Vinland (Terra Boa) e possivelmente corresponde à Terra Nova. Em Vinland, Ericson passou um ano com os homens que compunham sua tripulação. Quando retornou à Groenlândia, relatou maravilhado, sua aventura em um local fértil, de clima ameno e repleto de peixes.
Essas informações não são reconhecidas por muitos estudiosos como verdadeiras. Contudo, conta-se que, com a morte do pai, Leif assumiu os negócios da família e encarregou seu irmão, Thorvald, de realizar a próxima expedição até as novas terras.
Em sua primeira viagem até Vinland, Thorvald se deparou com nativos da região e, durante uma briba foi morto. Ainda assim, novas jornadas vikings foram empreendidas até Vinland, onde se constituiu um assentamento. este, no entanto, durou poucos anos, em razão dos constantes atritos com os índios e pela dificuldade de navegação na região, repleta de icebergs.
Na década de 1960, historiadores encontraram vestígios de uma povoação viking na Terra Nova que, de acordo com os relatos, corresponde à Vinland. Provava-se, assim, a veracidade da aventura de colonização empreendida por Leif e seus companheiros vikings.
A Europa Ocidental teve mais segurança contra os ataques internos a comunidades religiosas e mercadores sob o domínio dos carolíngios e dos mércios na Inglaterra. No século VIII, mosteiros e mercados não eram fortificados nem as defesas romanas foram restauradas. Mas a riqueza atraia invasores externos, homens que não aceitavam as sanções religiosas que protegiam os locais sagrados do Ocidente cristão nem a autoridade dos reis cristãos. Nos século IX e X a Europa Ocidental sofreu ataques de três grupos de forasteiros: sarracenos, húngaros e vikings.
As conquistas de Clóvis, morto em 511, e seus filhos fizeram dos francos os mais poderosos e importantes de todos os sucessores bárbaros de Roma, criando a base para a hegemonia franca que dominou a Europa Ocidental por mais de três séculos. Mas Clóvis e não era o único governante franco; os que viviam nos vales do Reno, Mosela e Meuse tinham outros chefes ou reis. Clóvis destruiu o poder dos rivais e uniu os francos sob seu domínio e ampliou sua notoriedade sobre os turíngios e alamanos, no leste, e sobre os visigodos, oeste; seus filhos e netos aumentaram o domínio franco a leste, até o vale do médio Danúbio, conquistaram os burgúndios e expulsaram os ostrogodos da Provença.
Os ataques sarracenos começaram no século VIII, a partir da Espanha islâmica e da África. Após a ocupação da Sicília, concluída no ano 827, os piratas sarracenos se fixaram na costa sul da Itália e depois no sul da Gália, de onde ameaçavam a Europa meridional. Córsega e sardenha foram frequentemente atacadas e muitos mosteiros e cidades na Itália, incluindo a própria Roma e a Gália foram pilhados; mercadores e peregrinos eram roubados ou forçados a pagar para saírem do cativeiro. O principal responsável pela expulsão dos piratas da Itália foi o Império Bizantino.
O nome Viking, além do seu terrível poder de evocação, significa no masculino: o homem que frequenta as baias. E só representa a parte ocidental da gigantesca rede de exploração lançada ao mundo pela Escandinávia entre os século VII e X.
No Oriente, efetivamente, os Suecos varegues (mercadores itinerantes, de vârar. "garantias") colocam a expansão nórdica sob o signo do comércio, organizado num grande raio de ação. Façanha pelo menos igual à dos navegadores, e que assegura, a partir do século IX, a prosperidade dos centros de tráfico como Birka no lago Mälar, ou Hedeby, perto de Schleswig. Ajudados pelas populações eslavas, os Varegues instalaram-se na Rússia, discretamente, enquanto no Ocidente os ataques vikings são recebidos com anátemas dos "clérigos loquazes".
Vikings e Varegues não se lançam na direção de mundos desconhecidos por eles. Desde a idade do Bronze, a rede fluvial russa estabeleceu um circuito comercial com os núcleos germânicos. A partir do século VI, os Nórdicos conhecem o Vestr Viking, a rota do Oeste, aberta pelos piratas dinamarqueses, jutos e saxões, e ligando a Noruega, a Escócia e a Irlanda; mais ao sul, o caminho irlanda - Armórica - golfo de Gasgonhaé usado desde o baixo Império, as flotilhas monásticas sinalizam os itinerários fluviais, a rota da Espanha e do próprio Mediterrâneo é delimitada; na direção do grande Noroeste, os anacoretas irlandeses, navegando em pré-históricos coracles redondos, de madeira e de couro, descobriram a rota Erin - ilhas da Escócia - Faer Oer - Islândia. Os Vikings vão percorrer esses mares. Descobrirão somente duas rotas costeiras: a de Trondheim ao mar Branco, e a da Islândia à Goenlândia (depois daí até ao Vinland americano).
No fundo dos fiordes da Noruega, com suas águas transparentes e suas margens ladeadas por pradarias verde-escuro, encimadas por florestas de linheiros, carregam Knorr e langskip de bagagens, víveres, animais e cavalos. Os homens sobem a bordo: barbudos, usam o antigo traje germânico, com calças apertadas no tornozelo, túnica larga caindo por cima dos quadris e manto preso por um broche no ombro direito, para deixar o braço livre. A espada franca está presa ao cinturão por uma tira de couro. na cabeça, os Vikings usam um capacete de ferro com proteção para o nariz, ou um elmo cônico.
- Ro voek over alt! Avançar!
O barco se distancia a golpes de remo para o meio do fiorde. A equipagem é içada no mastro de 10 metros, cravado numa peça de carvalho, na qual está preso por um "ferrolho", introduzido no trilho de montagem, a verga sustentando a vela quadrada de lã branca, que se enfuna, fazendo ranger as precárias enxárcias.
O "longo-navio" deixa o fiorde. Quando m bate com seu casco nas ondas escuras do alto mar, o vigia está no seu posto, sobre o pequeno convés da frente, uma das mãos sobre a proa, onde está a carranca do monstro, colocada antes da partida. Remos enfileirados, os homens ocupam-se das manobras ou fixam seus cofres, que servem de banco de remar sobre o krappar, espaço que fica na frente e atrás do mastro; seus escudos redondos e multicoloridos são presos com cordas amarradas nos seus pulsos e em volta de uma ripa que cobre a amurada. Os 16 buracos dos remos, perfumados nas bordas, são protegidos por discos de madeira, giratórios. No compartimento de trás (fyrrirum), um cofre blindado é amarrado, trancado por possantes fechaduras escandinavas, contendo os grandes machados de combate de cabo duplo e as espadas longas, forjadas nas florestas francas ou em Ulfberht e Ingelri, no Reno.
Instalado no convés da popa, ao lado do piloto, o chefe dirige seu olhar para a costa que se distancia. Enquanto os marinheiros-guerreiros erguem sobre estacas as tendas de couro que os protegerão dos respingos das ondas e dos vendavais. O navio aventura-se over ban svan, "na rota dos cisnes".
I imensa praia da ilha de Lindisfarne, ao largo dos confins anglo-escoceses, vê apontar algumas velas. Com uma rapidez surpreendente, os navios encalham, as equipagens se armam; eles saltam, pela quilha da proa, na água pouco profunda, correm para a areia branca espirrando a espuma das ondas; trepam na duna, atravessam em marcha de ataque o mato cerrado e atiram-se aos gritos sobre os indefesos monges ocupados em recolher o feno do convento, construído nesse local 100 anos antes. Angustiando de forma insuportável seus habitantes: ventos furiosos, relâmpagos, dragões de fogo voando pelos ares. Uma grande fome seguiu-se a esses sinais premonitórios, e pouco depois, no mesmo anos, as devastações dos pagãos destruíram miseravelmente, pela pilçhagem e pelo massacre, a igreja de Deus em Lindisfarne. (relato de Crônicas anglo-saxônicas).
Exceto por alguns detalhes, a largada viking evocada linha atrás poderia corresponder à incursão de 8 de junho de 793.
- Thor aye! "Pisotearam por todo o lugar santo", relatara um escritor do século XII, "e o poluíram com as máscaras dos seus passos; arrancaram os altares e apossaram-se dos seus tesouros. Mataram alguns dos irmãos, e levaram outros acorrentados, como escravos. Muitos desses infelizes foram perseguidos, inteiramente nus, e cobertos de insultos. Até mesmo, em total desespero, afogaram-se no mar."
Alguns anos após a incursão, um escultor cristão erguera um Lindisfarne uma estrela reproduzindo a cena em baixo relevo; num lado, a imagem de uma cruz diante da qual se inclinam dois orantes; no outro, sete guerreiros brandindo o machado e a espada. esta primeira aparição dos Vikings traumatiza o Ocidente cristão. Alcuíno, ele próprio originário da Northumberland, escreve ao rei Ethelred: "Aproximadamente há 350 anos nós e nossos pais estamos habitando este maravilhoso país, e jamais aconteceu na Grã-Bretanha um horror semelhante ao que sofremos pela crueldade de uma raça pagã; e ninguém supôs que tal invasão pudesse vir do mar. Vede: a igreja de São Cuthbert foi salpicada com o sangue dos sacerdotes de Deus, despojada de seus ornamentos; este lugar, mais venerável do que outro qualquer na Grã-Bretanha, foi a presa dos pagãos..."
O estilo foi apresentado: os povos cristão veem perfilarem-se figuras de verdadeiros piratas, não conhecendo outra lei que não seja a do assassinato. Realmente, o norueguês, quando participa de uma expedição, não tem consciência de transgredir qualquer legitimidade: descem em terra e saquear uma fazenda para roubar o gado é somente uma forma de abastecimento, aceito pelos costumes nórdicos. Na Noruega e na Dinamarca, serão necessários a unificação monárquica e o advento do século XII para que agentes reais sejam encarregados de afastar os Vikings da costa.
Antes de se converterem ao cristianismo, acreditavam nos deuses germânicos. Mas, acima de tudo, acreditavam no seu próprio valor; "diga-me qual é sua fé", perguntou um viking a outro. "Creio na minha própria força", foi a resposta.
Os deuses vikings eram Woden (Odin), chefe de todos os deuses, o grande guerreiro, e Thor, que parece na mitologia sempre acompanhado de sua arma invencível: o martelo de pedra. No Valhalla, o paraíso, os vikings mortos encontrariam festas, lutas, narração de histórias e, o que achavam muito bom; poderiam beber o crânio de seus inimigos e ficar em companhia dos antigos heróis.
No século doze, em Gol (Noruega), os vikings, havia pouco tempo convertidos ao cristianismo, ergueram uma igreja que resistiu ao tempo, embora feita de madeira.
Sabendo trabalhar a medira como poucos, os vikings construíram sólidas embarcações de fundo plano e agudo esporão (remate da proa, onde ficava a figura que servia de ornamento), capazes de navegar a altas velocidades. Embora impulsionadas a vela, dependiam mais da força dos remadores: 60 de cada lado. Os barcos vikings serviam como meio de transporte para as excursões piratas ou para as longas viagens de exploração e fins comerciais. No primeiro caso, os guerreiros colocavam seus escudos ao longo do costado. Nas viagens pacíficas, a tripulação era bem menor, entre 15 a 30 homens. Os vikings não conheciam a bússola imantada e orientavam-se graças a uma espécie de bússola solar. De meados do século XIX a meados do século XX, os arqueólogos já desenterraram na Escandinávia cerca de 550 drakkar (nome viking para navio). Todos serviam de túmulos a chefes militares e deviam transportá-los em sua última viagem ao Valhalla, que era o paraíso na mitologia viking. Em Gokstad (Noruega) encontrou-se, em 1880 um barco viking construído no século nono. Media 23,30 m de comprimento por 5,10 m de largura máxima e podias transportar 40 homens. O timão era um grande remo preso a um dos costados, a proa bem afilada para fender as grandes ondas de alto mar. Movida a remo, a nave também possuía mastro com vela quadrada. Como o fundo era muito chato, o barco permitia viagens em rios, o que, por sua vez, ensejava aos vikings saquear, além das cidades marítimas, também as do interior.
Foram encontradas, também, carretas e trenós que provavelmente eram utilizados nos trabalhos agrícolas, em fazendas situadas às margens dos fiordes escandinavos. É onde os vikings criavam ovelhas, cavalos e vacas; cultivavam o centeio, cereal mais adequado á regiões de clima frio. Pão, laticínios e peixe eram os principais alimentos.
Quando se converteram ao cristianismo, o vikings adaptaram o martelo à forma de cruz, como símbolo de sua conversão, mantendo todavia seu sentido religioso original; O martelo (chamado mjolnir, era a arma de Thor, o deus do trovão. Além de sua utilidade como instrumento, o martelo, para os vikings tinha também o valor de um amuleto, ou seja, um objeto mágico que protege seu dono contra todos os perigos.
Os vikings preferiam navegar a fazer literatura. Entretanto, conheciam o alfabeto e nas cortes de seus reis havia lugar para os escaldos, poetas que contavam as lendárias empreitadas de seus heróis. Esses poemas eram encontrados transmitidos de geração a geração oralmente e só muito mais tarde passaram à forma escrita, as célebres sagas.
Mas, se a escrita existia, quem a usava? Só os sacerdotes, para gravar fórmulas mágicas nas tumbas e nos amuletos. Por isso mesmo chamava-se runa, que em viking significa mistério. Runa, porém, era o nome genérico de todas as escritas dos antigos povos germânicos. Originalmente consistia de 24 letras, derivadas do grego e do latim. Mas seu desenho foi sendo aos poucos alterado para facilitar a lapidação de inscrições em pedras.
Em matéria de linguagem, inglês moderno conserva resquícios da dominação viking. É o caso dos nomes dos dias da semana: wednesday (quarta-feira) vem do viking, "dia de Woden; thursday Quinta-feira) era o dia de Thor.
Os vikings contavam de 20 em 20. Do que oitenta, em francês, resultou em quatre-vingt, ou seja "quatro vezes vinte". Pois durante muito tempo os vikings dominaram também a Normandia, região situada no noroeste da França atual.
A história Viking foi reconstruída pelos estudiosos, principalmente pelo exame das relíquias que foram encontradas sepultadas em embarcações.
Para sorte do arqueólogos o hábito de muitos povos era enterrar seus mortos junto com os objetos que usaram em vida. Como o egípcios,m etruscos e citas, os vikings tinham esse costume. E, graças a ele, pode-se ficar sabendo como era sua vida, analisando os artefatos encontrados.
Tal como os romanos, os vikings eram muito hábeis em adaptar engenhos e idéias de outros povos a seu próprio uso e interesse. O que se pode chamar de arte viking é uma mistura de muitos estilos europeus, notadamente o carolíngio, os irlandês e o inglês, embora no seu conjunto seja uma expressão típica e exclusiva daquele povo de intrépidos navegantes.
Os vikings tinham também a vantagem da surpresa quando desciam até o litoral e rios da Europa Ocidental. Mas, ao contrário dos húngaros, eram também colonizadores. Quando os noruegueses descobriram que havia ilhas no Atlântico Norte com ambiente muito semelhante ao de sua terra natal, começaram a procurar uma vida melhor além-mar. Os dinamarqueses também se fixaram em terras de ultramar, em parte porque havia mais oportunidade de pilhar e extorquir tesouros na Europa Ocidental do que na Escandinávia.
As primeiras incursões vikings ocorreram perto do fim do século VIII. A mais conhecida foi contra o mosteiro de Lindisfarne, na Nortúbria em 793. No século seguinte, várias bases norueguesas foram estabelecidas na Irlanda, sendo a mais famosa Dublim, fundada em 841. Desses locais, os líderes guerreiros conduziram as expedições para pilhar mosteiros e outros centros na Irlanda , Grã-Bretanha e locais mais distantes. Os ataques dinamarqueses foram contidos pelos francos a partir do ano 810, mas uma incursão ao mercado de Dorestad em 834 iniciou uma série de ataques regulares àquela localidade. Na metade do século,dinamarqueses deslocavam-se por barco ou a pé, para atacar igrejas e cidades na Grã-Bretanha e Império Franco. Apos o ano 850, se moviam a cavalo cobrindo grandes distâncias. Estabeleceram bases para facilitar os ataques e algumas se tornaram centros de colonização escandinava permanente, como os cinco burgos das "midlands" inglesas. Nessas colônias , os vikings perderam vantagens de mobilidade e surpresa, tornando-se vulneráveis à pressão que os levou a aceitar o domínio de Franceses e ingleses e a conversão ao cristianismo.
Os magiares impuseram outro tipo de ameaça.; Eram cavaleiros que se deslocavam pela planície húngara no final do século IX e em pouco tempo começaram a pilhar as regiões vizinhas, primeiro o norte da Itália, depois a Alemanha e, nas investidas mais longínquas, o centro e o sul da França. Tinham a vantagem da velocidade e surpresa. Em campo aberto, sua cavalaria era superior à dos inimigos alemães ou italianos. Mas em terreno montanhoso ou atravessando rios, especialmente ao voltar para casa com o fruto das pilhagens, eram mais vulneráveis e chegaram a ser derrotados por governantes germanos. A ameaça terminou com a vitória de oto I, na batalha de Lechfeld, perto de Augsburgo em 955. Os líderes magiares foram executados, dando início a assimilação dos magiares pelo cristianismo ocidental.
Durante esses acontecimentos no Ocidente, os suecos estavam atravessando o Báltico para visitar os mercados, notadamente Bolgar no médio Volga, onde os muçulmanos ansiavam por adquirir escravos que suecos e outros capturavam nas florestas do norte da Rússia. Os líderes suecos que se tornaram senhores de locais como Kiev e Novgorod foram influenciados pelos eslavos, mas mantiveram laços dinásticos com a Escandinávia. Os governantes de Kiev entraram em contato com Bizâncio, mas a influência deste era religiosa e cultural e não econômica. Os principais mercados para os produtos da região de Kiev eram os do leste islâmico, mais que os do sul bizantino.
A repentina ampliação de atividades escandinavas ultramarinas coincidiu com a crescente demanda de mercadorias que só podiam ser obtidas no norte; as morsas eram a principal fonte de marfim da Europa e as peles das regiões árticas da Escandinávia e Rússia eram muito valiosas. No início do período viking, cresceu o comércio nos mercados costeiros denominados "wics". O maior deles era Wijk, em Dorestad, mas havia outros, incluindo Quentovic, perto de Bolonha, e Hamwic, que mais tarde se tornaria Southampton. Os escandinavos eram estimulados a procurar couros, peles e marfim ainda mais longe.
Na Inglaterra, os reis de Wesserx resistiram, especialmente Edmundo I, o Velho (899 - 924), e Athelstan (924 -939); na Gália, os governantes francos capitularam, deixando a defesa nas mãos dos nobres locais. O resultado nas duas regiões foi a fragmentação da autoridade pública e o fortalecimento do poder militar dos líderes locais; na Inglaterra, homens livres se submetiam aos senhores em troca de proteção; na Gália, lavradores perderam status para os cavaleiros que formavam uma nova "ordem" em 10150. na Alemanha, o poder passou para os duques e margraves que guardavam as fronteiras. Desde o início do século X, devido ao poder de destruição dos sarracenos, magiares e vikings, a Europa Ocidental tornou-se um entrelaçado de condados, comunidade, principados e senhorios. E assim permaneceu por 500 anos.
A expansão da Normandia
Aqueles ousados corsários, chamados pelos europeus de "Normandos" (ou seja, "homens do Norte") e, na sua língua "Vikings", eram originários da Escandinávia. Possuíam barcos compridos e finos, movidos por inúmeros remos e uma única vela retangular; barcos não mais sólidos nem mais capazes do que um barco de pesca atual, todavia, em seu bordo, os Normandos realizavam travessia de excepcional percurso.
Em suas incursões de longo alcance, os Normandos demonstravam uma audácia, uma perícia marítima que não encontraram paralelo da história, a não ser no período áureo de Cartago. É de estarrecer, só em pensar que, com esses pequenos barcos, eles ousavam desafiar o Atlântico, atravessando-o completamente, da Normandia ao Canadá.
Flotilhas de noruegueses lançaram-se, entre os séculos IX e XI, sempre mais distante, rumo ao Ocidente, alcançando primeiro as ilhas "Far-Oer" e as Shetland, depois a Islândia, a Groenlândia, Terra Nova e às costas do labrador, na América do Norte. Em cada uma dessas terras, eles fundaram colônias que sobreviveram por séculos; aquela americana extinguiu-se, provavelmente, no século XIV. Outros grupos de guerreiros vikings, estes suecos, avançaram, ao invés, para o Oriente, para as grandes planícies da Rússia, até à Ucrânia; três irmãos, os príncipes Rurik, Sinav e Truvor, fundaram, no ano 862, em redor de Novgorod, o primeiro núcleo daquele domínio normando que, concentrado em Kiew, prosperou nos séculos seguintes, até que foi absorvido pela população eslava dominante.
Dir-se-ia que os três grandes povos escandinavos tivessem divididos, de comum acordo, as respectivas zonas de influência; realmente, como os noruegueses se dirigiram somente para as ilhas atlânticas e os suecos para a Rússia, assim os Danos (dinamarqueses), em sua grande febre de aventuras, comum a todos esses bárbaros do Norte, rumaram para a Grã-Bretanha.
E eles conseguiram estabelecer, bem depressa, sólidas cabeças de ponte naquela Ilha, facilitadas também pelo fato de que os Anglos, que a tinham invadido antes, sobrepujando a primitiva cepa saxônia, provinham igualmente da Dinamarca. Os reis ingleses reagiram, mas quando, em 1002, o rei Etelredo II mandou trucidar num só dia todos os Danos estabelecidos a no país, o rei Sven da Dinamarca acudiu com uma poderosa frota e,em poucos e afortunados combates, conquistou o território inteiro. O filho dele, Canuto, ampliou os domínios paternos, conquistando a Suécia e a Noruega, que as uniu num único reino à Dinamarca e Inglaterra; alpem disso, fez de tudo para difundir o cristianismo, poderoso impulso civilizador para seus ásperos e bélicos súditos, ainda imersos em sua trágica mitologia.
Na França, nesse ínterim, aqueles normandos que se haviam estabelecido na península da Bretanha, que lhes fora cedida por Carlos - O Gordo, tinham, em parte, assimilado a superior cultura francesa e constituído um rico e poderoso ducado. Da Bretanha - menos conhecida pelo nome de Normandia - partiram os primeiros grupos de guerreiros normandos que, em 1016,estabeleceram-se perto de Salerno. E sempre da Bretanha partiram, alguns anos depois, os filhos de Tancredo de Altavilla, Rogério e Roberto, o Guiscardo, que, numa série de rápidas e brilhantes manobras guerreiras, conseguiram escorraçar da Ilha meridional e da Sicília, os Bizantinos e os Árabes, ali fundando o reino normando das Duas Sicílias.
Houve outra expedição normanda, não menos repleta de eventos, que, da península bretã, soltou velas em 1066 rumo aos alvos recifes da Cornualha. Era comandada pelo sétimo duque da Normandia, Guilherme, depois chamado de Conquistador, que iria reivindicar alguns dos seus velhos direitos ao trono da Inglaterra.
Desse momento em diante, essa nação, que permanecera até então à margem da história, ingressava no grande jogo da política européia, na qual estava predestinada a representar um predominante papel.
Os povos vikings acreditavam que existia a vida depois da morte, devido a isso enterravam seus mortos com mantimentos, uma rica e esplendorosa mobília e jóias diversas. Eram os mais diversos objetos; desde agulha curvada, jarra de bronze, bacias de prata e até Machete de prata com desenhos zoomórficos.
Os povos vikings acreditavam que existia a vida depois da morte, devido a isso enterravam seus mortos com mantimentos, uma rica e esplendorosa mobília e jóias diversas. Eram os mais diversos objetos; desde agulha curvada, jarra de bronze, bacias de prata e até Machete de prata com desenhos zoomórficos.
Quando mortos, os chefes vikings eram sepultados armados e estendidos ao centro de seus barcos de guerra que eram queimados, numa espécie de cerimônia de cremação. Partes de algumas dessas sepulturas foram encontradas nas cavidades das das rochas; tapeçarias e engenhos de guerra testemunham, na sua extrema sobriedade, a força e a sensibilidade artística desse bárbaros. O barco de Oseberg encontrado em 1903 sob um montículo funerário norueguês é o barco viking mais antigos= conhecido, aproximadamente do ano 800, é também um dos mais ricamente decorados, com elaborados entalhes na proa e popa. Mede mais de 21,5 m de comprimento e a proa se eleva a quase 5 metros. Botes rápidos e manobráveis com este permitiam aos vikings fazer comércio e incursões em lugares remotos.
A vasta área coberta pelos marinheiros vikings torna-se evidente na descoberta de um tesouro escondido em meados do século IX em Hon, Noruega, que continha 2,5 Kg de ouro, prata e contas preciosas. As moedas são bizantinas, árabes, carolíngias e anglo-saxônicas. Mais pistas sobre os costumes funerários vikings são proporcionadas por uma pedra do século XI, proveniente de Osla, Suécia, que a esposa e os filhos erigiram como monumento sobra a tunda de um homem rico. Todos foram objetos saqueados pelos vikings em suas excursões.
O Império Germânico
As incursões dos vikings, magiares e sarracenos durante o século IX estremeceram os alicerces do Império Carolíngio, já enfraquecido pelos costume dos francos de dividir a herança. De acordo ao Tratado de Verdum, no ano 843, o império foi dividido entre os três netos de Carlos Magno. A parte ocidental para Carlos II, o calvo; a oriental para Luiz , o Germânico; e a central para o imperador Lotário I, que junto com o título obteve o domínio das cidades imperiais de Aquisgrana e de Roma.
Nenhum território do Ocidente cristão permaneceu imune aos ataques do exterior durante os séculos IX e X. Os magiares de sua base na planície húngara, deslocaram-se rapidamente por vastos territórios e os estragos que causaram foram de curta duração. Os sarracenos e vikings estabeleceram bases no oeste e, como consequência, foram uma ameaça mais persistente. os sarracenos finalmente foram expulsos, mas os invasores noruegueses e dinamarqueses se instalaram e conseguiram ser assimilados. Assim ocorreu também com os suecos que se deslocaram até o extremo oriental em busca de riqueza nos territórios eslavos e finlandeses.
Enquanto as embarcações islâmicas (embarcação de um só mastro) exploravam os mercados do Oceano Índico, um novo tipo de navegante fazia sua aparição na Europa do Norte: os vikings. Os progressos no desenho de suas naves lhes proporcionaram um novo domínio dos mares que rodeiam o noroeste da Europa, de que se valeriam tanto para o comércio como para o saque. As embarcações vikings, rápidas e manobráveis, eram impulsionadas por velas ou remos, e tinham pouco calado, o que eliminava a necessidade de portos profundos. Os vikings se estabeleceram como agricultores nas terras estrangeiras, colonizando territórios tão distantes como a Islândia, Groenlândia e Terranova. Também instalaram feitorias na Escandinávia e outras partes do noroeste da Europa. A expansão árabe havia irrompido o comércio mediterrâneo da Europa Meridional no século VII, convertendo a Europa Norte-ocidental em uma unidade comercial independente. Isso deixou os escandinavos , anteriormente isolados do comércio europeu, em boa posição para realizar negócios com os francos, com os árabes através dos rios russos e, pelo Mar Negro, com Bizâncio.
A supremacia dos vikings fez dos mosteiros situados no litoral, como Lindisfarne e Iona, objetos fáceis, e não tiveram escrúpulos, por suas crenças pagãos, apar saquear as ricas, mas mal defendidas, igrejas cristãs. No início, ao redor do ano 790 d.C., apareceram mencionados como piratas nas crônicas monásticas. As incursões logo deram lugar à conquista e colonização, e os recém-chegados criaram reinos na Normandia , Inglaterra Oriental e Rússia central. Mas o contato com os ricos Estados da Europa Ocidental deu lugar a uma represália sutil: os missionários cristãos, inteligentemente, começaram a converter os vikings pagãos á fé cristã. Nos séculos X e XII, os reinos vikings foram reconquistados e absorvidos pelos reis locais da Bretanha e Irlanda. Até fins do século XI, os reinos vikings cristãos haviam se estabelecido na própria Escandinávia e a grande era das incursões vikings havia terminado.
Apesar de os vikings terem se destacado pelas suas incursões selvagens, seus resultados econômicos foram substanciais. Incentivaram o comércio e a indústria, revitalizaram os centros urbanos em decadência da Europa Ocidental e Setentrional e fundaram novas comunidades urbanas em partes tão remotas como a Rússia e a Irlanda, incluindo algumas como Dublim e Kiev, florescentes até hoje.
As terras ocidentais dos francos,que haviam estado dentro do Império Romano e nos quais era falada uma língua romance derivada do latim, se tornaram a base da França moderna. Nas terras orientais, a maioria recentemente conquistadas pelos carolíngios aos povos germânicos, era falado o alemão; estas terras seguiram outro rumo, formando um país completamente distinto: a Alemanha. A parte central do reino carolíngio, que se estendia desde os Países Baixos até a Itália, manteve-se, de início, como um reino separado. Porém, as dificuldades de comunicação, junto com a barreira natural dos Alpes, tornaram praticamente impossível sua manutenção e começou a desmoronar-se rapidamente diante das ambições dos seus vizinhos mais poderosos do leste e do oeste. Contudo, sobreviveu como um traço permanente e curioso da geografia política da Europa, refletida hoje numa série de pequenos Estados: Holanda, Bélgica, Luxemburgo e Suíça, sem mencionar os disputados territórios de Alsácia e Lorena.
Nenhum território do Ocidente cristão permaneceu imune aos ataques do exterior durante os séculos IX e X. Os magiares de sua base na planície húngara, deslocaram-se rapidamente por vastos territórios e os estragos que causaram foram de curta duração. Os sarracenos e vikings estabeleceram bases no oeste e, como consequência, foram uma ameaça mais persistente. os sarracenos finalmente foram expulsos, mas os invasores noruegueses e dinamarqueses se instalaram e conseguiram ser assimilados. Assim ocorreu também com os suecos que se deslocaram até o extremo oriental em busca de riqueza nos territórios eslavos e finlandeses.
Enquanto as embarcações islâmicas (embarcação de um só mastro) exploravam os mercados do Oceano Índico, um novo tipo de navegante fazia sua aparição na Europa do Norte: os vikings. Os progressos no desenho de suas naves lhes proporcionaram um novo domínio dos mares que rodeiam o noroeste da Europa, de que se valeriam tanto para o comércio como para o saque. As embarcações vikings, rápidas e manobráveis, eram impulsionadas por velas ou remos, e tinham pouco calado, o que eliminava a necessidade de portos profundos. Os vikings se estabeleceram como agricultores nas terras estrangeiras, colonizando territórios tão distantes como a Islândia, Groenlândia e Terranova. Também instalaram feitorias na Escandinávia e outras partes do noroeste da Europa. A expansão árabe havia irrompido o comércio mediterrâneo da Europa Meridional no século VII, convertendo a Europa Norte-ocidental em uma unidade comercial independente. Isso deixou os escandinavos , anteriormente isolados do comércio europeu, em boa posição para realizar negócios com os francos, com os árabes através dos rios russos e, pelo Mar Negro, com Bizâncio.
A supremacia dos vikings fez dos mosteiros situados no litoral, como Lindisfarne e Iona, objetos fáceis, e não tiveram escrúpulos, por suas crenças pagãos, apar saquear as ricas, mas mal defendidas, igrejas cristãs. No início, ao redor do ano 790 d.C., apareceram mencionados como piratas nas crônicas monásticas. As incursões logo deram lugar à conquista e colonização, e os recém-chegados criaram reinos na Normandia , Inglaterra Oriental e Rússia central. Mas o contato com os ricos Estados da Europa Ocidental deu lugar a uma represália sutil: os missionários cristãos, inteligentemente, começaram a converter os vikings pagãos á fé cristã. Nos séculos X e XII, os reinos vikings foram reconquistados e absorvidos pelos reis locais da Bretanha e Irlanda. Até fins do século XI, os reinos vikings cristãos haviam se estabelecido na própria Escandinávia e a grande era das incursões vikings havia terminado.
Apesar de os vikings terem se destacado pelas suas incursões selvagens, seus resultados econômicos foram substanciais. Incentivaram o comércio e a indústria, revitalizaram os centros urbanos em decadência da Europa Ocidental e Setentrional e fundaram novas comunidades urbanas em partes tão remotas como a Rússia e a Irlanda, incluindo algumas como Dublim e Kiev, florescentes até hoje.
As terras ocidentais dos francos,que haviam estado dentro do Império Romano e nos quais era falada uma língua romance derivada do latim, se tornaram a base da França moderna. Nas terras orientais, a maioria recentemente conquistadas pelos carolíngios aos povos germânicos, era falado o alemão; estas terras seguiram outro rumo, formando um país completamente distinto: a Alemanha. A parte central do reino carolíngio, que se estendia desde os Países Baixos até a Itália, manteve-se, de início, como um reino separado. Porém, as dificuldades de comunicação, junto com a barreira natural dos Alpes, tornaram praticamente impossível sua manutenção e começou a desmoronar-se rapidamente diante das ambições dos seus vizinhos mais poderosos do leste e do oeste. Contudo, sobreviveu como um traço permanente e curioso da geografia política da Europa, refletida hoje numa série de pequenos Estados: Holanda, Bélgica, Luxemburgo e Suíça, sem mencionar os disputados territórios de Alsácia e Lorena.
A Alemanha foi o primeiro país que se recuperou do retrocesso da idade obscura dos séculos IX e X. O momento decisivo foi a ascensão de Oto I no ano 936. Designado como sucessor pelo seu pai. Henrique I, recebeu o trono em Aquisgrana dos grandes feudatários laicos, ungido e coroado pelos arcebispos. Com a grande vitória sobre os magiares do Rio Lech, no ano 955. Oto I controlou os poderosos ducados da Alemanha reafirmando dramaticamente o prestígio da monarquia. Pouco tempo depois, Oto pode consolidar sua posição quando cruzou os Alpes para ser coroado imperador pelo para de Roma. No fim do século, o Império Otônida era reconhecido como a máxima autoridade a oeste do Adriático e disputava o mesmo status que Bizâncio no leste.
Um elemento decisivo dessa história de êxitos foi o princípio de herança indivisível estabelecido pleos reis otônidas. Dessa forma, podiam transferir o império a seus sucessores, em uma longa dinastia, ajudados pelo controle sobre as igrejas e o bispados e pelas constantes visitas aos seus territórios. No século XII era inimaginável uma divisão do império. Houve épocas em que os potentados italianos, que influenciavam na designação dos imperadores no começo do século X, resistiam à pressão que os soberanos do norte exerciam sobre eles. Porém, em meados do século XI, aceitaram a prática assimilando a soberania dos reis alemães sobre o norte da Itália, da mesma forma que na época de Carlos Magno. Assim, a Alemanha e Itália, mais tarde unidas à Borgonha, ficaram juntas sob o controle de um único soberano por quase 300 anos, o imperador.
Da mesma forma que o Império Carolíngio, a autoridade otônida estava intimamente ligada com a Igreja Cristã. O surgimento de grandes ducados alemães, que o imperador dificilmente podia dominar, limitou o poder imperial, especialmente quando da transferência das suas terras para seus herdeiros, os duques fundaram poderosas dinastias nobres. Mesmo assim, os bispos podiam ter herdeiros legítimos e, portanto, podiam receber bens e poderes, que voltariam automaticamente, depois da morte, para a coroa. Mas ainda, durante o século X e grande parte do século XI, o mesmo imperador era quem designava os bispos alemães, outorgando-lhes suas terras; assim, os bispados se tornaram rapidamente a recompensa esperada de servidores leais. A força da Alemanha otônida, o poder e a riqueza do bispado alemão se refletem nas grandes igrejas e catedrais românticas. Algumas dessas foram reconstruídas séculos depois, sendo que em outras, como Speyer, Hildenstein e Santa Maria de Laah, ainda podemos admirar a grandeza do desenho romântico original.
Um elemento decisivo dessa história de êxitos foi o princípio de herança indivisível estabelecido pleos reis otônidas. Dessa forma, podiam transferir o império a seus sucessores, em uma longa dinastia, ajudados pelo controle sobre as igrejas e o bispados e pelas constantes visitas aos seus territórios. No século XII era inimaginável uma divisão do império. Houve épocas em que os potentados italianos, que influenciavam na designação dos imperadores no começo do século X, resistiam à pressão que os soberanos do norte exerciam sobre eles. Porém, em meados do século XI, aceitaram a prática assimilando a soberania dos reis alemães sobre o norte da Itália, da mesma forma que na época de Carlos Magno. Assim, a Alemanha e Itália, mais tarde unidas à Borgonha, ficaram juntas sob o controle de um único soberano por quase 300 anos, o imperador.
Da mesma forma que o Império Carolíngio, a autoridade otônida estava intimamente ligada com a Igreja Cristã. O surgimento de grandes ducados alemães, que o imperador dificilmente podia dominar, limitou o poder imperial, especialmente quando da transferência das suas terras para seus herdeiros, os duques fundaram poderosas dinastias nobres. Mesmo assim, os bispos podiam ter herdeiros legítimos e, portanto, podiam receber bens e poderes, que voltariam automaticamente, depois da morte, para a coroa. Mas ainda, durante o século X e grande parte do século XI, o mesmo imperador era quem designava os bispos alemães, outorgando-lhes suas terras; assim, os bispados se tornaram rapidamente a recompensa esperada de servidores leais. A força da Alemanha otônida, o poder e a riqueza do bispado alemão se refletem nas grandes igrejas e catedrais românticas. Algumas dessas foram reconstruídas séculos depois, sendo que em outras, como Speyer, Hildenstein e Santa Maria de Laah, ainda podemos admirar a grandeza do desenho romântico original.
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