Total de visualizações de página

domingo, 19 de julho de 2020

VIDRO - A DESCOBERTA E SUA IMPORTÂNCIA PARA A HUMANIDADE

.


                A história do vidro está mais do que nunca mergulhada na distante lenda e sua fabricação se encontra repleta de dificuldades e estudos infatigáveis.
               Os povos que disputam a primazia da invenção do vidro são os Fenícios e os Egípcios. Os Fenícios contam que, ao voltarem à pátria, do Egito, pararam em Sidon. Chegados às margens do rio Belus, pousaram os sacos que traziam às costas, que estavam cheios de natrão. O natrão era carbonato de sódio natural, que eles usavam para tingir lã. Acenderam o fogo com a lenha, e empregaram os pedaços mais grossos de natrão para neles apoiar os vasos onde deviam cozer os animais caçados. Depois, comeram e deitaram-se; adormeceram e deixaram o fogo aceso. Quando despertaram, ao amanhecer, em lugar de pedras de natrão encontraram blocos brilhantes e transparentes, que pareciam enormes pedras preciosas. 
            Os fenícios caíram de joelhos, acreditando que, durante a noite, algum gênio desconhecido realizara aquele milagre, mas o sábio Zelu, chefe da caravana, percebeu que, sob os blocos de natrão, também a areia desparecera. Os fogos foram, então, reacesos e, durante a tarde, uma esteira de líquido rubro e fumegante escorreu das cinzas. Antes que a areia incandescente se solidificasse, Zelu plasmou, com uma faca, aquele líquido e com ele formou uma ampola tão maravilhosa que arrancou gritos de espanto dos mercadores fenícios. O vidro estava descoberto!

             Esta é a versão, um tanto lendária, que nos transmitiram as narrativas de Plínio (historiador romano). mas, notícias mais verossímeis sobre o conhecimento do vidro surgiram lá pelo ano 4.000 a.C., após descobertas feitas em túmulos daquela época. Entre os tesouros de inestimável valor, que eram postos ao lado das múmias dos faraós e dos grandes sacerdotes, foram encontradas, também, pérolas de vidro de muitas cores, magnificamente trabalhadas,que até imitavam pedras verdadeiras. Julga-se entretanto que os egípcios principiaram a soprar o vidro em 1.400 a.C., dedicando-se, acima de tudo, à produção de pequenos objetos artísticos e decorativos, adquirindo, na sua elaboração, uma aperfeiçoada tecnologia de cores, como foi apurado ante as amostras descobertas nos túmulos de tel-El-Amana. Os Egípcios e os fenícios, tornados mestres consumados e competindo entre si na produção e comércio das vidraçarias, absorveram os mercados então conhecidos e forneceram aos poderosos reis e graciosas princesas colares e adornos que nada tinham a invejar, dada sua perfeição e luminosidade, às pedras preciosas. 
               Acredito que as duas versões podem ser verdadeiras, pois as grandes descobertas da humanidade aconteceram, muitas vezes por puro acaso. 
             O Império Romano, naquele tempo, principiava a expandir com aquela marcha possante de exércitos que ninguém conseguia obstacular e, após sujeitar também o Egito, reduzindo-o a uma província de Roma, fez-se pagar uma grande parte de tributos em objetos de vidro e em mão de obra, transferindo os melhores mestres vidreiros para a Itália (Roma). 
           O gosto pelo belo e pelo requintado começou a espalhar-se também nas severas casas romanas, e os patrícios competiam entre si, para revestirem paredes com chapas resplandescentes. Parece estranho que, mesmo usando o vidro para múltiplas finalidades, não tivessem compreendido a utilidade de aplicá-lo nas janelas, que permaneceram, mesmo nas mansões mais luxuosas, simples buracos com chapas fixas de vidro, ou amplas aberturas, que se fechavam com persianas inteiriças de madeira. O uso de janelas de vidro surgiu no fim do século I. 
             A estrada triunfal do vidro, considerando unicamente artigo de luxo, continuava, levado pelos Romanos, á medida que ocpupavam novas terras. Gália, Espanha, Reno, Portugal, Bretanha, floresceram de indústrias, mas, com a queda do império romano ocidental, no século IV, o preparo do vidro transferiu-se para o Oriente, especialmente perto do porto de Bizâncio (ultima cidade romana que se manteve por longos séculos, depois da queda do império ocidental); esta manteve-se até aos albores da Idade Média e mais além. A Síria consolidou sempre mais o rendoso comércio e é bastante provável que os venezianos, geniais e intrépidos navegantes que eram, tivessem aprendido dos sírios o segredo do difícil e preciosos preparo do vidro. A primeira indústria de Veneza nasceu no século V e teve seu maior esplendor no século XIV. Pelos fins do século XIII, o Conselho dos Dez ordenou que as fábricas fossem relegadas à ilha de Murano, a fim de evitar que os segredos da fabricação fossem divulgados. A profissão de oficial vidreiro, transmitida de pai a filho, tornou-se um título honorífico e assumiu força de celebridade, quando um veneziano inventou o sistema de fabricação de espelhos, lá pelo ano de 1317.
               Mas os países nórdicos não permaneceram indiferentes a esta nova indústria, tão rica, e um emissário do rei de da França, pagando regiamente a um mestre vidreiro, conseguiu descobrir os processos de fabricação. Da França, à Alemanha, à Boêmia, o segredo foi-se expandindo e surgiram novas e poderosas indústrias em concorrência com Murano, cuja decadência coincide com o início da nova era histórica. 
                 O vidro não ficou sendo unicamente uma prerrogativa dos ricos,pois, quando, no ano de 1876, o americano Weber inventou uma máquina para produção semi-automática das garrafas, todas as famílias puderam ter, para uso doméstico, vários objetos de vidro. 
               Hoje o vidro é produzido em larga escala pelo mundo todo. Continuamente novas máquinas são inventadas e, assim, a produção aumenta, possibilitando um menor custo e massificação do produto. 
  

PARA LER DESDE O INÍCIO 
clique no link abaixo 




Nenhum comentário:

Postar um comentário