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quinta-feira, 3 de setembro de 2020

O SURGIMENTO DO FEUDALISMO


                  Em seu caminho evolutivo, o Homo sapiens, criou o Sistema Feudal, que foi uma forma de organização econômica, social, política e cultural baseada na posse da terra e não no comércio. 

          Este sistema teve sua origem após a crise do Império Roma e com o fim das invasões bárbaras, no século V. Mas este sistema político, social e econômico firmou-se de fato entre os séculos IX e XII, na Europa ocidental. O Império Bizantino, o Império Persa, os povos árabes e os povos orientais não conheceram essa forma de organização social.
                No século V, durante a ocupação do território romano pelos bárbaros, os grandes proprietários rurais foram conquistando, nos diversos reinos  em formação, uma crescente autonomia em relação à autoridade política dos reis. Nesse período perturbado por constantes guerras, eram os grandes proprietários que ofereciam proteção militar às pessoas que trabalhavam em suas terras. 
                  Inicialmente os Clérigos e posteriormente também os nobres, receberam o privilégio de não pagar impostos ao rei. Além disso, formaram, cada qual em sua propriedade, sistemas autônomos de aplicação da justiça: os tribunais eram presididos pelo senhor feudal ou por um representante por ele indicado. 
                 Na cerimônia de juramento de fidelidade, o vassalo, ajoelhado, colocava suas mãos entre as do suserano e declarava publicamente seu compromisso de lhe ser fiel em caso de guerra. Em troca, o suserano confiava ao vassalo uma parte de suas terras, para que formasse seu próprio feudo. 
                 Mas, apesar da autonomia  que conseguiram, os senhores feudais necessitavam também de proteção. Eles obtinham essa proteção unindo-se a outros nobres, guerreiros como eles, através de um compromisso que envolvia obrigações de auxílio militar recíproco. Esse compromisso era feito por meio do juramento de fidelidade. Através desse juramento, o nobre que requisitasse  o auxílio tornava-se suserano. O outro, que oferecia seus préstimos, tornava-se vassalo.
               O vassalo comprometia-se a auxiliar seu  suserano sempre que necessário. Em recompensa concedia a seu vassalo um feudo, que podia ser um domínio territorial, um cargo administrativo ou mesmo uma pensão em dinheiro. O feudo era hereditário. Quando necessário, o suserano também dava proteção militar ao vassalo. 
               Normalmente os suseranos eram, por sua vez, vassalos de outros suseranos mais poderosos. Desse modo, os membros da nobreza relacionavam-se entre si por meio de um estrutura hierárquica. Na base da hierarquia estavam os cavaleiros. Acima deles, encontravam-se os barões. Os barões tinham como suseranos duques, condes e marqueses. E no topo da hierarquia feudal estava o rei, que só possuía direitos sobre seus vassalos diretos. 
                Também o clero, identificado com a sociedade feudal, mantinha vínculos de suserania e vassalagem entre seus membros e com os senhores leigos. 
              Na economia feudal, a produção agrícola e artesanal tinha como objetivo atender apenas ao consumo local. Não se produziam bens com o objetivo de vendê-los, ou seja, elas não eram destinados ás trocas comerciais. 
              Os proprietários de terra eram os senhores feudais. Eles exerciam também um enorme controle sobre os homens que trabalhavam em sua propriedade: os servos.
              Entre os séculos XII e XV, período denominado Baixa Idade Média, o sistema feudal passou por uma série de transformações e, a partir de então, entrou em crise. 
               Na Idade Média, dispor de proteção militar era fundamental, pois essa foi uma época marcada por constantes guerras e invasões. 
              Os senhores feudais eram responsáveis também pela administração político-judicial em suas terras, pois, na sociedade medieval, os reis praticamente não tinham autoridade política. 
                  A Igreja valeu-se da estrutura econômica descentralizada do poder em relação aos reis para impor sua doutrina e domínio sobre os povos europeus. Na Idade Média os indivíduos pensavam a vida de acordo com as ideias pregadas pela igreja; quem discordasse era severamente punido. Esse enorme poder originou a conhecida "Santa Inquisição", onde milhões de pessoas foram mortas, grande parte queimadas vivas nas "Fogueiras Santas". Esse fato transformou a Igreja na instituição mais poderosa do mundo medieval. 
                 Para o senhor feudal a posse da terra era essencial; ele exercia poder total em sua propriedade: fazia as leis, concedia privilégios, administrava a justiça, declarava guerra, assinava a paz. 
            Essa extensão de terra pertencente a um senhor recebia do nome de feudo. Num feudo, havia tipos diferentes de propriedade da terra. 
               Os senhores feudais dependiam fundamentalmente do trabalho dos servos. Sem eles não haveria comida para o senhor e sua família. Contudo, os servos não eram considerados escravos, pois não podiam ser vendidos ou trocados. Também não podiam ser expulso da propriedade, como também não podiam abandonar as terras do senhor feudal., pois estavam presos a ela.
               No interior do feudo coexistiam três forma de posse de terra:  
  1. Posse coletiva dos pastos e dos bosques. Tratava-se de uma área de terra de uso comum. Nas áreas de pastagens, os servos podiam levar seus animais para pastarem. Nos bosques, eles podiam colher frutos silvestres e retirar madeira para queimar como lenha e/ou fazer suas construções; os senhores praticavam aí seu esporte favorito: a caça.  Essas terras, portanto, pertenciam a todos e não eram propriedade exclusiva de ninguém. 
  2. Posse privada de metade das terras cultivadas. Essa reserva, conhecida também por manso sensorial, pertencia exclusivamente ao senhor feudal e tudo o que aí se produzia também pertencia a ele. 
  3. Posse da terra em regime de co-propriedade. Ou seja, os servos usavam a terra como se fosse deles. Aí eles plantavam e colhiam  os alimentos de que necessitavam. Mas o dono das terras era o senhor feudal. Por isso, ele recebia uma parte do que os servos ´produziam aí. Essa terra recebia o nome de manso servil. Durante a Idade Média, o tamanho do manso servil tendeu a aumentar, enquanto o do manso senhorial tendia a diminuir. 
               Nos feudos, apenas os servos trabalhavam. De acordo com o costume, eles deviam uma série de obrigações a seu senhor. As principais eram: 
  • Corvéia - Consistia em trabalhar cerca de três dias por semana no manso sensorial.  Além de cultivar as terras do senhor, os servos executavam também serviços de construção e reparação de estradas, pontes e canais. 
  • Talha - Era um imposto pago ao senhor. Esse imposto correspondia a uma parte de tudo o que os servos produziam no manso servil, sob a forma de produtos agrícolas ou pecuários. 
  • Banalidade - Consistia em taxas, também pagas em produtos, pelo uso das instalações do feudo, tais como celeiro, moinho, forno, tonéis, moradia.
  • Taxa de casamento - Essa taxa era cobrada quando o servo casava com uma mulher de outro feudo.
  • Mão morta - Tratava-se de uma taxa paga após a morte de um servo, pela sua família, para que seus filhos mantivessem a posse da terra. 
                    Mesmo com tantas taxas e obrigações, os servos eram explorados também pela Igreja. A ela os servos deviam pagar taxas e obrigações. A Igreja cobrava também impostos que, em parte, eram enviados para o papa em Roma. Esse tipo de servidão continua até os nossos dias, mas apenas entre os cristãos católicos. 
              Na Alta Idade Média, as técnicas agrícolas eram rudimentares. O solo era arado superficialmente. O arado de madeira era atrelado ao pescoço de bois ou burros, o que reduzia muito sua capacidade de tração. As sementes eram de má qualidade. Por isso, precisava-se de uma grande quantidade de sementes para se obter uma pequena colheita.

 
               A fim de evitar o rápido esgotamento do solo, a terra destinada ao cultivo era dividida em três campos. A cada ano, enquanto um dos campos permanecia em repouso (pousio), servindo de pasto para o gado, os outros dois eram cultivados, cada qual com um produto. Por exemplo, plantava-se trigo em um e cevada no outro. No ano seguinte, ocorria uma rotação de culturas: o campo que tinha ficado em repouso era cultivado e um  dos que tinha servido para a plantação permanecia em descanso. 
              Além de produtos consumidos pelo  homem, cultivavam-ser também plantas forrageiras (alfafa e feno) para alimentar os animais durante o inverno. 
               As terras da reserva senhorial - sempre as melhores - estavam distribuídas por toda a extensão da propriedade. Dessa forma ficava garantida a variedade das melhores terras para o senhor. 
               A construção do castelo do senhor feudal era erguido sobre terreno plano. Para melhor protegê-lo de invasões e ataques inimigos, os servos abriam fossos ao redor do edifício. Esses fosso eram enchidos com água que, por não ser corrente, tinha de ser trocada de tempos em tempos.
             Podemos observar que o trabalho dois servos era comunitário. Todos faziam tudo. Não havia divisão nem especialização do trabalho.
              Os trabalhadores também não tinham nenhum interesse em aumentar a produção, pois não existia mercado consumidor para os produtos excedentes. Se os servos produzissem mais, os senhores arranjariam um meio para cobrança de mais tributos. Esses fatos desestimulavam a busca por melhores técnicas de cultivo e plantio. Por isso, as colheitas agrícolas eram muito reduzidas e a população era permanentemente ameaçada pela fome.
 
                Em pleno século XXI, o povo continua como servos dos políticos que transformaram a democracia num negócio lucrativo e vitalício. Há excesso de políticos, excesso de funcionários públicos, excesso de impostos para garantir suas mordomias são cobrados pesados impostos. 

            Na Alta Idade Média, a condição social de um indivíduo era determinada  por seu nascimento e permanecia inalterada ao longo de sua vida. Assim, quem nascia servo, mantinha-se como servo para sempre, trabalhando nas terras do senhor. Aqueles que nasciam nobres morriam nobres e, durante sua vida, dedicavam-se basicamente a lutar pela defesa e ampliação de suas propriedades. 
                 Mas essa imobilidade social não era absoluta. Os vilões - moradores de vila - não eram presos à terra como os servos. Eles prestavam serviços ao senhor feudal e podiam, por seus méritos pessoais, ascender na escala social. Tornavam-se administradores dos feudos e até mesmo cavaleiros, ou seja, membros da pequena nobreza. 
              Os membros da nobreza  eram analfabetos e seus hábitos de higiene, rudimentares. As condições em que os servos viviam eram ainda piores. por isso, as pestes eram muito frequentes e causavam o falecimento de milhares de pessoas. As mortes eram, em geral, explicadas como castigo de deus ao desregramento moral dos fiéis. 
                O clero da Igreja também integrava a sociedade medieval. Exercia um papel espiritual e era a única classe social que tinha acesso à cultura. Por causa desse privilégio, os membros da Igreja exerciam forte controle da sociedade e o alto clero ocupava cargos administrativos importantes nos reinos medievais. 
                          Hoje, quando voltamos nosso olhar para as comunidades pobres (favelas) percebemos que ali parece existir uma classe que não saiu da Idade média. A violência, a fome, a falta de saneamento, o tráfico de drogas, a exploração religiosa faz dessas pessoas uma classe de servos que existem para a servidão. 
               Dur

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