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sábado, 12 de setembro de 2020

CULTURA - ARTE E FILOSOFIA NA IDADE MÉDIA

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             Ao invadir a Europa, no século V, os bárbaros destruíram a maioria das bibliotecas. Poucas escaparam. As que sobreviveram geralmente estava instaladas nos mosteiros. 
               As bibliotecas dos mosteiros não eram muito grandes. Dificilmente possuíam mais de uma centena de volumes. Os livros eram escritos  em latim ou grego. Além da Bíblia e de livros religiosos, nessas bibliotecas encontravam-se também obras de filósofos gregos, como Platão e Aristóteles, e de escritores romanos, como Cícero, Virgílio, Plínio e outros.    
              Os monges tornaram-se assim as únicas pessoas a ter contato com as obras dos antigos pensadores gregos e romanos. E a Igreja passou então a monopolizar o saber durante toda a Idade Média, pois nesse período as pessoas não sabiam ler nem escrever. Somente os monges copistas conseguiram manter a tradição da leitura e da escrita. 
Monge copista da Idade Média.
                   Foi graças aos monges copistas que os textos escritos pelos pensadores da Antiguidade chegaram até nós. Nas bibliotecas dos mosteiros medievais, os monges trabalhavam copiando os velhos manuscritos gregos e romanos. Essas cópias  eram feitas em pergaminhos de pele de cordeiro e, para copiar os textos, eram utilizadas canetas feitas de pena de pássaros. Uma pedra polida era utilizada para raspar a tinta e assim apagar os erros. Depois de pronto o texto era decorado com desenhos muito delicados- as chamadas "iluminuras". Naquela época alguns monges já usavam óculos, mas eram raros. 
              As mudanças que marcaram a sociedade européia na Baixa Idade Média despertaram novas necessidades nas pessoas. Saber ler e escrever, por exemplo, tronou-se requisito fundamental para os cidadãos ligados às atividades de produção e comércio. Desse modo, no século XII, os burgueses criaram as primeiras escolas leigas da Idade Média, ou seja, escolas cujo ensino não era estritamente religioso. A evolução dessas escolas culminou com o surgimento das universidades.
                Provavelmente, a mais antiga universidade da Europa tenha sido a de Salerno na Itália, fundada no século XI. Entre 1200 e 1300 foram criadas muitas universidades em algumas das principais cidades europeias, especialmente no norte da Itália. Mas no século XIII a universidade de maior prestígio era a de Paris. Ali se reuniam os melhores mestres da época, como o frade dominicano  Tomás de Aquino, professor de Teologia. As aulas eram dadas em latim, para alunos vindos de diferentes países.  
                Na primavera, as aulas da universidade de Colônia, na Alemanha, eram ministradas  ao ar livre. O mestre subia  na cadeira para dar a lição, ler um texto, ou abrir um debate entre seus alunos. Terminado o curso, os melhores discípulos  tornavam-se mestres em outras universidades. Desse modo as ideias dos pensadores gregos como Aristóteles e Platão, antes conhecidos apenas nos mosteiros, foram difundidos nas praças e nas salas de aula de toda a Europa.     
               Os estudantes iniciavam a universidade fazendo um curso de formação geral, que incluía Gramática, Matemática, Filosofia, Música e Astronomia. Em seguida, caso quisessem aprofundar-se nos estudos, os alunos optavam por um dos três cursos oferecidos: Medicina, Direito ou Teologia. 
              A Teologia era a matéria mais estudada e discutida entre os estudiosos da Idade Média. O professor das universidades, porém, mudaram o método de abordar esse conhecimento. Influenciados pela filosofia grega, introduzida no Ocidente   pelos árabes da península Ibérica, os sábios medievais aplicaram à Teologia a forma racional de pensar dos gregos. Da relação  entre o modo de pensar racional dos gregos e os princípios da Igreja, surgiram uma nova maneira de explicar o mundo. As diversas teorias teológico-filosóficas que surgiram daí e que dominaram todo o conhecimento medieval receberam o nome de escolástica
                Os estudiosos medievais escreveram muito. A obra mais conhecida desse período foi escrita por Tomás de Aquino e se denomina Suma Teológica. Essa obra resume as ideias mais importantes da Idade Média e durante muitos séculos foi o manual mais usado em todas as escolas católicas para a formação de sacerdotes. 
               Os escolásticos reformaram certas ideias da Igreja e auxiliaram muito no combate às "heresias". Mas o pensamento escolástico não contribui para o progresso dos fenômenos da natureza, pois era abstrato e não levava em conta a realidade. O interesse pela natureza e o desejo de explicar os fenômenos que ocorriam no mundo natural só começaram a aparecer nos séculos XIII e XIV. Nesse período, alguns estudiosos, como Roger Bacon (1214 - 1294), começaram a dizer que era necessário fazer um exame mais crítico da escolástica,observar mais a natureza e realizar experiências em laboratórios. Segundo Roger Bacon, a verdade deve ser buscada no mundo, nos experimentos e não na Bíblia. 
              Nos séculos XIV e XV, no momento em que os Estados nacionais começaram a se formar, a burguesia introduziu nas universidades o estudo do Direito Romano. O objetivo desse estudo era justificar a centralização do poder na pessoa do rei. A universidade de Bolonha, na Itália, por exemplo, especializou-se no ensino dessa disciplina. 
            As transformações gerais ocorridas na estrutura da sociedade européia, na Baixa Idade Média, provocaram uma renovação também nos valores artísticos. 
             Na literatura, surgiram obras que procuravam uma forma de expressão diferente da dos textos sagrados. Uma das mais importantes desse período é a Divina Comédia, escrita pelo poeta italiano Dante Alighieri (1265 - 1321). A Divina Comédia tem como inovador o fato de ter sido escrita em Toscano, um dialeto italiano, e não em latim, como eram todas as obras desse período. Além disso, ela trata os seres humanos de forma realista. São pessoas que lutam por suas vidas e não mais criaturas espirituais, cuja vontade se anula diante de Deus. 
               Durante a Idade Média, predominaram as construções religiosas. A  Europa desse período  foi coberta de igrejas, o que mostra a importância  da religião para a sociedade medieval. 
                As igrejas foram construídas de acordo com dois estilos arquitetônicos: o romântico e o gótico. O estilo romântico predominou entre os séculos XI e XII; o gótico, por sua vez, começou a tomar forma a partir do século XII. A evolução do romântico para o gótico representou uma renovação artística e expressou as transformações que estavam ocorrendo na sociedade  feudal. 
                No século XI, as igrejas românticas eram de pedra e nas aberturas das janelas e portas usavam-se arcos redondos, na forma de uma semicircunferência, típicos das construções dos antigos romanos. Daí o nome romântico, que recebeu esse estilo. A planta das igrejas tinha a forma de cruz. 
A igreja de Santa Maria Laach, situada nas proximidades do Reno.

                 Como os arcos redondos são pesados, trazem risco de desabamento. Por isso, a abertura das janelas é muito pequena. Daí resulta que o interior dessas igrejas era mal iluminado e, portanto, sua decoração muito simples.
               Na Baixa Idade Média, novas técnicas de construção auxiliaram o aparecimento de um estilo de construção original: o gótico.
              O que caracteriza os estilo gótico são os arcos em forma oval. Os arcos dessa forma oferecem menor risco de desabamento. Por isso, as igrejas góticas puderam ter mais e maiores aberturas para o exterior. Essas aberturas foram decoradas com vitrais, que proporcionam a passagem da luz  do sol. Por isso, ao contrário das igrejas românticas, o interior das igrejas góticas era claro e colorido. ainda por causa dos arcos ovais, as igrejas góticas puderam ter paredes menos espessas e mais altas. Como seu interior era claro, ele passou a ser decorado de santos e de pessoas da época. 
              O estilo gótico, originário da França, simbolizava o movimento dinâmico da sociedade européia em transformação e o gosto pelo requinte, despertado nos cristãos do Ocidente pelo contato estreito com as civilizações orientais. 
Esta igreja de Barcelona (Espanha) é estilo gótico. 

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