.
A Guerra Civil americana (Guerra da Secessão) começou quando os Estados Confederados da América abriram fogo contra tropas dos Estados Unidos no Fort Sumter (Charleston, Carolina do Sul), em 12 de abril de 1861, e terminou quando os principais exércitos confederados se renderam, em abril de 1865. Perto de 3 milhões de americanos serviram nas forças da União e da Confederação - dois terços deles com menos de 23 anos. Cerca de 200 mil dos soldados da união eram negros, a maioria escravos emancipados. Mais de 21% dos soldados da guerra civil morreram, uma proporção muito maior que qualquer exército da Primeira Guerra Mundial. As mortes causadas por doenças foram o dobro das mortes em batalha. Como o sul não tinha a capacidade industrial do norte, a Confederação era obrigada a importar ou capturar a maior parte de suas armas. À medida que o bloqueio das União se tornou mais cerrado e o sistema de transporte confederado entrou em colapso por dificuldades de reposição de equipamentos, o sul agrícola enfrentou problemas até mesmo para prover sua alimentação.
Os nortistas, de modo geral, pouco se importavam com a escravatura. Apenas queriam que a escravidão se restringisse aos Estados sulinos; que não se alastrasse nem pela Luisiana nem pelos territórios do Sudoeste. Essas áreas, diziam eles deviam ser organizadas em Estados livres e colonizados por imigrantes da Nova Inglaterra e da costa central do Atlântico. Talvez o sul pudesse concordar com isso, não fosse a desigualdade de poder entre as duas regiões. Embora em 1840 houvesse o mesmo número de Estados nas duas partes, as populações diferiam: no Norte havia 9.728,000 habitantes, e no sul 7.334.000. Por essa razão cabia 135 cadeiras na Câmara para o Norte e apenas 87 para o Sul. Dessa forma o Norte podia contar com maioria na Colégio Eleitoral, e até mesmo impedir que qualquer sulista se elegesse presidente.
O Norte promulgava leis que protegiam seus produtos manufaturados e prejudicava o Sul. Os nortistas defendiam a autoridade suprema do governo central, salientando a primazia da União em relação aos estados.Os sulistas, porém, queriam reduzir ao mínimo os poderes do governo central, afirmando que os Estados tinham preferência sobre a União.E, na verdade, cada Estado podia, livremente, ingressar na União ou abandoná-la, e tinha o direito de revogar as leis do governo central, sempre que contrariassem os objetivos do Estado. Com o passar do tempo, as questões relacionadas com o regionalismo e os direitos dos estados se ligaram mais intimamente ao problema da escravidão. Os sulistas achavam que o único meio de defender seus interesses era expandir a escravidão para outros estados, que tornando-se escravistas, ajudariam a restabelecer o equilíbrio entre o Norte e o Sul.
Em 1860, Abraham Lincoln (1809 a 1865) foi eleito presidente. Seu partido, o Republicano (criado em 1856), opunha-se à expansão da escravatura. Sugeria medidas favoráveis à maior parte dos nortistas: melhorias internas, tarifas elevadas no interesse dos industriais, 160 acres de terra gratuitos para quem quisesse estabelecer-se no Oeste, ausência absoluta de escravidão nos demais territórios. Assim que se teve certeza da vitória de Lincoln, a Carolina do Sul separou-se da União. Logo, sete outros Estados seguiram-lhe o exemplo. Em 8 de fevereiro de 1861, reuniram-se todos em Montgomery (Alabama), e fundaram os Estados Confederados da América., presididos por Jefferson Davis. Era o início de um conflito que se desenrolou por quatro anos (1861 a 1865), deixando como saldo mais de 600 mil mortos: a abolição da escravatura e a consequente bancarrota econômica dos estados sulinos; e a anulação dos direitos políticos de todos os sulistas rebeldes.
A Guerra civil foi o conflito mais sangrento da história norte-americana do que qualquer outra guerra entre EUA e outros países. Seus custos foram tão grandes quanto suas consequências; quatro milhões de escravos foram emancipados, fortalecendo o poder central e estabelecendo a hegemonia dos Estados do norte e do capitalismo. Após os ganhos territoriais da década de 1840, o debate sobre a expansão da escravidão para oeste dominou a política dos EUA. Abraham Lincoln opôs-se a essa expansão, mas insistiu no fato de o governo federal não ter autoridade para interferir onde havia escravidão. Logo após a eleição de Lincoln, a Carolina do Sul desligou-se da União, seguida por seis estados do sul que formaram, em fevereiro de 1861, os Estados Confederados da América. Após os primeiros tiros dos habitantes da Carolina do Sul, em abril, no Fort Sumter, a Virgínia, Carolina do Norte, Tenessi e Arkansas juntaram-se aos separatistas. Para Lincoln, a questão fundamental era se uma república constitucional poderia preservar sua integridade em uma situação de subversão interna. Ele reconheceu não haver direito constitucional à separação. Em 1863, a pressão de radicais e as conveniências militares somaram ao compromisso de restaurar a União o objetivo de libertar os escravos nos Estados rebeldes.
Em 1861, exercícios voluntários de ambos os lados tinham grupos armados: as operações militares começaram em 1862. A estratégia nortista era a de impedir o acesso dos sulistas a recursos vitais, com bloqueio de rotas fluviais e fortes do oeste, Previa ainda a captura de Richmond, capital confederada. Apesar da superioridade em homens e recursos, a vitória da União só veio após quatro anos e por dois motivos principais: primeiro, o sul teve melhor comando militar nos dois primeiros anos de guerra; segundo, a estratégia nortista buscou a ocupação do sul e a destruição de seus exércitos, quando o objetivo de independência do sul exigia uma estratégia mais defensiva. No leste, em 1862, o general Robert E. Lee impediu duas invasões da Virgínia. Ele levou a guerra para o norte e foi detido em setembro de 1862, em Antietam, Maryland. Foi derrotado em Gettysburg, Pensilvânia, em junto de 1863. No oeste, a União obtivera o controle dos rios Mississípi e Tenessi e aberto caminho para a invasão do extremo sul. Em 1864, a União efetivou-se. A invasão da Virgínia pelo general Ulysses S. Grant, combinada com a marcha do general Philip T. Sherman sobre a Geórgia e Carolina do Sul, destruiu os exércitos sulistas no início de 1865.
Por ocasião da Guerra da Secessão, a geografia determinou a aliança das economias baseadas na mão de obra escrava e na mão de obra livre. Os cinco Estados escravagistas localizados mais ao norte permaneceram na União, embora parte de suas populações apoiassem a Confederação.
PARA LER DESDE O INÍCIO
clique no link abaixo
Nenhum comentário:
Postar um comentário