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quarta-feira, 2 de setembro de 2020

REINOS BÁRBAROS




                 No século V de nossa era formaram-se numerosos reinos bárbaros no território do império romano do Ocidente: vândalos no norte de África; ostrogodos na Itália; visigodos na península Ibérica;  burgúndios no vale do rio Ródano (atual França, próximo à Suíça); e anglo-saxões na Bretanha (atual Inglaterra). 
           As invasões bárbaras desorganizaram as atividades produtivas, típicas das cidades: fabricação de manufaturas, comércio em geral. Tudo ficou limitado, principalmente a artigos de luxo, como linho, lã, armas e escravos. 
               Por sua vez, os povos bárbaros acrescentaram  elementos de sua própria cultura à dos romanos. Dessa miscigenação de povos, formou-se na Europa ocidental uma nova cultura. 
                Os povos germânicos tinham um modo de vida bastante simples. Viviam da agricultura e do pastoreio. Esse trabalhos eram reservados às mulheres e aos escravos. Os homens livres dedicavam-se à caça, à pesca e à guerra. 
                 Inicialmente, os germânicos combinavam a posse coletiva com a propriedade privada do solo. Assim, embora houvesse proprietários individuais, uma parte das terras era de uso coletivo. Essa parte era dedicada à pastagem, à caça, etc.  Mas, uma vez estabelecidos na Europa, os chefes germânicos e seus grupos armados foram, aos poucos, dominando os camponeses livres, que passaram a trabalhar para essa nova classe de nobres proprietários de terra. Esse sistema criou as bases da economia feudal. 
               A sociedade germânica baseava-se na família e seu chefe dominava a esposa, os filhos e os escravos. As famílias agrupavam-se em tribos, que eram independentes umas das outras, isto é, não havia entre elas um governo único, organizado. As tribos se reuniam apenas em época de guerra, e os chefes mantinham entre si relações de ajuda mútua, baseados em um código de reciprocidade. Os chefes deviam comportar-se com justiça e os guerreiros deviam obedecer-lhes. Quem não cumprisse essa regra quebrava a relação de reciprocidade e devia pagar por isso. Essa organização social e política exerceu grande influência na formação do feudalismo. 
             Quanto à religião, os germânicos eram animistas, isto é, adoravam as forças da natureza. Seu deus principal era Odin ou Votan, deus da guerra. Acreditavam num paraíso, o Valhala, onde as valquírias, virgens guerreiras, entretinham os felizes guerreiros. 
               O Reino dos Vândalos durou de 429 a 534 de nossa era. Fixaram-se no norte da África. Em 439 tomaram Cartago e, em seguida, ocuparam a Córsega, a Sardenha e parte da Sicília. Nesta época os vândalos foram reconhecidos pelos romanos como aliados. Apesar dessa estranha aliança, os vândalos saquearam a cidade de Roma em 455, e perseguiram os cristãos de seu reino.
                 Entre 534 e 535, o Império Bizantino conquistou o reino dos vândalos.  Mas, pouco tempo depois, os árabes se apoderaram de toda essa região. 
              Os Ostrogodos, cujo reino durou de 493 a 553, fizeram um acordo com o Imperador de Constantinopla no qual eles poderiam ficar com a Itália desde que expulsassem os hérulos de lá. Em 493, chefiados por Teodorico,  os ostrogodos venceram Odoacro, rei dos hérulos. e ocuparam a Itália como aliados do Império Romano do Oriente. Teodorico realizou um bom governo. Procurou conciliar os godos e os romanos. No entanto, com a morte de Teodorico, a Itália foi conquistada, em grande parte, pelo Império Bizantino. Os lombardos, aliados de Bizâncio, também invadiram a Itália e tomaram Pávia. 
                 O Reino dos Visigodos durou de 419 a 711. Eles ocuparam a Península Ibérica e a Gália e foram incumbidos pelas romanos de proteger esse território com seu exército. Mas, em 507, os francos tomaram a Gália, e o sul da península Ibérica caiu em poder dos bizantinos. O reino dos Visigodos reduziu-se então à atual Espanha. 
                Em 711, os árabes ocuparam quase toda a península Ibérica. Os Visigodos refugiaram-se nas regiões montanhosas. Aí organizaram-se em pequenos reinos, de onde partiram, mais tarde, para conquistar a península. 
               Os burgúndios criaram um reino que durou de 443 a 534. Estabeleceram-se no vale do rio Ródano. Seu rei mais importante, Gondebaldo, era favorável às relações amistosas com os romanos e tudo fez para que os burgúndios assimilassem os costumes desse povo. Esse reino desapareceu em 534 ao ser conquistado pelos francos. 
                 O reino Anglo-saxão durou de 450 a 1.35. A Bretanha, ocupada pelos bretões, vivia ameaçada por povos localizados ao norte e pelos celtas e Irlandeses, que costumavam atacar a costa oriental da ilha. Com as invasões bárbaras na Europa, as legiões romanas da Bretanha retiraram-se para o continente, deixando os bretões entregues á própria sorte. Por isso, eles fizeram uma aliança com os povos germânicos (anglos, saxões e jutos), que se comprometeram a protegê-los em troca de produtos para seu abastecimento. Os germânicos, aproveitando-se do acordo, formaram vários reinos na Bretanha. Mais tarde, entre 866 e 1013, povos Vikings ocuparam a ilha e conquistaram Londres. 
                 Os saxões organizaram uma ofensiva, retomaram Londres e chegaram a coroar um rei, Edgar, como soberano de toda a Inglaterra. Mas seus sucessores não conseguiram conter o avanço dos Vikings. Em 1013, eles já tinham conquistado toda a Inglaterra. Canuto, o Grande (1016 a 1035), eleito rei pelos ingleses, transformou a Inglaterra na base do império marítimo dos Vikings. Dividiu o reino em ducados, que confiou a seus companheiros. Mas não tomou dos saxões o território que lhes pertencia. Assim, Vikings e Saxões tornaram-se senhores dos ducados em que foi dividido om reino. 
 
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