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quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

AS GALÁXIAS, O COSMO E SEUS MISTÉRIOS ..

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                    Para além do nosso planeta, existe um oceano de galáxias ainda envolto em mistérios.  O avanço da astronomia, mais que todas as outras ciências, revelou a dimensão modesta do homem perante a natureza. Sua condição ficou patente à medida que adotou como referência não apenas  o pequeno planeta que habita, mas todo o universo exterior. Por mais  forte que seja a convicção de que é o senhor da Terra, a imagem que faz de si mesmo se reduz à insignificância quando levanta os olhos  para a abóbada estrelada da noite e contempla as profundezas  inescrutáveis do espaço. Dentro dessa imensidão, seu minúsculo domínio é comparável a um grão de areia no deserto.
                Esta realidade se impôs muito lentamente, e não foi fácil para o homem aceitá-la. Ele sempre se considerou o centro do universo - o que não é surpreendente pois, antes que evoluíssem os conhecimentos  e recursos da ciência moderna, ele não tinha meios de avaliar a extensão verdadeira de seu mundo. Do pedestal aparentemente imóvel em que nos encontramos, o Sol e a Lua parecem correr com regularidade em direção ao ocidente, de um horizonte a outro, e todo o céu noturno toma a forma de uma grande abóbada giratória, que carrega consigo o conjunto cintilante das estrelas fixas. É natural assim que, durante a maior parte de sua existência, o homem tenha acreditado que a Terra era estática, um objeto solidamente ancorado num mundo de luzes em movimento. 
              Logo após a invenção do telescópio, ao redor do ano de 1600, Galileu anunciou a descoberta de importantes características  do sistema solar - as  montanhas da Lua, as fases de Vênus, os satélites de Júpiter e as manchas solares. Com o passar dos séculos e o aperfeiçoamento dos telescópios, os astrônomos puderam aprofundar sua visão do espaço e retirar daí, pouco a pouco, uma ideia precisa sobre a imensidão do cosmo e a profusão de seus inextinguíveis fogos. Partindo de fatos e teorias, elaboraram os conceitos específicos  do universo, que permitem pintar quadros tão detalhados quanto os que ilustram estas páginas. 
                 Galáxia é um grupo de estrelas com nuvens de gás e partículas de poeira cósmica que se movem juntas pelo Universo. Trata-se de um grande sistema, gravitacionalmente ligado, que se constitui de estrelas, remanescentes de estrelas, além da matéria escura. Portanto é um meio interestelar de gás e poeira cósmica. 
               Numa noite clara, podem ser vistas cerca de 5.000 estrelas a olho nu. Um pequeno telescópio pode revelar contudo mais de 2 milhões , e o grande telescópio de monte Palomar é capaz de detectar a luz de milhares de milhões de estrelas. Embora o céu pareça um tecido escuro, cravejado de lantejoulas, as distâncias entre os corpos celestes são tão gigantescas  que, numa outra escalo, eles podem ser comparados a boias luminosas num oceano vazio, flutuando solitárias a milhões de quilômetros umas das outras. A estrela mais próxima da Terra, excetuando o Sol, é a estrela múltipla Alfa, da constelação do Centauro, localizada a 4,4 anos-luz de distância (1 ano-luz é a distância que a luz percorre em um ano, ou seja, aproximadamente,  9,6 bilhões de quilômetros). O Sol está apenas a 8 minutos-luz da Terra. Betelgeuse, a gigantesca estrela situada na constelação de Órion, está a 300 anos-luz de distância. A luz de Rigel, gigante azul de Órion, leva 540 anos para atingir nossos olhos. 
                Mesmo assim, essas estrelas são nossas vizinhas próximas, e as distâncias que as separam de nós equivalem a centímetros, na escala cósmica. Foi somente nas últimas décadas que se conseguiu vislumbrar as dimensões do universo e toda sua complexidade. Sabe-se  agora que o sistema solar é uma unidade infinitesimal do anel exterior da grande galáxia de estrelas que formam a Via Láctea. E, por sua vez, a Via Láctea (que já foi considerada como sendo o próprio universo) não passa de uma unidade num aglomerado de galáxias unidas entre si pela gravitação e girando juntas através do espaço. 
               Entretanto, não são apenas as dimensões do universo que deixam perplexo o cosmólogo, quando este chega aos limites da visão, isto é, a 2 mil milhões de anos-luz (19 mil trilhões de quilômetros terrestres). A essa dimensão ele se defronta com enigmas que o advertem no sentido de não aplicar o resultado de sua respectiva experiencia terrestre às profundezas do espaço e do tempo. Há razões para acreditar que todos os sistemas de medida utilizados na terra sejam inadaptáveis às visões exteriores do cosmo. É duvidoso que as noções comuns de geometria e forma, derivadas dos sentidos limitados do homem, possam ser empregados para explicar um universo onde o espaço pode não ter limites. Contemplando o nada, o homem vê-se diante de conceitos complexos , como o infinito e a eternidade. Neste ponto, ciência e imaginação se encontram frente  aos mesmos enigmas. 
                  As estrelas se encontram distribuídas em galáxias, e todas as "estrelas visíveis a olho nu" pertencem a uma galáxia, a nossa Via-Láctea.
                É difícil perceber a forma da Via-Láctea, porque o Sol e a Terra estão mergulhados nela. O Sol é a parte do enorme disco rotativo de estrelas, poeira e gás, com 100.000 anos-luz de diâmetro, girando em torno de um eixo central. O gás, que se estende a partir do núcleo é iluminado por brilhantes estrelas azuis. A maior parte das estrelas do centro é de cor vermelha. O próprio núcleo é vermelho, e assim é o halo difuso em torno dele. 
             O Sol, nosso Astro Rei tem sua face avermelhada, larga e esburacada; enquanto as outras estrelas desta galáxia são minúsculos pontos de luz prateada, sem face, sem marcas e sem dimensões. Todas as estrelas que brilham no espaço e o povoam em todas as direções, embora pareçam brilhantes como fogos de artifício ou vaga-lumes, mostram-se, ao telescópio, como pontos de luz sem dimensão. Esses pontos, contudo, ensinaram aos astrônomos mais sobre todas as outras estrelas juntas do que eles sabem a respeito do Sol. 
               Os primeiros homens a observar o céu, às margens do Eufrates e do Nilo, perceberam que cinco estrelas luminosas mudavam de posição de uma noite para a outra, seguindo um caminho aparentemente caprichoso entre as constelações. Os Gregos as chamaram de planetai, que significava errantes. Hoje sabe-se que não são verdadeiras estrelas, em combustão no espaço longínquo, mas apenas companheiros frios do Sol, cuja luz refletem, como a Terra. Sabe-se também que, além dos cinco planetas visíveis a olho nu, outros três podem ser vistos ao telescópio. Por estarem próximos da Terra, o homem muitas vezes se perguntou se algum desses mundos vizinhos não abrigaria uma formas de vida semelhantes á sua. 
              Todas as respostas a essa questão se apoiam num postulado básico das ciência: o princípio da uniformidade da natureza, segundo a qual o elementos encontrados na Terra existem em todo o universo e obedecem às mesmas leis físicas. Entretanto, a existência de vida nos cinco planetas externos do sistema solar está afastada. Eles são excessivamente frios, pois a temperatura superficial varia de  - 110º C em Júpiter a 230ºC  no longínquo Plutão -. Todos eles, salvo talvez Plutão, apresentam-se envolvidos por espessas nuvens de gases tóxicos. Quanto a Mercúrio, além de ser desprovido de ar, suas temperatura atingem limites extremamente elevados. Vênus está envolto em nuvens de dióxido de carbono. As propriedades isolantes deste gás são tais que a temperatura na superfície do planeta está próxima à da água fervente. 
               De todos os planetas, resta apenas Marte como possível reduto de algum tipo de vida. Embora sua temperatura máxima não atinja 10º C. podem-se observar variações periódicas de cor neste planeta, semelhantes às produzidas pelas mudanças de estações na Terra. Só se pode afirmar, contudo, que as condições ambientais de Marte possibilitam a existência de uma vegetação primitiva. Se existirem formas superiores  de vida em outro lugar  além da Terra, estas deverão ser procuradas fora do sistema solar, nas vastidões estreladas da Via Láctea ou nas galáxias distantes. 
              Usando velocidades para comprovar as distâncias, os astrônomos aperfeiçoaram métodos cuidadosos para medir os vários movimentos das estrelas em relação ao Sol e para subtrair todo o movimento aparente causado pela rotação, revolução e inclinação da terra em sua órbita. Os movimentos simples das estrelas através do espaço são chamados "movimento próprios" e medidos por pequenos desvios angulares em suas coordenadas celestes. 
                Ao mover-se uma estrela no espaço, na direção da sua emissão luminosa, ela emite ondas que se comprimem umas contra as outras mais do que normalmente. Da mesma maneira, as ondas luminosas da sua esteira ficam, pelo movimento, ligeiramente afastadas entre si. Como resultado, ela emite para a frente ondas de frequência mais elevadas, mais curtas e mais azuis do que seriam se a estrela permanecesse fixa no espaço. As ondas emitidas em sua esteira ficam com menor frequência, comprimento de onda mais longo e mais vermelhas. 
              Já se estudou exaustivamente que existe uma harmonia entre as esferas vizinhas da Terra.  
             Da plataforma terrestre, aparentemente imóvel, os planetas parecem percorrer o céu dentro de um estreito cinturão, que os antigos chamaram de Zodíaco.  Hoje sabe-se que esta "avenida" do espaço é o perfil achatado de um enorme sistema em forma de disco, dentro do qual a Terra é os demais planetas acham-se aprisionados pela gravidade, condenados a girar, "enquanto existirem", em torno de uma estrela central, o Sol. O complexo sistema solar não compreende apenas os nove planetas, mas também 31 luas ou satélites menores dos planetas, 30.000 asteroides ou planetas menores, milhares de cometas e um número incontável de meteoros, que penetram todos os dias na atmosfera terrestre, abrindo caminho a fogo e em seguida volatizando-se. 
              Apesar desta sua complexidade, o sistema solar revela uma ordem e uma harmonia extraordinárias. na parte inferior desta página estão representadas as órbitas dos planetas interiores e exteriores, desde Mercúrio, que gira a 57.6 milhões de quilômetros do Sol, até o longínquo Plutão, cuja enorme órbita situa-se a 5.870 milhões de quilômetros de distância. 
                Os planetas efetuam suas revoluções em órbitas elípticas, a distâncias e velocidades variáveis. Deslocam-se mais velozmente quando se aproximam do Sol e mais lentamente quando se afastam dele. Os movimentos dos planetas são governados pelo frágil equilíbrio que existe entre a inércia (isto é, sua tendência a prosseguir em linha reta) e a atração gravitacional do Sol. Este equilíbrio impede, por um lado, que eles se projetem através do espaço e, por outro, que se precipitem na m assa incandescente do Sol. As mesmas leis comandam os cometas: quando eles se afastam em suas órbitas alongadas, a força gravitacional do Sol os freia e os atrai de volta; quando tornam a se aproximar do Sol, a força da inércia leva-os a ultrapassar o astro em vez de chocar-se com ele. 
               Para o habitante da Terra, que vive a 149 milhões de quilômetros do Sol, as dimensões do sistema solar parecem fantásticas. Seu pequeno planeta tem um diâmetro de 12.640 quilômetros, menos que a décima parte  do diâmetro do grande planeta Júpiter e menos que a centésima parte do diâmetro do Sol. Seriam necessárias 1,3 milhão de esferas do tamanho da Terra para atingir o volume do Sol. - e este, por sua vez, não passa de uma estrela de tamanho médio. Se imaginarmos o Sol como uma esfera de 15 centímetros de diâmetro, a Terra estaria a 15 metros dele, Plutão a 800 metros e as estrelas mais próximas  a quase 5.000 quilômetros de distância.  E estas são as vizinhas mais próximas da Terra, na imensa Via Láctea.. 

Nicéas Romeo Zanchett 





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