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sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

NASCIMENTO E VIDA DO SOL ..


                  O Sol é apenas uma estrela que, como as demais, nasceu e um dia morrerá. 
                  Vistas a olho nu, as estrelas brilham com lantejoulas de prata  no tecido escuro do firmamento. Aparentemente sem dimensão ou identidade, elas parecem simples pontinhos fixos  e infinitamente remotos. Se esplendor e sua diversidade revelam-se apenas pelo poder do telescópio - e do espectroscópio. É então que suas cores se desvendam, passando de fugazes centelhas a joias fulgurantes, brilhando em todos os comprimentos de onde do espectro da luz. 
              Como as estrelas são incandescentes, suas cores derivam de suas temperaturas. Assim, as estrelas vermelhas, como Antares e Aldebarã, são relativamente frias. A temperatura superficial situa-se aí ao redor de 3.300º C. Nas estrelas amarelas, co o Sol, as temperaturas  são superiores a estas em alguns milhares de graus. E, nas estrelas fortemente ultravioletas - as mais quentes de todas -, a temperatura pode atingir 55.000º C. 
               Conhecendo o processo termonuclear que controla a combustão das estrelas, os astrônomos concluíram que os diversos tipos estelares representam diferentes estágios de evolução. 
               O ciclo de vida de uma estrela parece obedecer a certas etapas: 1) enquanto não tiver consumido até 15% do hidrogênio que contém, a estrela queima continuamente, sem mudar substancialmente sua natureza. A taxa de combustão depende da quantidade de matéria contida na estrela, ou seja, as grandes se consomem mais rapidamente que as pequenas; 2) depois de ter queimado 15% de seu hidrogênio, a estrela começa a evoluir. Passa então a desperdiçar combustível, consumindo os 85% restantes no mesmo tempo em que levou para queimar os 15%  iniciais.  Ao resfriar, ela se expande, aumentando de cinquenta a cem vezes em volume. Nesse estágio, ela se transforma em estrela gigante vermelha ou então em super gigante - de volume 8 mil milhões de vezes maior do que o Sol; 3) ao ter consumido 60% de seu hidrogênio, a pressão interna começa a cair e o exterior inflado, a murchar. Durante esta contração, ocorrem reações atômicas completas que tornam a estrela instável. Então, dependendo das circunstâncias, ela toma forma de uma estrela pulsante ou explode sob forma de uma estrela nova. Finalmente, entra em colapso e transforma-se em minúscula estrela branca, capaz de emitir apenas a luz que irradia o débil calor produzido em sua lenta compressão. 
                 Este é um ciclo de vida teórico. Ele pode entretanto complicar-se  caso uma estrela se encontre em estreita conjunção com outra. É o caso da estrela dupla R.W. da constelação Perseu. Além disso, nem todas as estrelas percorrem seu ciclo de existência num mesmo espaço de tempo. Enquanto as estrelas de maior massa podem despender sua energia em 10 milhões de  anos e assim extinguir-se, as estrelas menores e mais fracas podem continuar existindo durante 50 milhões de anos. 
              A razão pela qual as estrelas da População II revelam tamanha disparidade em sua evolução está na ausência de poeira ou gás cósmico nos aglomerador estelares e galáxias em que se encontram. Não existindo esses elementos, que permitiriam a formação de novas estrelas, elas evoluem isoladas, sem serem reabastecidas desde seu nascimento. Por isso, cada uma dessas estrelas ilustra fases avançadas do desenvolvimento estelar. Portanto, a vida varia de acordo com a sua massa existente. As estrelas da população I obedecem a processos evolutivos semelhantes, mas, consideradas em conjunto, parecem mudar muito pouco no tempo. 
             O habitat especial das estrelas, nas galáxias espirais e irregulares, contém massas de gás e poeira que dão origem continuamente à criação de novas estrelas azuis. Dessa forma, as estrelas extintas são sempre substituídas por outras. É por essa razão que a Via Láctea ainda exibe seu primitivo tom azulado. Entretanto, à medida que as nuvens cósmicas se exaurem e as grandes estrelas azuis se extinguem, A Via Láctea se torna cada vez mais fraca e amarelada.
              O Sol é apenas um entre 100 bilhões dos participantes da órbita. Imaginar toda a Via-Láctea foi uma tarefa gigantesca que ainda não terminou. É o centro e rotação de seus cometas, asteroides e planetas, fonte de sua própria energia, produtor e controlador de suas varições, causa de seus principais movimentos, a luz mais brilhante, a massa mais pesada e mantenedora da vida. Mesmo com tanto poder ainda continua sendo uma, a mais próxima de nós. Podemos defini-lo como um monstro maravilhoso, diferente dos sólidos rochedos planetários ou dos enfatuados cometas que em torno dele rodopiam. 
                 Nenhum corpo do universo é tão importante para o homem como o Sol, fogo central do qual depende toda a vida na Terra e a que possa existir em qualquer outra parte desse sistema solar. 
                Os cálculos mais precisos do diâmetro do Sol nos dão conta de que têm 1.392.000 quilômetros. É incomparavelmente maior do que qualquer planeta; todos os seus bilhões e bilhões de toneladas são apenas gases. Mesmo no seu centro, sob a esmagadora gravidade de setenta milhões de toneladas pressionando cada centímetro quadrado de matéria, os átomos ainda têm a propriedade de se moverem livremente e suportar essa tremenda compressão. O que impede o colapso e solidificação do seu núcleo é uma tremenda energia que eleva a temperatura interna até cerca de 10 milhões de gaus centígrados, aquecendo não somente a enorme capa gasosa do astro, mas também o resto de todo o sistema solar. A fonte de toda essa energia á a conversão de matéria; a lenta, constante e incoercível destruição da substância do Sol pela fusão nuclear de átomos de hidrogênio em átomos de hélio. O processo assemelha-se à reação explosiva da boba H, exceto quanto ao fato de ser moderada e contida pelos quatrilhões de quilômetros cúbicos de gás elástico que circundam o núcleo do Sol. 
                          Esta maravilhosa "bola avermelhada" é a estrela central do Sistema Solar. Todos os outros corpos deste sistema, como planetas, planetas anões, asteroides, cometas e poeira cósmica, bem como todos os satélites associados a estes corpos giram ao seu redor. 
                Considerando os vastíssimos padrões de tempo astronômico, o Sol é uma estrela relativamente novata na galáxia. A Via-Láctea tem mais de 10 bilhões de anos, mas o Sol tem apenas metade disso. Nasceu de uma "nuvem de gás, há cerca de 5 bilhões de anos e, com relativa rapidez, assumiu as caraterísticas que tem até hoje. O Sol é apenas uma estrela de peso médio e pode-se esperar que tenha uma idade madura bastante longa antes de inchar até tornar-se uma gigantesca estrela vermelha. Esse fato foi de extrema importância para o surgimento da humanidade com o desenvolvimento do Homo Sapiens. Até aqui tivemos sorte, mas não sabemos como irão se comportar os cometas e asteroides que giram em torno dele. Sabemos que existe um cometa com cerca de 9 quilômetros de largura que pode vir em direção á terra. As consequências disso já são previsíveis pelos cientistas: extinção em massa e total alteração do nosso sistema.
                  Já se passaram 5 bilhões de anos de vida solar normal, e outros cinco bilhões estão à frente. Contudo, a essa altura, as relações de fusão no interior do Sol terão depositado tanto resíduo de hélio no núcleo, que a  fornalha nuclear será forçada a ter reações imprevisíveis e muito mais quentes e violentas. Quando isso acontecer, o Sol se expandirá enormemente e tornará impossível a vida como conhecemos. Com essa expansão arrefecerá a sua superfície, primeiramente tornando-o de cor alaranjado e depois vermelho. Devido ao aumento de tamanho, o calor total irradiado será muito maior do que o atual.  Mercúrio será torrado, Vênus será frita, e a temperatura na superfície da terra subirá acima do ponto de ebulição. Esse enorme transbordamento de calor e energia será demasiadamente grande para manter-se por muito tempo e, ao final de uns dois bilhões de anos, o Sol começará a encolher de novo. Durante seu longo declínio rumo ao final, passará a ser uma estrela anã branca e irá resfriar-se.  No final de 50 bilhões de anos estará totalmente negro. Esta é a expectativa dos maiores cientistas que exaustivamente estudaram esse assunto. 
                 Como se formou o Sistema Solar é a pergunta que mais intriga o homem. 
                 O maravilhoso sistema da Via-Láctea engloba não apenas estrelas visíveis de todas as espécies, mas também nuvens de gás e poeira em suspensão. Essas nuvens cósmicas de partículas são mais rarefeitas do que o mais perfeito vácuo de laboratório, mas em várias regiões da Via-Láctea se apresentam tão compactas, nuvem junto a nuvem, que ocultam completamente as estrelas e galáxias que existem atrás delas, através do infinito. 
                 Existem muitas hipóteses propostas para explicar as condições para  o nascimento do Sistema Solar A que parece atender melhor as condições existentes para seu nascimento é do astrônomo Gerad P. Kuiper, na década de 1950. Seu trabalho baseou-se na reformulação de várias outras teorias, baseada na suposição de que o Sol e todos os planetas procedem de uma nuvem de gás primordial. Há muitas de tais nuvens atravessando o período de processo de formação de estrelas. As observações e fotos tiradas com os mais avançados sistemas,  conseguiram mostrar o ciclo de vida das estrelas e tornaram mais claros aos astrônomos em quase toda a nova serie de observações. Mas a mecânica que produziu os fenômenos foi desvendada pouco a pouco, indício por indício, ao longo de vários séculos. 
               Esse gás primordial é escassamente encontrado no espaço, mas a atração gravitacional mútua das moléculas no interior da nuvem começará gradualmente a aglomerá-las, e a massa ficará cada vez mais compacta. Esse efeito se torna possível pelos movimentos casuais de gás em turbilhão no interior da nuvem e baseia-se na superposição de que sempre haverá algum movimento em qualquer dessas nuvens.  O movimento, então, tornando-se cada vez mais rotativo, achata e condensa a nuvem. A maior concentração de matéria será um ou mais aglomerados no centro, com concentrações menores girando em torno dele. À medida em que a potência radiante dessa nova estrela aumenta os invólucros gasosos dos planetas mais próximos são completamente evaporados  e só permanecem os núcleos desnudos. Os gigantes externos são menos afetados. Depois de todo esse processo,  a radiação da brilhante estrela já expulsou o restante dos gases livres do sistema. O que permanece é um conjuntos misto de planetas pequenos e sólidos próximos da estrela, e outros maiores, gasosos, mas afastados.  Foi assim que surgiu o nosso Sistema Solar, responsável por toda a vida na Terra. 
                A superfície do sol consiste em uma massa agitada de gases quentes e partículas subatômicas, à temperatura média de 5.500 graus C. Conturba-se por tremendos turbilhões em seu interior, que afloram para formar manchas solares e também protuberâncias. Estas aparecem nas mais diversas formas. As menores se chamam espículas e duram apenas cerca de cinco minutos e se elevam apenas a poucos milhares de quilômetros. Pouco se sabe a respeito das protuberâncias, embora se acredite sejam  de gás muito quente, projetando para cima como ondas de choque, efeito de pulsações no interior do astro. Algumas podem ser vistas quando se elevam na atmosfera; outras parecem ignizar-se nas alturas, ardendo de volta em direção ao Sol.  Por uma razão misteriosa, algumas se ligam às manchas solares e outras não. 
                               A vida, onde quer que exista, é o produto da luz de uma estrela. Toda a vida que há sobre a terra decorre de radiações que provém de uma estrela amarela, de meia-idade, a que chamamos Sol. A energia da lua solar transforma-se em vida por intermédio de células vegetais e animais. Cada célula, humana, animal ou vegetal tem uma parcela de energia do Sol. A operação essencial que se processa consiste na transformação de uma forma de energia em outra, especialmente na transformação de energia radiante do Sol em energia química, que permite à célula desenvolver-se e multiplicar-se, fazendo as plantas florescerem, aos animais seguirem seu curso e instinto, e ao homem desenvolver sua história, seja no trabalho, na guerra ou na paz.  Todas as células são totalmente dependentes de energia para manter sua estrutura organizada e desempenhar as variadas mecânicas, elétricas e químicas que constitui seus processos vitais. O corpo humano, por exemplo, tem cerca de 10 trilhões de células que estão em permanente renovação. Cada uma delas se mantem viva enquanto receber energia solar. Portanto, em cada uma delas há um ponto dessa energia. Mas diariamente milhões morrem e são substituídas por outras com renovada energia vital. O Sol é o verdadeiro deus.
                   A luz solar é  energia liberada pela fusão de matéria na fornalha termonuclear de nosso Sol, e é irradiada no espaço em todas as direções. Uma insignificante fração do total, na proporção aproximada de um para dois bilhões, atinge a superfície da terra. As plantas capturam cerca de uma centésima parte dessa pequenina réstia, que utilizam para assegurar o processo equilibrado da Vida. Quando um ser vivo, seja humano ou animal, faz um esforço muscular, está utilizando a energia liberada pelos alimentos que anteriormente a tinham recebido do Sol tais como o açúcar dos vegetais clorofilados.
                As estrelas se movimentam em trajetórias circulares, em torno do eixo da galáxia, e seus movimentos reais são resultantes de movimentos aparentes paralelos ao Sol, e outros movimentos que dele se aproximam ou se afastam. Estrelas internas podem estar alcançando o Sol ou passando á sua frente. As estrelas nas zonas externas parecem que se dirigem para o Sol ou desaparecem atrás dele. Além disso, muitas estrelas viajam aglomeradas, rodopiando umas em torno das outras.   
                 Imerso na Via-Láctea, o homem só pode perceber apenas as regiões vizinhas dela, as que circundam a Terra numa faixa de estrelas a estender-se através e em torno dos céus de ambos os hemisférios. Mas a concepção da Via-Láctea como uma ilha cósmica de estrelas, galáxias em espiral girando lentamente na imensidão do espaço, tornou-se clara quando o homem notou que havia inúmeras outras galáxias, visíveis de várias formas, segundo a perspectiva, distribuídas em todas as direções até onde podem alcançar os telescópios modernos. 
               O Sol e as outras miríades de estrelas, que estão no gasoso e empoeirado disco principal da Via-Láctea, são apenas uma das duas principais da população da galáxia. O seu conjunto achatado, por mais vasto que seja, se assemelha ao giro dos planetas em torno do Sol. Mas a Via-Láctea tem uma parte muito maior: o halo esférico de 100.000 anos-luz de diâmetro, com estrelas e aglomerados de estrelas é equivalente à distante esfera de cometas que circundam o Sol e os planetas. Como as do centro, muitas das brilhantes estrelas do halo têm cor vermelha que acredita-se sejam muito velhas, remontando o nascimento da galáxia. 
                    O poder da luz do Sol é tão radiante que para ser estudado os astrônomos tiveram que desenvolver o conhecido "telescópio solar". Mesmo assim o disco solar é tão brilhante que que sua atmosfera só pode ser vista durante um eclipse total. Em 1930 o astrônomo francês  Bernard Lyot inventou um processo de inserção de pequeno disco no interior do telescópio total, produzindo, assim, uma espécie de eclipse artificial permanente. Isso veio facilitar e intensificar as observações a qualquer hora e por qualquer tempo. 
                   A evolução futura do sol também tem sido objeto de especulações dos astrônomos, destacando-se a de Martin Schwarzhid, da Universidade de Princenton, e Allan Sandage, de Palomar. Na medida em que avança o processo cósmico, a temperatura crescente provocada pelo peso da cinza no núcleo do Sol, fará arder outros processos nucleares alem da fusão e o Sol começará a consumir seu combustível em escala menor do que agora. Em cerca de 5 bilhões de anos se estabelecerá esta  mudança de ritmo e o Sol começará a inchar. Sua fotosfera diminuirá de temperatura por metro quadrado de superfície, mas como estará maior, a quantidade total de energia liberada também será maior. Ao final de um período de cerca de 1 bilhão de anos a temperatura média da superfície da Terra subirá de 500ºC. Os oceanos evaporarão e estanho derreterá como melaço. 
                  Mais tarde, depois que a vida terrestre for extinta, o Sol terá encolhido novamente, talvez sujeito a instabilidade e erupções que poderão varrer os planetas exteriores com lufadas destruidoras de raios gama. Continuará a encolher nas extremidades longínquas, enquanto a fornalha nuclear de compressão gravitacional de sua matéria interna se extinguirá, e o único clarão que continuará emitindo será energia de compressão gravitacional de sua matéria gasta, em colapso. Pouco a pouco reduzirá de tamanho, até tornar-se menor do que a Terra, e os gases tão densamente comprimidos reduzirão tudo a pequenos objetos. Durante bilhões de anos, continuará esfriando e irradiando fraca energia infravermelha. Por fim se apagará completamente. Será apenas mais um espaço negro e frio como as regiões do espaço que hoje o circundam.  
Nicéas Romeo Zanchett

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