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domingo, 14 de junho de 2020

MARCO POLO - O GRANDE INVESTIGADOR DO MUNDO


                  Tudo o que sabemos sobre este grande personagem está em seu "Livros das maravilhas", onde ele descreve alimentos, animais, palácios, navios, templos, ritos e minúcias cotidianas que desafiam os historiadores. 
              Marco Polo nasceram em 1254, e, ainda era adolescente quando embarcara, pela primeira vez, rumo ao Oriente. 
              Seu pai Nicoló e seu tio Matteo, patrícios venezianos e grandes comerciantes, tinham avançado, em busca de mercadorias e especiarias preciosas, por toda a Ásia. Em Pequim, tinham gozado do favoritismo de Kublay Khan, o onipotente imperador mongol e, a pedido deste, haviam regressado ao Ocidente, a fim de obter do Pontífice Romano, o papa de então, ou de algum sacerdote ou monge que fosse capaz de falar sobre Cristo aos povos da China. Muitos não sabem, mas o mongo Kublay Khan era admirador de Jesus Cristo. Aguardava-os  em Veneza um rapaz de quinze anos, Marco, que perdera a mãe recentemente e não chegara ainda a conhecer nem seu pai nem seu tio, partidos antes de seu nascimento. E dois anos depois, em 1271, zarparam juntos para a Palestina, primeira etapa de uma nova viagem. Depois, munidos de cartas do Papa para o Grã Kahn, mas privados da companhia dos religiosos que haviam ido buscar, os três ousados viajantes cavalgaram através das montanhas da Armênia, desceram para o sul, pela Mesopotâmia, e atingiram, por mar, Ormuz, no golfo Pérsico. Daqui, seguem para Sava, Yedz, Kirman, pelas gargantas selvagens de Batriana, além das Portas de Ferro. Castelos e aldeias muradas dominam do alto as estradas, ameaçadas continuamente pelas incursões de ferozes cavaleiros de Nogodar, uma espécie de rei-salteador, que vivia de rapina e comércio de escravos. Marco observa e escuta, fixana mamória as imagens de desertos e florestas, de homens de aspecto bizarro e linguagem obscura, que vai encontrando, e as lendas que ouve narrar nas noites em que acampam junto a fogueiras. Não é mais o mercador em busca de fortuna, é um homem novo, que deseja conhecer o mundo para compreender melhor a si mesmo, é o primeiro homem moderno que abre os olhos entre seus semelhantes, ainda mal desperto do sono medieval. 
               Seu livro é uma longa série de notícias, fatos curiosos, pormenores, apanhados com o bom gosto e a atualidade que distinguem os bons jornalistas de nosso tempo. Narra-nos a história do terrível velho da montanha, chefe da seita dos assassinos, do grande planalto solitário, que surge na planície de Balk, da vastidão dos templos de Kirman e Samarcanda, das estranhas "calças" de linho das mulheres de Badaksian, e tudo de modo tão vivo e colorido que parece ter sido escrito hoje. 
              A viagem prossegue, entre dificuldades e imprevisto. Os três Polo são obrigados a escalar as montanhas do Pamir, por entre vertiginosos abismos rochosos, vapores de nuvens e deslumbrantes geleiras, a seguir, rumo à planícies imensas da Mongólia, pelas estepes vastas como o oceano, fechadas a Oriente pela cadeia azul de montanhas, que tomarão o nome de Marco Polo. Prosseguem, sempre sedentos e meio cegos, pela areia do grande deserto de Góbi, onde, à noite, ouvem-se no ar "vozes de fantasmas" e sombrios misteriosos rufares de tambor. E afinal, a Ocidente, divisa-se algo que à distância parece uma longa cordilheira; é a "Grande Muralha", os orgulhoso e inútil baluarte, erigido em defesa da civilização chinesa contra os selvagens Tártaros do interior do continente. Pouco depois de superá-la, a caravana dos nossos viajantes encontra uma comitiva de cavaleiros mongóis, esplendidamente armados e equipados; são os enviados de Grã Khan, informado da chegada dos amigos europeus, que se encarregam de escoltá-los até Pequim. 
               Kublai Khan, o herdeiro do imenso império de Gengis Khan, era, sem dúvida, homem de cultura e engenho superiores ao comum. Bastaria, para demonstrá-lo, seu vivo desejo de estreitar relações político-religiosas com o remoto Ocidente. Ele, provavelmente, vislumbrou logo no jovem Marco, aquela mente ágil e dúctil, que em vão procurava entre seus auxiliares, e o conservou bem junto de si, mandando instruí-lo sobre as línguas e os usos da corte. E aprendeu a estimá-lo tão bem que, aos 24 anos, o nomeou governador de Yang-Chu, e, três anos depois, enviou-o para uma longa viagem de inspeção em suas províncias meridionais. Marco nada desejava de melhor. Penetrou até o Amam e a Birmânia, deslumbrado com o esplendor das velhas cidades chinesas, com a beleza das estradas e com a organização monetária e postal. As maravilhas de Kin-Sai, capital do antigo império Manchu, o entusiasmaram acima de tudo. A descrição desta enorme cidade, fundada sobre a água, talo como Veneza, com doze mil pontes de mármore, com termas e jardins, grandes e ricas mansões, é tão mirabolante que suscitou a incredulidade dos leitores europeus. Ao seu regresso, Marco escreve para o imperador uma descrição tão cuidadosa e fiel, que o soberano nota, prazenteiro, a diferença entre o jovem europeu e outros convidados "que nada mais sabiam dizer senão futilidades sobre seus encargos". 
               Mas a saudade de Veneza se fazia sentir, sempre mais forte, especialmente em Nicoló e Matei, já nos umbrais da velhice. Mas o Grã-Khan não os teria deixado partir se não precisasse deles para acompanhar a princesinha Ko-Ka-Chin, sua parenta distante, que ia casar-se com o rei da Pérsia. Assim, em 1292, uma flotilha de catorze navio zarpava de Zaiton, rumo ao sul, tocando em Java, Sumatra e Ceilão. Tempestades, calmarias, florestas, pagodes, mosteiros, templos budistas e pequenas cortes faustosas, desfilam ante os olhos de Marco Polo, sempre ávidos de novidades como os de um garoto curioso. Em Ormuz, onde a expedição chega dizimada pelas borrascas e pelo escorbuto (de seiscentos homens, restavam apenas dezoito), os Polo deixam a princesa e prosseguem sozinhos para a Itália. E no outono de 1295, desembarcam na Bacia de São Marcos, avançando pelos cais e pelas pontes, admirados ante os palácios novos, que vêem por toda parte, seguidos por uma nuvem de meninos, que admiram aqueles trajes de modelos jamais vistos. 
                Mas, se vinte e quatro anos de ausência tinham mudado os aspecto da cidade, haviam tornado, também, irreconhecíveis os três viajantes, de maneira que os parentes, que de  há muito os julgavam mortos, recusaram restituir-lhes os bens, já repartidos  entre os herdeiros. Toda tentativa de persuasão tornada inútil, os Polo declaram pretender dar um banquete de despedida aos seus presumidos consanguíneos e, durante o ágape, após haverem mudado três vezes de roupa, vestindo sempre outras mais pomposas, mandam trazer seus mantos de viagem. Com poucos golpes de punhal, rasgam os velhos trajes, poidos e sujos, e dos rasgões chove uma verdadeira cascata de brilhantes, safiras, toda a imensa riqueza acumulada na China, um tesouro capaz de cortar a respiração dos estarrecidos convidados. Inútil dizer que o reconhecimento foi imediato e unânime. 
            Passaram-se  dois anos de calma; as narrações de Marco, cronista brilhante e fecundo, reuniam um público cada vez mais numeroso, que ouvia, embevecido, as histórias de palácios de mármore e ouro, de salões incrustados de pedras preciosas, como ouviria fábulas maravilhosas, mas incríveis. Tão incríveis, que o apelido de "Messes Marco", aplicado a Marco, acabou por suplantar-lhe o nome real até mesmo nos documentos oficiais. 
             Entretanto,m para o nosso infatigável viajante, as aventuras ainda não haviam terminado. Em setembro de 1298, vamos encontrá-lo no comando de uma galera, armada às suas custas, na batalha de Curzola, onde a frota veneziana sofreu de parte dos Genoveses, sob o comando de Lamba Dória, clamorosa derrota. 
                Os Genoveses intimam a rendição a Marco, que fica quase só em seu navio. E enquanto o resto da frota veneziana bate em retirada, ele é conduzido para Gênova, prisioneiro; ali permanece um ano, à espera do resgate, em companhia do poeta Rustichello da Pisa, capturado no encontro naval de Melória.  À luz da nesga de céu que ilumina o cárcere, Marco revê, talvez, os imensos horizontes asiáticos. E a pena de Rustichello dá forma aos maravilhosos sonhos do Grande Viajante. 
                E eis-nos ao último ato, isto é, o livro surgido da colaboração desses dois homens famosos, o "O Milhão", sai da Itália e percorre a Europa incendiando os ânimos, como se fora uma labareda. 
                Começara,com Marco Polo, a era dos grandes descobrimentos. Com ele, a adolescente civilização européia parte à conquista do resto do mundo, Inaugurando uma época de imenso progresso: a era moderna. 

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